sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Bee-Doc

CADA VEZ HÁ MENOS ABELHAS NO NOSSO MUNDO


A população dos enxames diminui ou desaparece.

Entre 2006 e 2007 desapareceram 25% das abelhas nos Estados Unidos. O mesmo aconteceu na Europa.

A situação é mais grave do que possa parecer à primeira vista. O fenómeno é conhecido como Síndrome do Colapso das Colónias - Colony Collapse Disorder ou CCD ( sigla em inglês) e tem graves consequências no meio ambiente pois como todos sabemos as abelhas desempenham no planeta uma importante função polinizadora.

A adicionar a este problema temos ainda as perdas económicas. Em algumas regiões de França, como por exemplo nas zonas próximas de Lyon e Alsácia as perdas ultrapassam os 50%.

A União Europeia pôs em desenvolvimento um projecto designado Bee-Doc para investigar o problema. Começou no passado mês de Março e terá a duração de três anos. Estão a trabalhar neste projecto onze universidades de nove países sob a orientação do professor Robin Moritz.
Podes ver um video em:
http://www.apinews.com/en/news/item/12079-eec-community-program-bee-doc e também para mais informação podes dar uma espreitadela no site
http://www.bee-doc.eu/

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Como os leopardos adquiriram as suas manchas, a Matemática explica.

Padrão do pêlo de leopardos que passam mais tempo em árvores é irregular
Uma vez mais a matemática apresenta-nos uma explicação para fenómenos da natureza.
Um estudo da Universidade de Bristol (Reino Unido) explica que o pêlo dos felinos evolui rapidamente, para os ajudar a camuflarem-se no seu habitat. Nos resultados, publicados na Proceedings of the Royal Society B, os investigadores mostram que, através da análise de 35 espécies diferentes, obtiveram um modelo matemático de desenvolvimento de padrões que determinam a aparência final.
Através dos modelos matemáticos relacionou-se a complexidade dos padrões da pelagem dos felinos com o habitat utilizado por estes.
Segundo um dos autores, William Allen, o padrão revela-se particularmente irregular nos leopardos que têm vida nocturna e que passam mais tempo nas árvores do que no solo. No entanto, o guepardo ou chita mantem as manchas, apesar da sua preferência por espaços abertos.
Apenas os tigres têm raios verticais e alargadas durante os seus passeios por pastos onde habitam. Os leões usufruem orgulhosamente de manchas laterais. Os especialistas da área, antes destes avanços, acreditavam que os felinos usavam as suas cores para atraírem o sexo oposto.

O estudo da equipa de Allen descarta essa teoria: “se existisse um motivo sexual, tanto os machos como as fêmeas teriam diferentes padrões e isso não se verifica”. Os investigadores britânicos refutam ainda a teoria de que as manchas possam representar estatutos ou funções sociais de determinado indivíduo no grupo.

Allen revela que o título do estudo, «Como os leopardos obtêm as suas manchas» foi inspirado na história homónima de Rudyard Kipling – que conta como é que estes animais deixam a marca negra das suas impressões digitais na pelagem lisa de outros exemplares, após se encontrarem com eles. “Pode aparecer ligeiramente borratada, mas se nos aproximarmos vêem-se cinco marcas”, escreveu.
Os investigadores concluíram que as espécies de felinos mais adaptadas às árvores e com actividade nocturna apresentam os padrões mais complexos e irregulares. A origem destes padrões depende do habitat e da forma como a espécie utiliza esse habitat, proporcionando uma camuflagem essencial para sua sobrevivência.
No caso dos leopardos, o distinto padrão que apresentam ter-se-á desenvolvido nas florestas, um habitat mais complexo, que terá induzido ao desenvolvimento de um padrão mais complexo. A relação apurada foi neste trabalho estabelecida através de modelos matemáticos que demonstram a relação das complexidades dos padrões e que se terá desenvolvido por mecanismos genéticos normais.

Notícia lida em Ciencia.hoje.pt e em http://naturlink.sapo.pt

domingo, 24 de outubro de 2010

Uma "Maravilha de Formigas" - Melhor Fotografia do Ano

Formigas da Costa Rica trabalhando à noite - Foto vencedora de Bence Mate
O concurso de fotografia da natureza mais prestigioso do mundo, o Wildlife Photographer of the Year, premiou este ano uma impressionante imagem intitulada "A Maravilha das Formigas".

A fotografia mostra um exército destes insectos despedaçando uma folha e carregando os fragmentos para o seu ninho.

O júri elogiou o seu autor, o húngaro Bence Mate, pela "qualidade artística" da sua imagem, que foi tirada à noite mostrando as silhuetas das formigas capturadas na parte de trás da folha.

"Eu gosto de fotografar a acção e esta imagem mostra muitas atividades diferentes: como as formigas recortam as folhas e as transportam. Além disso, as suas silhuetas oferecem uma "visão diferente ", comentou Matt sobre a sua foto vencedora.

O fotógrafo húngaro capturou a imagem durante uma expedição de seis meses na Costa Rica. Desde que descobriu estas formigas, ficou fascinado, se bem que muito frustrado ao descobrir que as formigas apenas fazem o seu trabalho de recortar as folhas durante a noite.

O Wildlife Photographer of the Year é um concurso organizado pelo Museu de História Natural de Londres e pela revista BBC Wildlife Magazine. Tanto a imagem vencedora como as outras 100 candidatas para este prémio vão ser exibidas no museu da capital britânica.

Fonte da notícia:
http://www.elmundo.es/elmundo/2010/10/21/ciencia/1287653278.html

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Bichos- da- seda transgénicos produzem teia da aranha

Fios de seda, casulos e bichos da seda transgénicos [Imagem: Dr Malcolm J. Fraser., Notre Dame University]
Cientistas conseguiram produzir bichos-da-seda transgênicos capazes de produzir seda de aranha.

Embora seja um objetivo há muito tempo perseguido pelos cientistas, até hoje apenas pequenas quantidades de teia de aranha haviam sido produzidas em laboratório.

Em virtude de utilizar o bicho-da-seda, largamente explorado na indústria, como matriz, o novo processo tem potencial para ser usado em larga escala.

As teias de aranha naturais têm várias propriedades físicas únicas, incluindo uma elasticidade e uma resistência à tração significativamente superiores à dos fios do bicho-da-seda.

Segundo os investigadores, a seda de aranha artificial, produzida pelos bichos-da-seda transgênicos, apresenta propriedades de força e flexibilidade similares à seda de aranha natural.

"Esta pesquisa representa um avanço significativo no desenvolvimento de fibras de seda aprimoradas tanto para aplicações médicas como não-médicas," afirma Malcolm J. Fraser, coordenador da equipe. "A produção de fibras de seda com as propriedades da teia da aranha tem sido uma das metas mais importantes na ciência dos materiais."


O fabrico da teia de aranha pelo bicho-da-seda foi possível graças a uma técnica chamada piggyBac, desenvolvida por Fraser. PiggyBac é um pedaço de DNA, conhecido como transposão, capaz de se inserir no mecanismo genético de uma célula.

Os cientistas manipularam geneticamente os bichos-da-seda para que eles incorporassem DNAs específicos extraídos das aranhas.Quando esses bichos-da-seda transgênicos tecem os seus casulos, a seda produzida por eles não é a seda de um bicho-da-seda comum, mas uma combinação de seda de bicho-da-seda e seda de aranha.

A proteína de seda geneticamente modificada produzida pelos bichos-da-seda transgênicos melhorou consideravelmente a elasticidade e a força dos seus fios, fazendo-os aproximar-se da qualidade da seda natural de aranha.

As fibras de seda de aranha têm inúmeras aplicações biomédicas em potencial, tais como fios de sutura mais finos e mais resistentes, curativos e suportes para a recuperação ou a substituição de tendões e ligamentos.

Como são extremamente resistentes, os cientistas apontam também para a possibilidade de uso das teias de aranha artificiais como material estrutural, em roupas à prova de balas, tecidos estruturais, roupas para atletas e até melhores airbags para automóveis.

Apesar de apresentarem uma resistência superior à do aço, contudo, as sedas são materiais biológicos - formados essencialmente por proteínas - o que significa que elas se biodegradam com facilidade, o que impõe limites ao seu uso.

A pesquisa foi realizada por colaboradores da Universidade de Notre Dame, da Universidade de Wyoming e da empresa Biocraft Kraig Laboratories.

Podes ver o video (Youtube)




e também aqui

domingo, 10 de outubro de 2010

Rara, Linda, Japonesa e com o maior Genoma alguma vez encontrado é uma planta


'Paris japonica', planta com maior genoma conhecido. (Foto: Neil Roger / Flickr / Creative Commons 2.0 nc).
Botânicos da Kew Botanical Gardens britânica afirmam que a planta Paris japonica possui o maior genoma conhecido, e é encontrada no Japão. A descoberta , que realça a vulnerabilidade da planta mereceu publicação na revista científica Botanical Journal of the Linnean Society.
A Paris japonica é uma planta para jardineiros pacientes. Para obter um exemplar com 80 centímetros, é preciso um ambiente húmido, sem sol directo, com muitos nutrientes e uma paciência de santo – depois de plantada, o caule pode demorar até quatro anos a despontar. A planta é exigente e isso pode estar associado aos 152,23 picogramas (um picograma é um bilionésimo de um grama) de ADN que cada célula tem. Uma quantidade enorme, 50 vezes maior do que cada célula humana carrega, que é apenas de três picogramas.

De acordo com o estudo, o menor dos genomas conhecidos é encontrado no parasita de mamíferos Encephalitozoon intestinalis, com apenas 0,0023 pg. Antes de estudar o material genético da Paris japonica, cientistas acreditavam estar próximos do limite máximo para o volume de genomas. O record pertencia a uma espécie de peixe pulmonado encontrado em águas africanas - o Protopterus aethiopicus, com 132,83pg.
"Algumas pessoas podem questionar-se que consequência tem um genoma tão grande e se realmente importa uma espécie ter mais ADN do que outra", disse Ilia Leitch, investigadora do jardim de Londres Kew Gardens. "A resposta é um 'sim' – um grande genoma aumenta o risco de extinção", disse.

Segundo a investigadora, quanto mais ADN o genoma tem, mais a célula demora a replicar toda a molécula para poder dividir-se. "Pode demorar mais para que um organismo com um genoma maior complete o seu ciclo de vida do que um com um genoma menor", explicou a investigadora citada pela Reuters. Normalmente espécies com genomas grandes estão menos adaptadas a viver em solos poluídos e toleram mal condições ambiente extremas. "Que são cada vez mais relevantes no mundo em mudança", conclui a cientista.

Como comparação, vegetais em desertos, que precisam crescer rápido após as chuvas raras, possuem genomas pequenos. Plantas com DNAs maiores são geralmente excluídas deste tipo de habitat.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Uma grande notícia: realizado inventário dos oceanos ( o primeiro a nível mundial)

Numa altura em que muitas espécies, animais e vegetais, estão em vias de extinção, eis que aparece uma boa notícia e muito importante. Através de um censo realizado a nível mundial descobriram-se 20 mil novas espécies nos oceanos. Foram encontradas formas de vida nos sítios mais inóspitos, desde o mais quente ao mais gelado e mesmo em locais onde a luz e o oxigénio são muito escassos.
Animais bizarros, pequenas rãs, e até mamíferos fazem parte da grande e diversificada amostra.
Imagem de Spirobranchus giganteus - credit: John Huisman da Universidade Murdoch
O primeiro Censo Mundial da Vida Marinha, apresentado hoje numa conferência em Londres (no Royal Institution of Great Britain), dá a conhecer 20 mil espécies até agora não registadas. Este estudo, que começou a ser realizado em 2000, com a fundação do Censo da Vida Marinha (Census of Marine Life - CoML), foi organizado com a finalidade de se tentar descobrir “o que viveu nos oceanos, o que vive e o que irá viver”.

Durante os dez anos de investigação, em que participaram mais de 2700 cientistas de 83 países, realizaram-se 540 expedições. Vários livros, artigos, websites, filmes, mapas e bases de dados constituem e relatam agora as novidades.

A descoberta de numerosas espécies foi uma das muitas surpresas da investigação. De 230 mil passaram a ser 250 mil. Além disso, entre os milhões de espécimes recolhidos tanto em águas conhecidas como em águas raramente exploradas, encontrou-se mais de seis mil potenciais novas espécies e completaram-se as descrições sobre 1200.

O CoML compilou as primeiras comparações regionais e globais da diversidade de espécies marinhas. Ao ser aplicada a análise genética, numa escala global, a uma base de dados de 35 mil espécies de grupos diferentes, conseguiu-se traçar gráficos da proximidade e da distância das relações entre espécies, mostrando uma nova imagem da estrutura genética da diversidade marinha.

O Relatório está no sítio da CoML Apesar de terem sido dez anos de estudos, o CoML admite que “não conseguiu estimar de forma segura o número total de espécies” e descobrir todos os tipos de vida no oceano. Pode, ainda assim, adiantar que há pelo menos um milhão de animais e plantas marinhas e dezenas de milhões de tipos de micróbios.
Traçaram-se igualmente rotas migratórias de inúmeras espécies.

Monitorizando animais em tempo real conseguiu-se perceber onde é que eles vivem e onde morrem. Agora, qualquer pessoa pode ter acesso, através da Internet, ao mapa da distribuição das espécies e aos diversos dados recolhidos e estudos realizados. É possível encontrar também criações artísticas, entre literatura, música e filmes, inspiradas nesta investigação.

Estão disponíveis nos sítios do CoML (http://www.coml.org/) e no Ocean Biogeographic Information System (http://www.iobis.org/).
Podes ver todas as fotos em: http://www.coml.org/image-gallery

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Na hora de escolher casa nova, as abelhas fazem-no com democracia

O que podemos nós aprender com as abelhas?

Segundo o investigador em neurobiologia comportamental, Thomas Seeley, as abelhas do mel (Apis Mellifera) tomam decisões através de um processo democrático quando fazem escolhas “de vida ou morte” e se mudam para uma nova colmeia. Seeley explica o comportamento destes insectos no seu recente livro «Democracia da abelha do mel» (Honeybee Democracy).

Imagem de uma cela em forma de amendoím onde a rainha é criada - From the book "Honeybee Democracy" by Thomas D. Seeley.
Quando a colmeia começa a ficar superlotada, dois terços das abelhas operárias juntamente com a rainha abandonam-na e partem à procura de uma nova casa. O Doutor Selley e colegas estudaram meticulosamente todo o processo de tomada de decisão pelas abelhas no momento de escolherem a nova casa. As observações revelaram que centenas de abelhas obreiras partem à procura e descobrem entre 10 a 20 potenciais locais em árvores ocas. De seguida, regressam para junto da colmeia e anunciam às companheiras cada lugar, com uma dança.
“ As abelhas que assistem à dança conseguem apreciar e avaliar os benefícios da provável nova casa segundo o tempo de dança que lhe é dedicado”, revela Seeley, acrescentando que “ elas têm uma espécie de capacidade incorporada para julgar a qualidade de cada local. E são honestas, se o local for medíocre, não o anunciarão tão intensamente”.

Entretanto, outras abelhas inspeccionam os sítios assinalados e regressam para dançar para as primeiras. O melhor local é eleito através da dança mais vigorosa e a sua popularidade vai aumentando. Assim, a nova casa é escolhida quando o novo local atinge o limiar crítico.

O processo de tomada de decisão da abelha é semelhante ao funcionamento dos neurónios do cérebro dos primatas, revela ainda Seeley. Em ambas, comunidades e cérebros, nenhum trabalha de forma individual, sejam estes primatas, abelhas ou neurónios e fornecem informações diferentes ao grupo. Também as formigas se organizam através de decisões colectivas. “Os princípios gerais de organização levam à consistência destas decisões”, escreve o autor no livro.

Seeley acredita que os seres humanos podem aprender muito sobre o processo de tomar decisões por vias democráticas observando as abelhas, porque a partir do momento que existem interesses comuns, uma escolha colectiva pode assegurar a melhor opção, já que existem membros diferentes e um líder imparcial.

site da noticia:

http://www.sciencedaily.com/releases/2010/09/100928153151.htm

imagens retiradas de

http://www.nytimes.com/2010/09/28/science/28scibks.html