quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

Alvorada do AIA-2009:Observação do sol no primeiro dia de 2009

Observação do Sol no primeiro dia de 2009 no Planetário do Porto


O Centro de Astrofísica da Universidade do Porto propõe para o primeiro dia de 2009 uma observação do Sol, inserida numa campanha que abrange mais de 30 países, promovida pelo Grupo de Física Solar do Ano Internacional da Astronomia.

A iniciativa, denominada Alvorada do Ano Internacional da Astronomia 2009, pretende desvendar alguns dos segredos da estrela central do sistema planetário em que se integra a Terra, convidando à participação de todos os astrónomos profissionais e amadores, desde que possuam meios de observação seguros.

Nesse sentido, esta campanha pretende incentivar os que possuem meios de observação a juntarem-se em locais públicos, para permitir que todas as pessoas interessadas possam também usufruir desses meios para observar o Sol.

A iniciativa tem mais de 150 participantes registados em mais de três dezenas de países, desde o Iraque aos EUA, passando pela Austrália, Índia ou Brasil.

Em Portugal, a sede do evento é o Centro de Astrofísica da Universidade do Porto, onde está instalado o Planetário, começando as observações do Sol às 14:00.

No mesmo local será projectado um documentário sobre o Sol e estará patente uma exposição de cartazes sobre o clima espacial. Os interessados poderão ainda participar numa oficina de construção de relógios solares.

O Ano Internacional da Astronomia, que se assinala em 2009, vai comemorar o 400.º aniversário das primeiras observações de Galileu com telescópio.

Fonte da notícia: cienciahoje.pt

Ano Internacional de Astronomia - AIA 2009

Ano Internacional de Astronomia 2009
prepara
espectáculo de "proporções cósmicas"



O ano 2009 começa em grande com o arranque do Ano Internacional de Astronomia (AIA2009).

Ver Vídeo sobre o AIA2009 aqui:

“Subordinada ao tema “Descobre o teu Universo”, a iniciativa decorre durante todo o ano em Portugal e no mundo inteiro

Com 2009 a despontar no horizonte, milhares de astrónomos amadores e profissionais de todo o mundo ultimam os preparativos do Ano Internacional da Astronomia.

Fruto de uma incrível colaboração entre 135 países, que formam a maior rede mundial de astronomia, o projecto “The Universe, yours to Discover” promete aproximar o Universo da Terra.

Eventos e actividades vão ter lugar durante os próximos 365 dias, e ainda depois disso, a nível mundial, nacional, regional e local, num espectáculo de proporções cósmicas.

O Ano Internacional da Astronomia 2009 (AIA2009) é agora lançado pela União Astronómica Internacional (UAI), - entidade fundada em 1919, que reúne perto de 10 000 astrónomos de todas as nações, e é, entre outros, responsável pela designação dos novos corpos celestes - , e pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) sob o tema, “Descobre o Teu Universo”.

Desenvolvida com o duplo objectivo de tornar a astronomia acessível a todos e de fazer perceber o contributo dessa ciência na nossa cultura e sociedade, a iniciativa assinala o aniversário da primeira observação astronómica realizada por Galileu há 400 anos.

Em Portugal, a organização do AIA2009 está a cargo da Sociedade Portuguesa de Astronomia (SPA) que nomeou uma Comissão Nacional para coordenar as diferentes actividades que vão decorrer no país.

Entre observações e exposições, vão acontecer em Portugal milhares de eventos, anunciados em vários websites nacionais e também no site internacional oficial do AIA 2009 (http://www.astronomy2009.org/), que disponibiliza uma lista de projectos globais.

Tanto a nível internacional como nacional, estão já previstas inúmeras actividades, muitas delas tendo já começado. Não é portanto de estranhar se se encontrar telescópios nas ruas nos primeiros dias do Ano Novo um pouco por todo o mundo.”


MAIS INFORMAÇÕES:
http://www.ideiasconcertadas.pt/images/clientes/AIA2009/dossierpress_preparacaoaia2009.pdf

LINKS:
AIA2009 website oficial: http://www.astronomy2009.org/
AIA2009 website nacional: http://www.astronomia2009.org/

segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

1 SEGUNDO A MAIS em 2008

2009 CHEGA COM UM SEGUNDO DE ATRASO


Espere um segundo. O começo do próximo ano será adiado por circunstâncias para lá do nosso controlo. O tempo irá parar por um segundo na Véspera de Ano Novo, enquanto damos as boas-vindas a 2009 na noite de Quarta-Feira. Como resultado, terá um segundo a mais para celebrar porque será adicionado um "Segundo Intercalar" a 2008. Porquê? Para deixar a Terra alcançar os relógios atómicos super-precisos.
Por acordo internacional, para os relógios atómicos oficiais ficarem em sintonia com a rotação irregular mas gradualmente mais lenta do planeta Terra, decretou-se que seria adicionado um segundo extra entre 2008 e 2009.
Este segundo a mais, ordenado pela organização que gere o tempo mundial, a IERS (International Earth Rotation and Reference Systems Service ou Serviço Internacional de Sistemas de Referência e Rotação da Terra), será oficialmente marcado durante as badaladas da meia-noite de Quarta para Quinta-feira em Greenwich, Inglaterra, o lar do que é normalmente conhecido como a Hora Média de Greenwich (GMT) - o Tempo Universal Coordenado (UTC) para os mais tecnicamente inclinados -, a hora padrão para o planeta.

Por isso, precisamente às 23:59:60 de Greenwich, Inglaterra, na Passagem de Ano, haverá um intervalo de um segundo antes do início do ano novo. Este será o 24.º "Segundo Intercalar" necessário desde que esta prática foi iniciada em 1972.

Por todo o mundo, para satisfazer as necessidades dos navegadores, das organizações de comunicações e grupos científicos, cerca de 200 relógios atómicos em mais de 50 laboratórios nacionais por todo o mundo serão ajustados em horas locais correspondendo à meia-noite para a hora local em Greenwich. Em Portugal, é o Observatório Astronómico de Lisboa que tem a incumbência legal de manter e distribuir a Hora Legal. Sendo assim, a passagem do ano em Portugal deverá ser ajustada às 23:59:60 GMT, dado que o nosso fuso horário corresponde ao mesmo de Greenwich. Já para o Observatório Naval dos EUA, por exemplo, o seu segundo a mais será às 6:59:60 p.m. EST, correspondente à mesma hora no fuso horário GMT.

Imagem do relógio atómico de césio NIST-F1, que serve a hora americana e de padrão de frequência, com uma incerteza de 5x10-16 (desde 2005).
Crédito: National Institute of Standards and Technology - Physics Laboratory: Time and Frequency Division; Wikipedia

Este segundo a mais é necessário para que os relógios mundiais fiquem em sincronia com a rotação do planeta. O tempo medido pela rotação da Terra não é uniforme quando comparado com o tempo medido pelos relógios atómicos. Os relógios atómicos de hoje em dia têm um erro de menos de um segundo em 200 milhões de anos.Mas por várias razões - a "tareia" do núcleo líquido da Terra, a ondulação dos oceanos, o derreter do gelo polar e os efeitos da gravidade solar e lunar - o nosso planeta gira em torno do seu eixo a velocidades irregulares, e em média tem ficado para trás em relação à hora atómica cerca de 2 milissegundos por dia. Está agora atrasado cerca de 6-décimas de segundo em relação ao relógio oficial.
Como resultado desta diferença, os relógios atómicos ficam dessincronizados com a Terra e periodicamente precisam de ser ajustados. Dado que são os relógios atómicos os usados para acertar todos os outros relógios, este Segundo Intercalar tem que ser acrescentado de vez em quando para compensar a diferença. Ao acrescentar o segundo 60 entre as 23:59:59 de 31 de Dezembro e as 00:00:00 de 1 de Janeiro, a Mãe Natureza ficará adiantada 4-décimas de segundo em relação ao relógio atómico, um pequeno avanço no começo de 2009.
Através do site do Observatório Astronómico de Lisboa poderá seguir e observar a Hora Legal de Portugal, no canto superior direito da página: http://www.oal.ul.pt/ e "ver" o valor 60 na casa dos segundos.
..., 3..., 2..., 1..., 1... Feliz Ano Novo!
Fonte da notícia: Astronomia On-line

domingo, 28 de dezembro de 2008

Descoberto um Paraíso Perdido de Biodiversidade em Moçambique

Insecto hemíptero - Monte Mabu. (Foto: Julian Bayliss/Kew)

Um dos últimos lugares do planeta que tinha escapado ao escrutínio da comunidade científica o “Monte Mabu”, situado no Norte de Moçambique foi descoberto este Outono por um grupo de cientistas britânicos através do uso de uma ferramenta tão prosaica como o Google Earth.

Neste “paraíso perdido” com sete mil hectares, os cientistas identificaram, para já, três novas espécies de borboletas e uma de cobra. Em apenas três semanas, a expedição liderada por uma equipa dos Jardins Botânicos Reais de Kew, no Reino Unido, os cientistas encontraram centenas de espécies diferentes de plantas, novas populações de aves raras, borboletas, macacos e uma nova espécie de cobra gigante, camaleões pigmeus, víboras, além de uma rara orquídea. A equipe recolheu mais de 500 amostras de plantas para análise. Com os espécimes que recolheram e levaram para casa, os cientistas esperam descobrir novas espécies de plantas.A floresta na região montanhosa do Norte do país era, até então, desconhecida para a comunidade científica devido aos difíceis acessos e a anos de guerra civil (1975 – 1992). Em 2005, Julian Bayliss, cientista britânico dos Jardins Botânicos, estava à procura de um possível projecto de conservação no Google Earth, na Internet, quando descobriu aquele “bocado de verde” e decidiu ir conhecê-lo. Depois de algumas primeiras visitas, a expedição de 28 cientistas – do Reino Unido, Moçambique, Malawi, Tanzânia e Suíça - partiu em Outubro com 70 carregadores para a floresta. Segundo conta o “The Observer”, a estrada levou a expedição até uma antiga quinta de produção de chá, abandonada. Para lá, era a floresta. Foi aí que montaram acampamento durante quatro semanas e encontraram uma riqueza biológica insuspeita, como as centenas de plantas tropicais. O líder da expedição, o botânico Jonathan Timberlake salientou que "A fenomenal diversidade é muito impressionante", considerou ainda ao “Telegraph” que descobrir novas espécies não só é importante para a ciência como ajuda a salientar a necessidade dos esforços de conservação nas regiões do mundo mais ameaçadas pela desflorestação e pelo rápido desenvolvimento. Segundo ele, ainda há muitos locais como o Monte Mabu inexplorados ao redor do mundo.
No momento, os cientistas britânicos estão trabalhando com o governo de Moçambique para proteger a área descoberta e incentivar a sua conservação pela comunidade local.

Existe atualmente o risco de que o presente crescimento da economia moçambicana e sobretudo do seu sector agrícola possa ameaçar este lugar único em Moçambique e no mundo. Queimadas, abate de árvores para exploração de madeira e até conversão da zona em campos agrícolas estão a pressionar a floresta.

Esperemos que esta floresta virgem de Moçambique permaneça protegida e lamentamos que esta descoberta tenha envolvido universidades britânicas e suíças, além de cientistas moçambicanos e dos países limítrofes mas que universidades portuguesas estejam completamente fora desta que já pode ser considerada como uma das mais espantosas descobertas do ano…
Mais fotos das espécies descobertas aqui

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

O nosso papel é importante

Pois é... estamos em plena época natalícia, aquele período do ano pelo qual, normalmente, todos anseiam. Todos nós conhecemos a alegria e agitação desta época do ano, mas o Natal tem-se tornado na época do consumo, por excelência. Mais do que em qualquer outro período do ano, na época do Natal somos estimulados, influenciados, instigados, empurrados a comprar, comprar, comprar, muitas vezes, de uma forma irreflectida e pouco zelosa dos nossos interesses pessoais e do bem comum. Como se torna difícil uma mudança radical nos nossos hábitos de consumo, é importante que cada um de nós esteja consciente das consequências das nossas opções de consumo. Com alguns pequenos gestos, podemos contribuir para um Natal mais ecológico.
Ofereça um presente especial a todos e ao PLANETA.


Reutilize papéis de embrulho de anos anteriores (não se esqueça de guardar os deste ano para o próximo Natal!). Se não for possível adquira papel reciclado para fazer os seus embrulhos; Não esqueça:

O NOSSO PAPEL É IMPORTANTE

.
Para um Natal mais amigo do AMBIENTE tome uma atitude:

Adquira uma árvore de Natal sintética e reutilize-a durante muitos anos (se for bem acondicionada na caixa mantêm-se com óptimo aspecto);

Para decorar a árvore ponha a sua imaginação a funcionar e reutilize resíduos!
Alguns exemplos:
• Recorte papel de revistas e jornais velhos e faça pequenas argolas, agrafe-as uma às outras e use-as em substituição das tradicionais fitas;
• Recorte pacotes de leite em forma de estrelas e anjos, cole duas faces exteriores para que apareça somente a parte prateada, faça um furo e pendure na árvore em vez das bolas de Natal;

Para acender a lareira, evite usar acendalhas (feitas a partir de petróleo) em substituição use tiras de casca de laranja secas que tem como bónus um cheiro muito agradável;


O que não puder reutilizar separe e deposite num ecoponto ou ecocentro perto de sí;

Sei que é difícil resistir à tentação do prato tradicional do Natal, mas, caso seja mesmo impossível, as pessoas deverão optar pelo bacalhau de grande dimensão, com objectivo de evitar a extinção da espécie;

Em relação ao azevinho, uma espécie em perigo, aconselho que os consumidores os substituam por outras plantas para fazer os arranjos de decoração tradicionais nesta época;

Opte por colocar luzes de Natal com lâmpadas LEDs, pois apresentam consumos muito inferiores às lâmpadas incandescentes.

Para além de ser bastante original, tem significado sentimental, é mais económico e ecológico!

Um Belíssimo Natal Ecológico a todos.

sábado, 20 de dezembro de 2008

Acontecimento científico do Ano - Reprogramação de células adultas humanas em células estaminais

À espera do dia em que poderemos reprogramar as células do corpo humano
(foto: Juliana Mattos Coelho / aluna de iniciação científica - Laboratório de Embriologia de Vertebrados/UFRJ)

Este foi o ano em que os cientistas começaram a produzir, directamente a partir de células de doentes adultos, células estaminais que poderão um dia mudar a face da medicina.


Era uma vez uma velhinha de 82 anos que sofria de esclerose lateral amiotrófica, ou ALS, uma terrível doença neurodegenerativa do sistema nervoso central. Aquela mesma doença que deixou, há já uns anos, o célebre físico britânico Stephen Hawking totalmente paralisado e incapaz de falar. Não havia grande coisa a fazer pela doente, pois a ALS não tem hoje nem cura nem tratamento. Mas as suas células, essas, estão a fazer história.
Partindo de uma amostra de pele dela, John Dimos, da Universidade de Harvard, e colegas submeteram algumas das suas células a uma manipulação genética. Mais precisamente, pegaram em fibroblastos - células que fabricam o colagénio e a matriz extracelular, que garante a coesão dos tecidos do corpo - e submeteram-nos a uma reprogramação genética à base de quatro genes, que introduziram nas células a bordo de um vírus.
Quando cultivaram as células reprogramadas, constataram (como já se vinha fazendo há dois anos) que tinham rejuvenescido, por assim dizer. Tinham regressado a um estádio em tudo semelhante ao daquelas células que, nos embriões, são capazes de gerar qualquer tecido do organismo: as célebres células estaminais embrionárias. Contudo, como essas células não são embrionárias, mas apenas semelhantes às embrionárias, têm outro nome: células IPS (pluripotentes estaminais induzidas).

APAGAR A MEMÓRIA

A história das células IPS não começou este ano, mas em 2006, no Japão, quando Shinya Yamanaka e colegas, da Universidade de Quioto, mostraram que, ao inserir quatro genes específicos em células humanas a bordo de um vírus, conseguiam apagar a sua "memória", fazendo regredir o seu desenvolvimento. Mas só este ano é que a técnica começou a dar verdadeiras provas.
O recurso a células IPS tem a grande vantagem de evitar recorrer à clonagem de embriões humanos para aí colher, aos poucos dias de desenvolvimento, as células estaminais embrionárias - evitando assim as questões éticas levantadas por esta técnica, mesmo quando aplicada apenas a fins terapêuticos e não reprodutivos.
Entretanto, a equipa de Yamanaka conseguiu reprogramar as células sem recorrer a vírus (que poderiam surtir efeitos indesejáveis) e sem utilizar um dos genes iniciais, conhecido por ser potencialmente cancerígeno.
Seja como for, a inédita proeza de Dimos e colegas - que levou agora a revista Science, na sua edição de hoje e no seu tradicional top ten dos avanços científicos do ano, a escolher a reprogramação celular como grande vencedor de 2008 - foi o passo seguinte. Os cientistas conseguiram obrigar as ditas células IPS a diferenciar-se. Mas não para tornar a dar os fibroblastos da pele que tinham sido inicialmente. Antes para se transformarem em células do sistema nervoso, e em particular em neurónios motores! Os seus resultados foram publicados em Agosto na Science.

TRATAMENTOS À MEDIDA

Parafraseando o que escreveu na altura um especialista, num comentário aos resultados na mesma revista, isso significa que, se forem ultrapassados os grandes obstáculos técnicos e de segurança e eficácia que ainda travam o transplante deste tipo de células directamente para o doente, deverá ser em princípio possível utilizar neurónios novinhos em folha como estes para tratar e eventualmente curar doenças.
Um tratamento à medida, a partir das próprias células do doente. Claro que este cenário é ainda futurista. Mas, graças aos resultados que foram sendo conhecidos ao longo do ano, ficou sem dúvida mais perto.
Aliás, num artigo publicado em Abril na Proceedings of the National Academy of Sciences, a equipa de Marius Wernig, do MIT, já dava conta do seguinte resultado não menos importante: o transplante, para o cérebro de ratos com doença de Parkinson, de neurónios derivados da pele de ratinhos adultos permitiu reduzir os sintomas da doença nos ratos.
E em Setembro, como que numa confirmação definitiva do potencial da reprogramação celular, a equipa de In-Hyun Park, também de Harvard, revelava na revista Cell que tinha conseguido gerar células IPS a partir de células de doentes afectados por uma dezena de graves doenças genéticas, como a distrofia muscular, a coreia de Huntington, a trissomia 21 ou a diabetes juvenil, entre outras.
"Este tipo de células estaminais específicas de uma doença", escreviam esses investigadores, "fornece uma oportunidade sem precedentes de estudar a formação in vitro de tecidos normais e patológicos, abrindo assim caminho à investigação e ao desenvolvimento de novos medicamentos."
Também em Agosto, ainda outra equipa de Harvard descrevia, na Nature, como tinha conseguido inclusivamente contornar a etapa de regressão das células adultas iniciais para um estádio quase embrionário, transformando células do pâncreas de ratinhos adultos directamente em células capazes de produzir insulina, graças a uma outra combinação específica de genes.


Talvez seja possível um dia transformar qualquer tipo de célula em qualquer outro, bastando para isso conhecer a "chave" genética adequada...
Fonte da notícia: artigo de Ana Gerschenfeld impresso no Público

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Médicos norte-americanos derrubam mitos da ciência


Uma noite de Inverno com um gorro, um boné ou um chapéu, é uma noite de Inverno mais quente. Mas ninguém perde metade do calor do corpo se tiver a cabeça destapada. Este é um dos vários mitos que foram derrubados na última edição do British Medical Journal, num artigo escrito por Rachel Vreeman e Aaron Carroll da Univesidade do Indiana, em Indianapolis


É crença comum que comer à noite engorda mais, que as crianças não devem comer açúcar porque ficam hiperactivos, que os suicídios aumentam durante a época natalícia, que as ressacas têm cura, que perdemos mais calor através da cabeça e finalmente que as flores de Natal poinsettia -Euphorbia pulcherrima- são tóxicas.

Investigadores resolveram comprovar cientificamente a veracidade destes seis mitos associados a esta temporada do ano. Procuraram evidência cientifica em estudos publicados que apoiassem ou refutassem estas crenças. E descobriram que todos os mitos são falsos e não há evidência médica que os comprove.


Com gorro ou sem gorro

Quando faz frio, cobrir a cabeça não faz nenhuma diferença.
À medida que se aproxima o Natal e com ele o frio de Inverno as pessoas começam a usar chapéus ou gorros porque sempre lhes disseram que se perde 40 a 45 % do calor corporal através da cabeça.
Falso! Afirmam os autores. “ A temperaturas baixas perde-se calor através de qualquer parte do corpo a descoberto.


Muitos acreditam cegamente que se não comer à noite não engordará.

Uma alimentação nocturna não torna ninguém mais gordo. Os autores citam um estudo sueco com 83 mulheres obesas e 84 não-obesas, que mostrou que as obesas tem mais peso porque comem mais alimentos, porque fazem mais refeições e não porque comem mais tarde. "Um estudo de 86 homens obesos e 61 de peso normal não encontrou diferenças relacionadas com o horário da alimentação. Em mais de 2.500 pacientes o comer à noite não aparece associado a excesso de peso, mas fazer mais de três refeições ao dia foi ligado a ter sobrepeso ou ser obeso", prossegue o artigo. Quem evita tomar café da manhã também tende a engordar, mas não porque come mais à noite - e sim porque, nesse caso, come-se mais ao longo do dia. .
“ A única certeza é que qualquer pessoa aumenta de peso porque consome mais calorias do que aquelas que gasta referem os autores.

Mitos do açúcar

Não foram encontradas provas de que o açúcar tornasse as crianças hiperactivas
"Encontramos pelo menos 12 estudos controlados que analisaram como reagem as crianças a una dieta que contém distintos níveis de açúcar", explicam.
Nenhum dos estudos encontrados, nem sequer aqueles que analisam crianças com TDAH ( transtorno de deficit de atenção por hiperactividade) mostraram diferenças de comportamento entre crianças que haviam consumido açúcar ( dos doces, chocolates e de fontes naturais) e as que não o ingeriram”.

Os investigadores também não encontraram evidências científicas de que os suicídios aumentem durante as festividades, ou de que as flores de Natal sejam tóxicas.
Os estudos científicos também não comprovaram a existência de algum remédio eficiente para evitar a ressaca.
“ A única forma de evitar uma ressaca é beber com moderação ou não beber nenhum”.

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Gorilas em Perigo de Extinção




O gorila ocidental (Gorilla gorilla), un animal com um ADN muito semelhante ao dos humanos está em perigo de extinção.


Os gorilas encontram-se ameaçados. A situação é tão grave que a Organização das Nações Unidas (ONU) decidiu declarar 2009 como o Ano Internacional deste primata. As estimativas mais optimistas assinalam uma população mundial de 200.000 exemplares, enquanto as mais pessimistas apontam 6.000.

Os conflitos bélicos que se verificam no seu habitat natural há vários anos constituem a su a principal ameaça. É o caso de Ruanda e Uganda, o lugar da terceira parte dos últimos gorilas de montanha do mundo. Ainda a agravar a situação está a caça ilegal que também tem dizimado os pobres animais. Pela sua carne e peles pagam-se grandes somas de dinheiro. Por outro lado, as mudanças climáticas e a desflorestação afectam negativamente a sobrevivência dos gorilas.


Noticia retirada de: Ecologia Verde

domingo, 14 de dezembro de 2008

Zoológico faz mal aos elefantes

Elefantes em cativeiro vivem menos
Estudo revela casos de infanticídio, herpes, tuberculose...
Vidas diferentes em habitat natural e construído.
Passar um dia no jardim zoológico com a família ou com os amigos, ao ar livre em contacto com animais de distintas espécies, é sem dúvida, um passeio muito atractivo para crianças e adultos.

No caso dos elefantes, o cativeiro em zoológicos diminui de forma significativa a sua esperança de vida. Em liberdade um elefante africano pode alcançar uma esperança de vida de 56 anos, enquanto que em cativeiro só atinge 17 anos. No caso dos elefantes asiáticos, um animal que viva na selva tem como esperança média de vida 42 enquanto se viver num Zoo Europeu só vive em média 19 anos. Além disso este grupo é mais propenso a sofrer de problemas físicos e psicológicos como a infertilidade, herpes, tuberculose a angústia e o infanticídio entre outros. Estes dados foram revelados em estudo realizado pela Sociedade Real Britânica para a Prevenção da Crueldade contra Animais e publicado na revista Science. A principal causa da morte nos paquidermes adultos que vivem em jaulas é a obesidade, enquanto nos animais mais jovens é o stresse que estes sofrem quando são transportados de um zoológico para outro, quando não tem espaço suficiente para se deslocaram ou mesmo devido à presença do público.
"Nos zoológicos, o bem-estar dos elefantes africanos (Loxodonta africana) e asiáticos (Elephas maximus) é motivo de preocupação. A equipa internacional de investigadores estudou mais de 4.500 elefantes, incluindo metade da população mantida em cativeiro no mundo e com dados reveladores: "A mortalidade de filhotes e de jovens não difere entre as populações, mas as fêmeas adultas morrem mais cedo nos zoológicos do que nos parques nacionais em liberdade", escreveram os investigadores.

Nos últimos anos, numerosos activistas têm feito campanhas a favor da libertação dos elefantes "em jaulas" de zoos, fundamentalmente devido ao facto de considerarem que "estes animais necessitam de bastante espaço" para viver.
Foto: Flickr

sábado, 13 de dezembro de 2008

Natureza curiosa : Mariposa Estranha e Bela

A mariposa mais estranha, formosa e completamente branca dá pelo nome Pterophorus pentadactyla, é encontrada em grande parte da Europa, sendo muito comum na Grã Bretanha.Pode ser vista entre Junho e Agosto. Suas asas medem entre 25 e 30 milímetros.Cada uma das asas está dividida em 5 segmentos semelhantes a plumas. Aqui deixo algumas fotos para que admirem a sua rara beleza.




O seu Habitat:



A larva come as folhas e flores de Convolvulus ou Calystegia. É verde e apresenta pêlos. Hiberna quando é pequena, completando o seu desenvolvimento na primavera . Pupação ocorre sob uma folha.
Convolvulaceae - Calystegia sepium

Os adultos voam a partir de meados de Junho até meados de Agosto. Eles estão ativos ao entardecer e são atraídos pela luz.
Os adultos alimentam-se do nectar das flores das plantas:

Tanacetum vulgare


Achillea millefolium

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Borboletas terão de "fugir de casa" por causa do clima

Parnassius apollo uma das borboletas em risco
Teme-se que as mudanças climáticas provoquem grandes alterações no habitat das espécies. A ordem dos Lepidoptera (borboletas) pode ser das primeiras a reagir. As borboletas da Europa podem ter de fugir para Norte por causa do calor.

Segundo Josef Settele, principal autor do Climatic Risk Atlas of European Butterflies, a maioria das espécies vai ter de alterar radicalmente a sua distribuição. A forma como as borboletas mudam vai indicar a possível resposta de muitos outros insectos, que em conjunto totalizam dois terços de todas as espécies.

As borboletas têm vindo a ser ameaçadas por uma fragmentação progressiva das áreas onde vivem e pela introdução de monoculturas. Se forem obrigadas a fugir do seu habitat, ninguém sabe se conseguirão encontrar novos locais para colonizar, até porque muitas alimentam-se de uma única espécie vegetal.O desaparecimento destes insectos pode ter um grande impacte no ecossistema. As borboletas são importantes na cadeia alimentar, são o alimento de morcegos e de aves e são excelentes polinizadores. Se desaparecerem, a polinização pode diminuir, o que afectará o homem.

Os investigadores projectaram dois cenários. O pior, que conta com uma subida da temperatura média da Europa de 4,1 graus em 2080, prevê que 95 por cento da terra que actualmente está ocupada por 70 borboletas diferentes vai tornar -se demasiado quente para estas espécies. O cenário menos radical, com uma subida da temperatura de 2,4 graus, prevê que metade das áreas onde vivem 147 espécies de borboletas vai ficar inabitável.

Fonte: Público

Antártida: colônias de pinguins podem desaparecer



A Antártida no momento abriga cerca de 40 colônias de pinguins-imperador e 160 de pinguins Adelie (fonte: National Geographic)


Caso o gelo do mar desapareça, as duas espécies terão mais dificuldade para fazer os seus ninhos e podem enfrentar competição vinda dos demais pinguins, que vivem permanentemente em mar aberto (fonte: Getty Images)


Até 75% das grandes colônias de pinguins da Antártida podem desaparecer se as temperaturas do continente continuarem a aumentar (fonte: National Geographic).
Se te preocupas com o ambiente e gostas destes simpáticos animais podes aprender mais acerca deles vizualizando os vídeos aqui.

Fonte: National Geographic

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Neste Natal Ofereça Uma Prenda Muito Original

Este Natal, adopte um garrano ou escolha um outro presente natalício de um conjunto de «ideias ecológicas» sugeridas por ATN.


Foto retirada de: www.ecotura.com

A ATN, Organização Não Governamental da área do Ambiente, com sede em Figueira de Castelo Rodrigo, está lançar nesta época de Natal, um conjunto de «ideias ecológicas», para promover a sustentabilidade e conservação da natureza.
Entre as ideias lançadas por aquela organização ambientalista, destaca-se a possibilidade de adopção de um garrano.
As escolhas, porém, são muitas e podem ir desde a oferta de um simples fardo de palha, à adopção de um cavalo garrano, apoiando-o na verificação da sua saúde, no fornecimento de alguma alimentação suplementar e na manutenção de infra-estruturas como vedações e abrigos. Na Reserva da Faia Brava, que a ATN detém na Zona de Protecção Especial do Vale do Côa, existem 11 cavalos garranos.
No âmbito do projecto «Garranos da Faia Brava», a ATN tem vindo a desenvolver esforços no controlo de matos, de modo a recuperar áreas importantes com o apoio desta raça portuguesa de cavalos semi-selvagens e em vias de extinção.
Numa época «em que procuramos o presente mais original, é uma boa altura para reflectirmos sobre a utilidade das prendas que oferecemos», propõe esta associação sem fins lucrativos.
A ATN está a desenvolver também o projecto «Pomares da Faia Brava», que pretende recuperar e manter todas as espécies de árvores ali existentes, com destaque para as oliveiras, amendoeiras e figueiras, dado que fornecem alimento à fauna silvestre.
Os produtos derivados da gestão destes pomares são valorizados pela ATN como produtos biológicos, destacando-se o azeite certificado de marca própria «Faia Brava», de colheita manual, realizada por trabalhadores rurais e voluntários.

Foto retirada de: ogalaico.blogspot.com

Fonte da notícia: http://diario.iol.pt/

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

No Mundo das Formigas



"Como elas estão por toda a parte, um dia, claro,
teriam que aparecer no Centro Ciência Viva da Floresta!
E aí estão elas, umas atrás das outras, sempre em fila e sem se perderem,
lá vêm as formigas!
Nesta palestra e saída de campo orientadas pelo
Biólogo Eduardo Sequeira
vamos descobrir muitas curiosidades sobre esses pequenos insectos,
desde a organização do trabalho no formigueiro até à reprodução".

Data: 27 de Dezembro de 2008

Local:Centro Ciência Viva da Floresta, Castelo Branco

Organização: Centro Ciência Viva da Floresta

Público-alvo:Pais & Filhos
Actividade gratuita

Inscrições até 26 de Dezembro Inscrição online

Contacto: Associação Centro Ciência Viva de Proença-a-Nova, Moitas, 6150-345 Proença-a-Nova, Castelo Branco; Tel.: (+351) 274 670 220; Fax.: (+351) 274 670 228; info@floresta.cienciaviva.pt; http://floresta.cienciaviva.pt/.

Fungo ameaça dizimar populaçoes de anfíbios em todo o mundo

Fungo ameaça dizimar populações de anfíbios em todo o mundo

Foto:http://www.ra-bugio.org.br/anfibios

Relatórios da IUCN (International Union for Conservation of Nature) revelam que 1896 espécies, representando 32% dos anfíbios mundiais se encontram em risco. As ameaças a estes animais incluem doenças virais, perda de habitat, seca, poluição e falta de alimento mas parece que a principal é mesmo o fungo: o Batrachochytrium dendrobatidis. Estão a ser tomadas medidas para controlar esta praga, nomeadamente o resgate de indivíduos do seu habitat natural mas, tal como revela um estudo recente, não vai ser fácil de combater.

O Batrachochytrium dendrobatidis é um fungo parasita que foi recentemente associado ao declínio das espécies de anfíbios que se tem vindo a verificar ao longo dos últimos 50 anos em todo o mundo, com destaque para as florestas montanhosas tropicais da Austrália e Panamá. Está na origem de uma micose cutânea (infecção da pele por um fungo) designada por Chytridiomicose. já que está incluido na divisão Chytridiomycota, a qual engloba os fungos mais primitivos. Foi descoberto pela primeira vez em 1998 e é o único fungo desta divisão conhecido por parasitar vertebrados. Pode sobreviver no ambiente, especialmente em meios aquáticos, durante várias semanas e provocar infecções latentes nos hospedeiros, o que dificulta muito a sua erradicação.
Afecta tanto adultos como girinos (formas larvares dos anfíbios) embora nestes últimos afecte apenas a região bucal porque o resto do corpo não é ainda revestido pelas células queratinizadas em que se desenvolvem. Já foi descrito em 38 espécies de anfíbios, incluindo sapos, rãs e salamandras em todos os continentes com excepção da Ásia.

Neste momento pensa-se que será o principal responsável pelo declínio global nas populações de anfíbios que tem ocorrido desde os anos 60. É capaz de matar um sapo adulto em 10 a 18 dias embora a forma como a patologia se desenvolve seja ainda desconhecida. Até ao momento foram descritas duas hipóteses: um processo físico em que o fungo destrói as células da epiderme e o hospedeiro, que respira pela pele, morre por asfixia, ou um processo químico em que o fungo produz um tipo de substância tóxica.
Até agora a maioria dos esforços para conservação dos anfíbios foram concentrados na identificação de espécies em alto risco de extinção estabelecendo programas de reprodução em cativeiro em unidades de biosegurança em que os indivíduos estão protegidos de Batrachochytrium dendrobatidis.

“A resposta imediata tem sido a adequada: tirar as espécies ameaçadas do seu estado selvagem e mantê-las em cativeiro” diz Trent Garner do Institute of Zoology, em Londres. Acrescenta no entanto que “estamos eventualmente a deixar de fora espécies muito importantes, isto porque, inevitavelmente, umas acabam por ter prioridade sobre as outras”.

Agora está a surgir uma estratégia alternativa que no passado muitos julgaram impossível: reduzir a quantidade de Batrachochytrium dendrobatidis nas populações selvagens e permitir que convivam com ele.

Em experiências laboratoriais Garner e os seus colegas têm demonstrado que é possível curar os girinos infectados com Batrachochytrium dendrobatidis banhando-os numa solução de itroconazole, um antifúngico, durante 5 minutos por dia e ao longo de 7 dias. “Mesmo usando dosagens muito baixas, conseguimos mostrar que é possível eliminar o Batrachochytrium dendrobatidis dos anfíbios” diz Garner que apresentou os seus resultados num encontro sobre o declínio dos anfíbios na Zoological Society of London, na passada semana.

Além disso, uma inspecção detalhada um mês depois demonstrou que estes não sofreram qualquer um dos efeitos secundários da droga, como lesões hepáticas.

No princípio do próximo ano, Garner e a sua equipa irão viajar para Maiorca, em Espanha, onde o Batrachochytrium dendrobatidis afecta o sapo parteiro de Maiorca (Alytes muletensis), que ocupa a 55ª posição na lista das 100 espécies anfíbias em maior risco de extinção, de acordo com a Zoological Society of London.

A equipa planeia resgatar girinos desta espécie do habitat em que vivem, submetê-los ao mesmo tratamento e devolvê-los de novo à natureza. Como o Batrachochytrium dendrobatidis pode ainda afectar estes indivíduos, a equipa de Garner vai experimentar com quantos girinos tratados e quantas vezes a população sobreviverá com um nível aceitável de indivíduos. “O objectivo é a atenuação e não a eliminação” diz Garner. “Já que os sintomas da doença variam de acordo com a quantidade de fungo a que os anfíbios estão expostos, tal redução pode tornar a infecção por Batrachochytrium dendrobatidis menos mortal e mesmo reduzir o número de novas infecções”.
Richard Griffits da University of Kent, em Canterbury, no Reino Unido,adverte também que pode ser necessária uma estratégia diferente para combater o Batrachochytrium dendrobatidis noutras partes do mundo. Garner admite que as coisas podem tornar-se mais complicadas se, por exemplo, o número de espécies que partilham o mesmo habitat for maior.

Outra opção discutida na reunião para proteger as populações de anfíbios deste fungo e outras ameaças é preservar o seu esperma e ovos para que a diversidade genética possa ser mantida mesmo com o número de exemplares a diminuir. Por exemplo, desde Junho que o Projecto Amphibian Ark tem vindo a discutir o estabelecimento de Biobancos para anfíbios.

Fonte da noticia: http://www.animalia.pt/

domingo, 7 de dezembro de 2008

ESTUDANTES DESCOBREM PLANETA ÚNICO

Três estudantes universitários, da Universidade de Leiden nos Países Baixos, descobriram um planeta extrasolar. O extraordinário achado, que apareceu durante o seu projecto de pesquisa, tem cerca de cinco vezes a massa de Júpiter. É também o primeiro planeta a ser descoberto em torno de uma estrela muito quente e com uma alta rotação.
Os estudantes testavam um método de investigar flutuações de luz de milhares de estrelas na base de dados OGLE de um modo automático. Descobriram que o brilho de uma das estrelas diminuia cerca de 1% durante duas horas a cada 2,5 dias. Observações posteriores, pelo VLT do ESO no Chile, confirmaram que este fenómeno é provocado pela passagem de um planeta em frente da estrela, bloqueando parte da luz estelar em intervalos regulares.
De acordo com Ignas Snellen, supervisor do projecto de pesquisa, a descoberta foi completamente uma surpresa. "O projecto tinha na realidade o objectivo de ensinar os estudantes a desenvolver algoritmos de pesquisa. Mas portaram-se tão bem que restou tempo para testar o seu algoritmo numa base de dados até à altura não explorada. A certa altura vieram até ao meu escritório e mostraram-me esta curva de luz. Fiquei completamente espantado!"


Durante o seu projecto de pesquisa, os estudantes Francis Vuijsje, Meta de Hoon e Remco van der Burg (esquerda para a direita), descobriram um planeta extrasolar que é cerca de cinco vezes maior que Júpiter e orbita uma estrela quente e com uma alta rotação.
Crédito: Observatório Leiden
(clique na imagem para ver versão maior)
Os estudantes, Meta de Hoon, Remco van der Burg, e Francis Vuijsje, ficaram extremamente entusiasmados. "É excitante não só descobrir um planeta, mas encontrar um tão invulgar como este; pelos vistos é o primeiro planeta descoberto em torno de uma estrela com alta rotação, e é também a estrela mais quente que se sabe conter planetas," diz Meta. "O computador precisou mais de mil horas para fazer todos os cálculos," afirmou Remco.
O planeta foi denominado OGLE2-TR-L9b. "Mas entre nós chamamo-lo ReMeFra-1, de Remco, Meta e eu próprio," diz Francis.
O planeta foi descoberto através da pesquisa de variações de brilho em aproximadamente 15.700 estrelas, que tinham sido observadas pelo estudo OGLE uma ou duas vezes por noite durante cerca de quatro anos entre 1997 e 2000. Estes dados foram tornados públicos, e por isso foram um bom teste para o algoritmo dos estudantes, que mostraram que para uma das estrelas observadas, OGLE-TR-L9, as variações eram devidas a um trânsito - a passagem de um planeta em frente da sua estrela. A equipa então usou o instrumento GROND no telescópio de 2,2 metros do Observatório La Silla do ESO para mais observações e para saber mais acerca da estrela e do planeta.


Impressão de artista do planeta OGLE-TR-L9b. Orbitando a sua estrela-mãe a cada 2,5 dias, situa-se a apenas 3% distância Terra-Sol da sua estrela, o que o torna muito quente. A própria estrela é a mais quente já descoberta com um planeta.
Crédito: ESO/H. Zodet
(clique na imagem para ver versão maior)
"Mas para termos a certeza que era um planeta e não uma anã castanha ou uma pequena estrela que provocava as variações no brilho, precisámos de recorrer à espectroscopia, e para isso, ficámos contentes por usar o VLT do ESO," afirma Snellen.
O planeta, que tem cerca de cinco vezes a massa de Júpiter, orbita a sua estrela-mãe a cada 2,5 dias. Situa-se a apenas 3% da distância Terra-Sol entre a sua estrela, o que o torna muito quente e muito maior que os planetas normais.
A espectroscopia também mostrou que a estrela é muito quente - quase 7000 graus, ou 1200 graus mais quente que o Sol. É a estrela, até agora, mais quente que se sabe ter um planeta, e roda muito depressa. O método de velocidade radial - que foi usado para descobrir a maioria dos planetas extrasolares conhecidos - é menos eficiente em estrelas com estas características. "Isto torna esta descoberta ainda mais interessante," conclui Snellen.

Fonte da notícia: Astronomia on-line
site http://www.ccvalg.pt/astronomia/

Glaciações em Marte

Ciclos de Alterações climáticas actuando em Marte durante milhões de anos deixaram a sua marca ao moldar as rochas sedimentares em camadas que se repetem em belos padrões rítmicos capturados em 3D pela câmara da sonda Mars Reconaissance Orbiter (MRO).

NASA detecta vestígios de glaciações (semelhantes às encontradas na terra) no planeta vermelho.Os dados aparecem num estudo publicado na revista Science dia 5 de Dezembro.
Cientistas do Instituto de Tecnologia da Califórnia apresentam provas de ciclos de alterações climáticas sofridos pelo planeta vermelho e causadas pela sua inclinação astronómica.
Através de mapas transmitidos pela câmara de alta resolução de MRO, os cientistas identificaram e mediram as elevações rochosas no interior de 4 crateras de Marte. Estas nas escalas aparecem com dimensões que vão desde alguns metros até dezenas de metros, mas em cada lugar apresentam espessura e outras características semelhantes.

A partir do padrão de camadas rochosas sobrepostas na cratera Becquerel, os cientistas propõem a teoria de que a formação de cada uma teve lugar num período de 100.000 anos. A causa das suas formações estaria nos câmbios climáticos cíclicos.
Os cientistas tomaram como unidade 10 camadas para um milhão de anos. Assim conseguiram observar o fenómeno já bem conhecido das mudanças na inclinação do planeta causado pela dinâmica do sistema solar.
Kevin Lewis refere que as pequenas variações da órbita de Marte são devidas às camadas sobrepostas que se formaram devido às variações climáticas cíclicas. Segundo este cientista, estas alterações são as mesmas que desencadearam as glaciações no nosso planeta. Este estudo dá uma ideia sobre a forma como terá actuado o clima no passado em Marte.
Fontes da notícia: Elmundo.es e NASA
Foto: Science

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

"Um Planeta, Um Oceano"

Nova exposição do Oceanário de Lisboa

O Oceanário de Lisboa tem uma nova razão para ser visitado
.

Defender os oceanos e o planeta, um reforço de mensagem

O Oceanário de Lisboa tem a partir de quinta-feira, dia 4, um novo espaço que, de forma interactiva, explica a mensagem do museu vivo onde se cruzam quatro oceanos e a sua relação com os habitantes do planeta.

Compreender que os oceanos estão interligados e que as acções de cada um de nós têm impacto em todo o planeta, é o objectivo do novo espaço “Um Planeta, Um Oceano.” Numa viagem tão rápida quanto intensa pelos oceanos e pelo planeta percebemos que o oceano nos liga a todos tornando comuns os nossos objectivos e responsabilidades face à natureza.

A exposição possibilita um passeio “dentro” do oceano, através de uma área circular onde se observa a linha de costa e diversos pontos do globo. Através desta metáfora os povos de todo o mundo estão ligados por um só mar, sem distâncias nem fronteiras. Esta experiência mostra que a conservação dos oceanos é um dever da humanidade.

Pequenas caixas interactivas permitem saber como pescar de forma sustentável, descobrindo que Portugal consome cerca de 65 a 70 mil toneladas de bacalhau por ano e que 75 por cento dos stocks de peixe em mundo estão sobre-explorados. Os visitantes podem também tocar em pele de tubarão, observar as suas mandíbulas e até tocar num recife de coral morto.

A exposição também disponibiliza conselhos “salva-vidas”. Salvar vidas será fácil se todos adoptarmos pequenas mudanças no dia-a-dia. Aqui as dicas e conteúdos, baseados em dados científicos, sensibilizam para a importância do colectivo na mudança do Planeta.

Assistir ao vídeo “Pale Blue Dot”, com locução do cientista e astrónomo Carl Sagan é uma experiência que não deixará ninguém indiferente. Este vídeo transmite uma perspectiva dramática e emocional do planeta e a responsabilidade que nos cabe a todos perante a sua preservação e conservação.

Com o tema «Um Planeta, Um Oceano», a exposição facilita a compreensão da mensagem total do Oceanário, fazendo com que os visitantes vejam o aquário de uma perspectiva mais atractiva, interessante, perceptível e divertida.

A mostra pretende contribuir para uma mudança de comportamentos no dia-a-dia que ajudem o planeta e os oceanos.

Usar mais os transportes públicos, alterar a forma como se consome água, reciclar equipamentos e tratar convenientemente o lixo são gestos simples que podem fazer a diferença.

«A esperança é que depois de ver esta exposição cada um de nós sinta a necessidade de alterar pequenos detalhes na nossa vida»( palavras de João Falcato, administrador do recinto da exposição).

Notícia retirada de:http://www.oceanario.pt/

Lémures na luta contra a Sida

Foto retirada de: Flickr

Os cientistas que procuram soluções para o combate à Sida poderão contar com um novo aliado: o lémure. Este pequeno primata de Madagáscar é imune à doença, já que o seu ADN contém genes que o protegem do vírus. Esta descoberta poderá ajudar a combater uma infecção que afecta 33 milhões de pessoas e causa um milhão de mortes por ano.
Os últimos dados da Organização Mundial de Saúde(OMS) referem que só na Europa o número de infectados duplicou entre os anos 2000 e 2007.

De acordo com estudo realizado por uma equipa de cientistas da Universidade de Stanford o genoma de um lémure, primata do tamanho de um esquilo que vive apenas em Madagáscar, pode ajudar os cientistas a compreender como os vírus da Sida evoluíram com os primatas. O estudo – publicado nesta terça-feira (dia 2) na revista “Proceedings of the National Academy of Sciences” (PNAS) – pode vir a mostrar o motivo pelo qual os primatas não humanos não contraem Sida e levar ao desenvolvimento de novos tratamentos para as pessoas.

O Cientista Rob Glifford, autor principal do estudo, analisou o ADN de 21 espécies de primatas à procura de uma cadeia de nucleotídeos equivalente ao genoma do moderno lentivírus — família de vírus na qual se inclui o da imunodeficiência humana (HIV) — e encontrou-a no ADN do pequeno lémure cinzento (Microcebus murinus).
O HIV é um retrovirus que pertence à família dos lentivírus( nome que tem a sua origem na lentidão com que a infecção demora a instalar-se). Até ao momento pensava-se que estes vírus começaram a infectar os primatas à cerca de um milhão de anos. Acredita-se que o vírus se transmitiu no estado activo aos seres humanos através do consumo de carne de chimpanzé em África.
Tendo em conta os resultados do estudo os cientistas estão convencidos de que os lentivírus começaram a infectar os primatas há 85 milhões de anos.
Os lentivírus reproduzem-se inserindo o ácido ribonucleico no ADN de uma célula. Sabe-se que alguns deles infectam células que se transformam em espermatozóides ou óvulos, e, consequentemente, incorporam o ADN viral no genoma do hospedeiro.
Até o ano passado, quando Glifford descobriu um lentivírus endógeno no ADN do coelho europeu, ignorava-se que os lentivírus podiam ser herdados dessa maneira.
Os ancestrais do lémure moderno colonizaram Madagáscar há 75 milhões de anos e, desde então, evoluíram longe de seus primos africanos portadores do lentivírus, dos quais estão separados por 400 quilómetros de mar. A última das pontes terrestres ocasionais entre ambos os lugares desapareceu sob o mar há 14 milhões de anos, o que sugere que os lentivírus têm pelo menos essa idade. A descoberta de Glifford também sugere que os lentivírus podem ser encontrados em outros lugares, entre os macacos asiáticos e do Novo Mundo.
Estas interacções entre lentivírus e primatas revestem-se de grande interesse para a luta contra a Sida porque vários dos genes que protegem os símios da doença codificam proteínas do sistema imunitário que atrasam ou bloqueiam a reprodução do vírus, algo que não ocorre nos humanos.
Segundo pesquisas anteriores, esses genes evoluíram como uma resposta a milhões de anos de infecção por um retrovírus.
Até agora, os cientistas pensavam que os lentivírus eram jovens demais para terem participado na evolução. Gifford e seus colegas demonstraram que as interacções dos vírus com os primatas datam de vários milhões de anos. Estas evidências podem ajudar a entender a evolução destas defesas imunitárias tão importantes e trazer novas perspectivas para o tratamento ou a vacina contra a Sida.
A propósito do Dia Mundial da Luta contra a Sida,comemorado dia 1 de Dezembro, o Projecto Grande Símio exige mais medidas para acabar com uma pratica que continua vigente em África. De facto, em Madagáscar ainda se caçam lémures apesar de serem animais protegidos.
Fonte da notícia: ElMundo.es

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Descoberto mecanismo do envelhecimento.


Cientistas afirmam num artigo publicado recentemente ter encontrado o mecanismo universal que explica o envelhecimento.
Graças ao desenvolvimento de chips de ADN comprovou-se que um grupo de proteínas chamadas sirtuinas condiciona o processo de envelhecimento dos mamíferos.

"As sirtuinas operam como guardiãs das células", disse o cientista David Sinclair, da Faculdade de Medicina de Harvard, "Estas enzimas permitem que as células sobrevivam aos danos provocados pelo envelhecimento e retardam a morte das células".

Esta importante descoberta publicada na prestigiada revista Cell-2, propõe um “mecanismo universal” de envelhecimento, até ao ponto de poder no futuro criar medicamentos que tornem a velhice reversível.

Segundo os cientistas este mecanismo tanto afecta organismos unicelulares (leveduras) como multicelulares (mamíferos) e remonta á mil milhões de anos, tendo-se mantido nos mais diversos seres vivos ao longo da evolução.

O estudo demonstrou que com o avanço da idade os danos provocados no ADN (principal componente do material genético) afectam a capacidade das células de regular convenientemente a activação/inactivação da expressão genética, em situações particulares.
Sinclair e outros cientistas do Departamento de Biologia do Instituto Tecnológico de Massachussets haviam já descoberto que uma proteína sirtuina sir2 de levedura condicionava o processo de envelhecimento desta de duas maneiras: por um lado ajudava a regular a actividade genética , por outro ajudava a reparar quebras no ADN.
À medida que passa o tempo e se acumulam danos no ADN a sirtuina vai perdendo a capacidade de regular eficazmente a actividade genética aparecendo como consequência as características próprias do envelhecimento

As experiências efectuadas pelos cientistas vieram provar que o processo de envelhecimento vinculado à sirtuina verificado nas leveduras também acontece nos ratinhos.
As proteínas sirtuinas assinalam os genes que devem permanecer inactivados no interior das células. Deste modo ajudam a preservar a cromatina ( substância a partir da qual se constituem os cromossomas durante a divisão celular) a qual vai envolver os genes que devem permanecer inactivos.
Quando acontecem danos no ADN as proteínas abandonam as suas funções de guardas para ajudar o ADN a reparar os erros. Durante este intervalo de tempo, o invólucro da cromatina pode desenrolar-se e os genes até agora silenciados começam a “despertar”.
À medida que o rato envelhece a taxa de danos no ADN aumenta porque as proteínas diminuem a função de vigilância. Como resultado surge a desregulação da expressão genética.
Os cientistas com a ajuda dos chips de ADN mostraram que fornecendo resveratrol (um activador da sirtuina) a ratos, estes apresentavam um aumento da esperança de vida entre 24 a 46% nos animais. Verificou-se que quando se fornecia mais sirtuina a reparação do ADN ficava mais eficiente. A sirtuina é capaz de revitalizar os cromossomas que vão perdendo a integridade à medida que se dá o envelhecimento. Os cientistas referem que esta descoberta abre uma via à criação de medicamentos que poderão estabilizar a redistribuição de sirtuina à medida que o tempo passa e a idade avança.

Em conclusão, a deterioração do ADN não é em si mesma a causa do envelhecimento, mas é ela que põe em marcha um processo que provoca a ausência de regulação na expressão genética. É possível inverter o processo do envelhecimento segundo os cientistas. Os investigadores pensam ser possível agora criar medicamentos capazes de aumentar a nossa resistência às doenças e retardar o envelhecimento». Se for verdade é uma descoberta importante (interessante!).

Fonte da notícia: Tendencias21