domingo, 27 de março de 2011

Cientistas japoneses criam os primeiros espermatozóides em laboratório


Um grupo de cientistas japoneses da Universidade de Yokohama conseguiu criar, a partir de um milímetro de tecido do testículo de um ratinho, espermatozóides em laboratório. A investigação abre portas a futuras terapias para preservar a fertilidade masculina.

O mecanismo de produção de espermatozóides a partir de células reprodutivas masculinas é um dos processos mais complexos do organismo humano e que pode chegar a demorar um mês no interior dos testículos. Daí que, até agora, tenha sido tão difícil reproduzir este processo em laboratório. Uma barreira que um grupo de investigadores japoneses conseguiu ultrapassar, tendo agora publicado um estudo com as conclusões na revista Nature. A descoberta veio demonstrar que é possível obter espermatozóides a partir de cultura de células testiculares e, mais difícil ainda, a partir de ratinhos recém-nascidos e que ainda não se conseguem reproduzir. Mas, mais importante, o grupo conseguiu utilizar o esperma para fecundar um óvulo, dando início a uma longa descendência de ratinhos saudáveis e férteis. “Colhendo um fragmento de tecido dos testículos de ratinhos recém-nascidos e cultivando-o num gel de agarose durante dois meses conseguimos obter esperma capaz de fecundar normalmente um óvulo”, explicou o responsável pela equipa de investigação da Universidade de Yokohama, Takehiko Ogawa. O investigador esclareceu, ainda, que o trabalho foi aplicado em ratinhos pelo que é prematuro estabelecer um paralelismo com os humanos. Contudo, salientou que é natural pensar nas aplicações em termos de fertilidade que uma descoberta destas pode permitir. Uma ideia que também foi avançada por Marco Seandel y Shahin Rafii, do Colégio Médico Weill Cornell, nos Estados Unidos. Citados pelo mesmo jornal, os médicos destacaram que a descoberta pode abrir caminho a futuras terapias para preservar a fertilidade masculina, nomeadamente em crianças com cancro, onde tratamentos como a quimioterapia ou a radioterapia podem condenar os doentes a problemas de reprodução e onde ainda não é possível preservar esperma, ao contrário do que acontece nos doentes adultos.

Notícia em: http://www.bbc.co.uk/news/health-12825694

quarta-feira, 23 de março de 2011

Pobre Phoca vitulina, a foca comum europeia, tão contaminada

A contaminação das águas costeiras europeias está a afectar as focas.


Estas especies são usadas como biomonitores da contaminação global.
Uma investigação realizada por cientistas europeus verificou que a foca-comum (Phoca vitulina) que vive em estuários ou noutros locais perto da costa onde haja indústria apresenta elevados níveis de contaminação no seu organismo.

A equipa de investigação descobriu que uma população de focas Phoca vitulina que vive no estuário do rio Elba, na Alemanha, está exposta a maiores níveis de contaminação relativamente a outros animais que não vivem perto da costa. As actividades industriais e de dragagem tornam este rio num dos maiores agentes contaminantes das águas alemãs do Mar do Norte.

Existe uma grande comunidade de focas na Europa, especialmente concentradas na Escócia, países da Escandinávia e no Mediterrâneo onde vivem as focas-monge (Monachus monachus). Esta espécie que está em grande perigo de extinção também vive na Madeira.

“O que acontece com as focas ocorre com outras espécies que partilham o mesmo ecossistema,” refere Perez Luzardo, cientista da Universidade de Las Palmas que integrou o estudo. “Este tipo de estudos, repetidos com frequência, são importantes porque permitem verificar a eficácia das políticas que estão a ser desenvolvidas para prevenir a contaminação química.”

Para realizar este estudo os especialistas mediram a concentração de poluentes orgânicos persistentes (POP), muitos deles proibidos há mais de 30 anos, mas que ainda persistem na água devido à sua grande resistência.

Estes mamíferos marinhos apresentam concentrações elevadas de vários metais e de contaminantes orgânicos clorados provenientes do rio Elba. As focas mostraram também níveis elevados de gama-globulinas e anticorpos (mediadores do sistema imunitário) comparados com outros animais que não vivem no estuário. Estes resultados sugerem que nesta zona existe uma grande concentração de agentes patogénicos que podem causar doenças.

Actualmente os investigadores analisam de que forma este tipo de contaminação afecta os seres humanos e outras espécies animais, como as tartarugas marinhas das Canárias e Cabo Verde.
Imagem daqui

sábado, 19 de março de 2011

Lua Cheia... em Grande... esta noite


A Lua cheia de sábado à noite vai estar especialmente grande. Tão grande que se pode chamar de uma super Lua. Uma conjugação de acontecimentos astronómicos, que não ocorriam desde Março de 1993, vão proporcionar uma Lua 14 por cento maior e 30 por cento mais brilhante.
“A última Lua cheia tão grande e próxima da Terra foi em Março de 1993”, disse à NASA Geoff Chester, do Observatório Naval dos Estados Unidos, em Washington DC. “Eu diria que vale a pena dar uma olhadela.”

A explicação para este fenómeno deve-se à órbita da Lua à volta da Terra. Este movimento é elíptico. Ao longo desta órbita o satélite não está sempre à mesma distância do nosso planeta.

Em média, quando a Lua está mais próxima da Terra está a cerca de 363 mil quilómetros. Este ponto chama-se perigeu. Quando está mais longe, está a cerca de 405 mil quilómetros, o apogeu da Lua. No perigeu, o astro está mais próximo de nós cerca de 42 mil quilómetros. Visto da Terra parece 14 por cento maior.

A Lua completa a sua órbita mais ou menos a cada mês. Hoje a Lua vai estar no seu perigeu ao mesmo tempo que é Lua cheia. O que é raro, acontece uma vez em cada 18 anos. A distância exacta da Terra à Lua durante a madrugada de domingo será de apenas 356 mil quilómetros.

A única consequência desta aproximação vai ser um aumento de centímetros das marés cheias e uma diminuição de alguns centímetros durante as marés baixas. Não há mais nenhum risco acrescido.

A NASA recomenda as pessoas a olharem para o astro durante o nascer da Lua. Por motivos que ainda não são totalmente compreendidos pelos astrónomos, mas que envolvem algum tipo de ilusão visual, durante o nascimento a Lua parece especialmente maior. Em Portugal continental, o satélite vai nascer às 18h52, cerca de 40 minutos depois de ter atingido a Lua cheia. Vai pôr-se na madrugada de domingo, às 6h39.

Notícia lida em publico.pt

sexta-feira, 11 de março de 2011

Ave do Ano 2011 - A Cagarra, um barómetro do nosso mar

O cagarro distingue-se pelo seu bico amarelo, dorso acastanhado e ventre branco. O seu chamamento é muito característico e está na origem do nome que lhe foi atribuído, podendo ser escutado durante a noite, quando regressam aos seus ninhos.


As cagarras podem viver em média 50 anos. Entre os cinco a oito anos de vida regressam a terra apenas para nidificar no mesmo local onde nasceram, passando, assim, praticamente toda a sua vida no mar. Esta espécie alimenta-se essencialmente de peixes, cefalópodes e crustáceos.
O cagarro - Calonectris diomedea borealis (Crédito: Francisco Botelho em Olhares.com)

Tem um som inconfundível e está de volta às zonas costeiras, principalmente dos Açores e Madeira. O cagarro, também conhecido como pardela-de-bico-amarelo ou cagarra, foi escolhido como a Ave do Ano 2011, em Portugal, pelos sócios da Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA) – um sinal da sua importância e representatividade do estado dos nossos ecossistemas marinhos.

Ao nível da União Europeia, “as aves marinhas já estavam em foco há muito tempo por serem o grupo mais ameaçado do mundo”, segundo explicou, ao «Ciência Hoje», Pedro Geraldes, biólogo da SPEA e coordenador do projecto LIFE+, justificando a escolha da organização.

Esta é uma das poucas aves que nidifica no Continente, Açores e Madeira. Regressa nesta época do ano aos territórios de reprodução, depois de uma longa viagem pelo Atlântico Sul. O cagarro é uma ave marinha pelágica, ou seja, apenas vem a terra para nidificar, sobretudo em ilhas e ilhéus. Para tal, o seu habitat preferido são áreas de inclinação muito pronunciada com vegetação rasteira, em zonas de falésia fragmentada e de solo ligeiro, segundo um estudo apurado pela investigadora Eva Immler, mestranda da Universidade de Ciências Aplicadas Van Hall Larenstein.

O grande problema que envolve esta espécie é a perda do seu habitat de nidificação, devido à “interacção com actos de pesca, à passagem de predadores, como ratos ou gatos e até formigas ”, sustentou ainda o biólogo, acrescentando que “as aves mais pequenas e jovens não conseguem resistir”. Nas ilhas dos Açores e da Madeira, as luzes das zonas urbanas interferem igualmente causando o encadeamento das aves juvenis nos seus primeiros voos, sendo comum observá-las caídas. Muitas destas morrem, vítimas de atropelamento ou de predadores, quando não são socorridas.

A SPEA, através de actividades, trabalha activamente para promover a sua conservação. No âmbito do projecto LIFE+ «Ilhas Santuário para as aves marinhas» – uma parceria da Secretaria Regional do Ambiente e do Mar dos Açores, da Câmara Municipal do Corvo e da Royal Society for the Protection of Birds (RSPB) –, por exemplo, realiza desde 2009 uma série de acções destinadas a melhorar o habitat de nidificação desta e de outras espécies de aves marinhas na Ilha do Corvo e no Ilhéu de Vila Franca do Campo, na Ilha de São Miguel. A associação científica tem recorrido ao uso de ninhos artificiais para incentivar a cagarra a regressar ao seu habitat.

“Os mais de 150 ninhos artificiais colocados até à data são importantes para conseguir ter novas populações desta ave em zonas onde já nidificaram, mas foram abandonadas devido à predação dos seus ovos ou juvenis por mamíferos introduzidos pelo homem nas ilhas, como os ratos ou os gatos”, referiu o coordenador do projecto. Para além da avaliação de potenciais ameaças para a nidificação, outras das medidas são “a tentativa de erradicação de predadores” e de “plantas exóticas invasoras”, substituindo-as por plantas endémicas .

Estas aves, com estatuto Vulnerável segundo o Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal, têm um chamamento peculiar e estridente, apenas possível de escutar nos Arquipélagos dos Açores – onde tem 65 por cento da sua população mundial –, Madeira e Berlengas. No entanto, também é possível ver esta ave de passagem ao longo da costa continental.

Pedro Geraldes salienta que esta pardela pode andar durante meses em migração e “em 20 dias conseguem fazer três a quatro mil quilómetros” – o que significa que "acaba por alimentar-se em locais fora da nossa Zona Económica Exclusiva" e, por isso, “o alerta [para a conservação desta espécie] deve passar as fronteiras”.

Este ano, para além dos ninhos artificiais instalados na Ilha do Corvo terem sido alvo de melhoramentos significativos, o esforço conjunto de uma equipa de investigadores internacionais tem trazido à mais pequena ilha dos Açores as mais recentes tecnologias que permitam atrair novos indivíduos para as recém-criadas áreas de nidificação para esta e outras espécies.

Noticia retirada de cienciahoje.pt.

A CAGARRA ENCONTRA-SE EM PERIGO? Ler mais na página da SPEA

quinta-feira, 10 de março de 2011

Proctet Planet

Proteger o nosso PLANETA
Esta página electrónica da ONU convida a um passeio virtual por 150 mil áreas protegidas do mundo.
DESCOBRE-AS
Dos fiordes da Noruega aos vulcões da Austrália, aqui fica um convite para um passeio virtual por 150 mil áreas protegidas do planeta. A página electrónica inclui também informação sobre 216 locais em Portugal.
Uma recomendação do DM do
http://zoomarineblogue.blogs.sapo.pt/ que eu subscrevo

Elefantes aprendem rápido a trabalhar em equipa, para resolução de problemas.

Rapidez dos elefantes a resolver problemas em equipa deixa investigadores surpreendidos.
Os elefantes são famosos pelas suas proezas de memória extraordinária. Agora, um novo estudo demonstrou que os elefantes são igualmente bons a trabalhar em equipa e aprendem depressa a resolver problemas.

Investigadores da Universidade britânica de Cambridge concluíram que os elefantes são tão rápidos quanto os chimpanzés a trabalhar em equipa para resolver um problema, segundo um artigo publicado na revista "Proceedings of the National Academy of Sciences".

Joshua Plotnik, líder deste estudo, referiu que os elefantes "ajudam-se uns aos outros nos seus problemas" e parecem, em algumas situações, "muito ligados emocionalmente", sendo, por isso, "de esperar que existisse algum nível de cooperação e entre-ajuda" entre eles. No entanto, "a rapidez com que aprendem" a cooperar para resolver um problema deixou-o "admirado".
De acordo com o investigador do departamento de psicologia experimental da Universidade de Cambridge, os elefantes são tão rápidos quanto os chimpanzés a aprender, em conjunto, a resolver um problema.

Os testes que levaram a esta conclusão foram feitos na Tailândia e envolveram seis pares de elefantes que tinham de alcançar uma plataforma com comida, puxando, em conjunto, uma corda para trazer os alimentos até uma cerca, atrás da qual se encontravam.

Os elefantes foram testados 40 vezes durante dois dias e cada par descobriu como trazer a comida até si, nunca depois da oitava tentativa.

Numa segunda fase, os cientistas tentaram separar os elefantes. Os animais rapidamente aprenderam a esperar pelos seus parceiros, numa taxa de sucesso entre 88 e 97 por cento.
Vê o Video aqui

sábado, 5 de março de 2011

Supermicroscópio permite observar vírus ao pormenor

Um supermicroscópio, com uma resolução de 50 nanómetros promete revelar um mundo nunca antes revelado pela microscopia. A equipa britânica que o desenvolveu espera usá-lo para observar vírus ao pormenor.


Simulações da estrutura de um vírus, como esta do da gripe, podem dar lugar a imagens reais (Mário Cameira)

Um nanómetro é um milionésimo de milímetro. A ordem de grandeza que esta equipa do Centro de Investigação de Processamento laser da Universidade de Manchester fala na Nature Communications é de conseguir uma definição de 50 nanómetros, capaz, dizem à BBC, de pôr a nu, moléculas individuais ou vírus.
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A técnica pode permitir ver caracteristicas de estruturas tão pequenas nunca visualizadas anteriormente.
O novo dispositivo usa ondas sonoras evanescentes, só possíveis de detectar a grande proximidade do objecto, neste caso um nano objecto, e que normalmente não eram detectadas por outros métodos de observação. Este supermicroscópio encaminha essa informação depois para um outro microscópio que a transforma em luz visível e faz com que a vista humana consiga observar uma realidade que até aí lhe estava vedada.

Lin Li, coordenador da equipa, disse à BBC que o novo supermicroscópio será de interesse para o estudo das células, bactérias e vírus numa perspectiva de pormenor até aqui impossível de alcançar.

Para perceberes o que é um nanómetro vê a explicação do ProfessorTony Ryan no video.