sábado, 26 de fevereiro de 2011

Bichos da seda produzem fios de seda colorida e luminescente

Alimentação induz larvas a produzirem seda colorida

Casulos de seda luminescente submetidos a luz UV (Credit: IMRE).




Corante é adicionado para a dieta de bicho-da- seda, nos últimos quatro dias da fase de larva, produzindo uma seda colorida - (Credit: IMRE)
Investigadores de Singapura conseguiram produzir seda colorida ao alimentarem as larvas que produzem esta fibra com corantes. Trata-se de uma abordagem que torna o processo de coloração menos dispendioso, mais "amigo do ambiente" (uma vez que se evita o tingimento convencional baseado em químicos), e ainda com potenciais aplicações na medicina, graças à luminescência do material.

Já se sabia que a alimentação do bicho-da-seda influenciava a sua cor, assim como a do casulo. No entanto esta pigmentação está limitada ao revestimento externo, composto por uma proteína chamada sericina. Esta camada tem de ser retirada até se chegar à seda utilizável, a fibroína - que não contém os pigmentos resultantes da alimentação.
De acordo com o artigo publicado na revista "Advanced Materials", uma equipa de investigadores liderada por Ming- Yong Han, da Agência para a Ciência, Tecnologia e Investigação de Singapura, alimentou bichos-da-seda com folhas de amoreira - o seu "petisco" favorito - misturadas com corantes fluorescentes de rodamina.

Várias combinações deste composto orgânico provocaram a mudança de cor das larvas, que produziram casulos com diversas tonalidades, em que a fibroína também foi afectada. Além disso, sob luzes ultra-violeta, esta seda colorida adquire tons diferentes.

Os investigadores acreditam que a interacção entre as moléculas do corante e a fibroína era o processo que faltava nas tentativas anteriores de colorir a seda através da alimentação.

Embora ainda não se saiba se a nova seda desbota, os cientistas têm esperança de que esta fibra possa ser usada na criação de suportes biocompatíveis para o desenvolvimento de vasos sanguíneos artificiais, ligamentos e outras estruturas.

Notícia lida em cienciahoje.pt

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Molusco sua adaptação a acidez pode dar pistas para o futuro dos sistemas marinhos


Novo molusco dá pistas sobre futuro dos sistemas marinhos
"Polyconites Hadriani" descoberto em Portugal e Espanha

"Polyconites Hadriani' (Foto: Eulàlia Gili)

A ciência tem agora novas pistas sobre a evolução dos sistemas marinhos modernos graças à descoberta de uma nova espécie de molusco - o 'Polyconites Hadriani', que foi encontrado em várias zonas da Península Ibérica e que ao longo da sua existência adaptou-se à acidificação dos oceanos.

Segundo o estudo publicado no "Turkish Journal of Earth Sciences" , os investigadores consideraram este invertebrado o mais antigo do género 'Polyconites', da família 'Polyconitidae', um tipo de molusco marinho já extinto. Pensava-se que o mais antigo deste ramo era o 'Polyconites verneuili', que existe na Espanha e na Turquia.

Eulàlia Gili, da Universidade Autónoma de Barcelona e uma das autoras do estudo, diz que ambos são semelhantes na forma. Contudo, o recém-descoberto é mais pequeno, visto que tem menos três centímetros de diâmetro, e a espessura da sua concha também é três milímetros menor.
A nova espécie foi encontrada em bacias espanholas e portuguesas, onde crescem em agregados densos nas margens das plataformas marinhas de carbonato há 114 milhões de anos, destacou a investigadora.
Adaptação aos "novos" oceanos

Este molusco surgiu no Aptiano Inferior, época compreendida entre 125 milhões e 112 milhões de anos atrás que correspondeu a um período turbulento e de grandes mudanças climáticas. O 'Polyconites Hadriani' viveu assim o primeiro momento anóxico oceânico do Cretáceo (entre 135 e 65 milhões de anos atrás). A anoxia consistiu na ausência de oxigénio no fundo do mar, que provocou o enterro massivo de carbono orgânico e o arrefecimento do clima.

O facto de a concha desta nova espécie ser mais grossa do que a do seu antecessor, do género 'Horiopleura', pode estar relacionado com a adaptação a águas mais frias e com mais acidez, devido ao aumento da solubilidade do dióxido de carbono atmosférico, explicou a geóloga.

Na sua opinião, "a resposta destes moluscos à acidificação dos oceanos pode ser aplicada à futura evolução dos actuais sistemas marinhos, nomeadamente para os organismos cujas conchas ou esqueletos são formados por carbonato de cálcio".

notícia lida em cienciahoje.pt

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Just shoot me...


So shoot me! Photo courtesy Suzanne Niles

Este é o original e sugestivo nome de uma campanha/concurso de fotografia em prol da conservação dos anfíbios, organizada pela organização Amphibianark.

Dirigido a todos os interessados, profissionais e amadores, é uma oportunidade para procurar os melhores ângulos e poses nos anfíbios próximo de si. E as melhores fotografias terão lugar especial no calendário oficial de 2012...

Mais informações na página electrónica oficial do evento.
informação retirada de
http://zoomarineblogue.blogs.sapo.pt/

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Estudo mostra que afinal as cobras tinham patas ...no passado

Fóssil de uma cobra que viveu há 95 milhões de anos ajudou uma equipa de investigadores a compreender melhor como é que estes animais perderam as patas e a traçar a sua origem, segundo um estudo publicado hoje na revista “Journal of Vertebrate Paleontology”.
O fóssil da cobra foi encontrado no Líbano há dez anos (Foto: Alexandra Houssaye).


Apenas são conhecidos três espécimes de cobras fossilizadas com ossos de patas bem preservados. A Eupodophis descouensi, a cobra estudada por esta equipa de investigadores – liderada por Alexandra Houssaye, do Museu de História Natural de Paris –, foi encontrada há dez anos no Líbano.

Com um comprimento total de 50 centímetros, o fóssil revela uma pequena pata traseira com cerca de dois centímetros, junto à pélvis do animal. Apesar de o fóssil mostrar apenas uma pata à superfície, uma segunda pata está escondida na rocha, conforme o revelou um exame feito com recurso a uma nova tecnologia de radiação electromagnética.

“Este fóssil é crucial para compreender a evolução das cobras, dado que representa um estádio evolutivo intermédio, quando as cobras antigas ainda não tinham perdido totalmente as patas que herdaram de lagartos antigos”, explicam os autores do estudo, em comunicado.

Graças à nova tecnologia, que permitiu imagens de grande detalhe da pata escondida na rocha, os cientistas acreditam que a espécie perdeu as patas porque estas cresceram mais lentamente ou durante um período de tempo mais curto. “A revelação de uma estrutura interna dos membros da Eupodophis permite-nos investigar o processo da regressão dos membros na evolução das cobras”, explicou Alexandra Houssaye.

Além disso, os investigadores – entre os quais cientistas da European Synchrotron Radiation Facility (ESRF), em Grenoble, França, e do Karlsruhe Institute of Technology, na Alemanha - esperam contribuir para lançar luz sobre um debate relativo à origem das cobras: será que evoluíram a partir de um lagarto terrestre ou de um que viveu nos oceanos. Este estudo – que mostrou a estrutura interna dos ossos da pata da cobra - aponta para a primeira hipótese, dada a semelhança com lagartos terrestres.
noticia lida em publico.pt
imagem em
http://www.bbc.co.uk/news/science-environment-12393387

Cabelo pode denunciar consumo de álcool até seis meses depois

Investigadores do Trimega no dia de estreia do novo laboratórioWARNING! Se bebeu, esconda o cabelo! Ele pode denunciá-lo até seis meses depois de uma noite de copos mais desregrada. No seu primeiro dia de trabalho no novo laboratório em Manchester, a Trimega Labs recebeu o «Ciência Hoje», entre diversos meios de comunicação europeus, para uma visita guiada a esta que é uma das mais inovadoras empresas no âmbito da ciência forense e a primeira a testar o consumo de álcool através do cabelo.

A visita foi organizada pela UK Trade & Investment (UKTI) e pela Manchester’s Investment and Development Agency (MIDAS), parte de uma iniciativa que levou os jornalistas a duas das cidades mais activas da ciência britânica – Nottingham e Manchester.

O director-executivo da Trimega Labs, Avi Lasarow, recebeu os jornalistas com entusiasmo. “É o primeiro dia neste laboratório e estamos muito orgulhosos. É bom estar em Manchester, onde as coisas mais excitantes no campo da ciência forense estão a acontecer”, afirma.

Criada em 2005, a empresa, que começou por operar em Londres, desenvolveu uma série de técnicas inovadoras para testar o abuso de vários tipos de drogas – lícitas ou ilícitas. É actualmente líder na detecção do consumo destas substâncias através de análises a cabelos.

A grande inovação é a detecção do consumo de álcool de longa duração. “Enquanto os testes à urina e ao sangue são eficazes apenas para detectar o consumo de alguns dias, os testes ao cabelo – chamados testes aos ésteres etílicos de ácidos gordos (fatty acid ethyl esters - FAEE) podem identificar o consumo de entre dois e seis meses”.

Estas análises são geralmente solicitadas por tribunais, forças policiais, companhias de aviação, serviços de adopção ou serviços de saúde. Pelo prestígio e importância que já tem a nível internacional, a companhia tem também apoio governamental, que promove a facilidade no acesso a países estrangeiros.

Avi Lasarow, director-executivo da Trimega LabsOs serviços da empresa são diversificados. Aquando do acidente do avião da Afriqiyah Airways na Líbia, em Maio de 2010, foi contratada pelo governo daquele país para proceder a testes de identificação das vítimas.

Outra das parcerias internacionais acontece com a África do Sul. “O programa de controlo de tratamento com pessoas infectadas HIV/Sida estava a ter de enfrentar diversos problemas. Começou a verificar-se que haveria algumas pessoas que utilizar esse programa governamental, através do qual se fornece gratuitamente anti-retrovirais para o tratamento da doença, para venderem posteriormente o medicamento no mercado negro”, explica Lasarow.

A Trimega foi então contratada para testar quem tomava ou não os medicamentos. “Quem não tomava era excluído do programa, pois este custa muito dinheiro ao Estado sul-africano”, diz o director-executivo.

Como funciona o teste FAEE

O consumo de álcool não é tão fácil de detectar através do cabelo como o de drogas. Isto porque o etanol (álcool etílico) torna-se presente com muita facilidade em todo o cabelo, mesmo no dos abstémicos. A verdade é que basta estar num bar para o etanol ser detectado no cabelo.

Para evitar encontrar os traços que são provenientes do meio ambiente, e porque ao contrário das outras drogas consumidas, o álcool não é depositado directamente no cabelo, teve de se procurar produtos directos do metabolismo do etanol.

Uma parte do álcool reage com ácidos gordos para produzir ésteres. A soma das concentrações de quatro ésteres etílicos de ácidos gordos é utilizada como indicador do consumo de álcool. À medida que o cabelo cresce, absorve estes marcadores, bem como os EtG.

O primeiro entra no cabelo através da camada externa de sebo. Os outros, formados quase exclusivamente no fígado, são depositados no cabelo através do suor. Quantos mais marcadores, maior o consumo de álcool.
notícia em cienciahoje.pt

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Popeye tinha razão! Afinal os espinafres fortalecem os músculos



O estudo foi realizado na Suécia. O Popeye tinha razão quando dizia que a sua força provinha dos espinafres. O famoso marinheiro, sempre que queria fortalecer os músculos, “engolia” uma lata desta hortaliça, ficando de imediato com os seus bíceps sobrevalorizados, sendo um exemplo a imitar pelos meninos de todo o mundo.

Apesar do efeito não ser instantâneo, como acontecia com a personagem criada em 1929, o estudo publicado na revista "Cell Metabolism" revela que comer um prato de espinafres todos os dias aumenta a eficiência muscular.

Segundo o artigo, que faz capa da publicação científica, o consumo de 300 gramas de espinafres reduz em cinco por cento a quantidade de oxigénio necessária para o funcionamento dos músculos quando se faz exercício físico.
O segredo dos músculos fortes não está no ferro, embora este exista em grande quantidade nos espinafres, mas nos nitratos, que chegam com mais eficiência às mitocôndrias, organitos que produzem a energia nas células. "É como se puséssemos combustível nos músculos. O espinafre faz com que funcionem com muito mais suavidade e eficácia", afirma o autor do estudo, Eddie Weitzberg, do Instituto Karolinska, de Estocolmo.

Ao longo de três dias, o investigador deu a um grupo de voluntários suplementos puros de nitrato numa quantidade equivalente à de um prato de espinafres.

Antes e depois desta dieta, os voluntários pedalaram numa bicicleta ergométrica enquanto o consumo de oxigénio era medido, tendo-se verificado que foi entre três e cinco por cento menor no final. "É um efeito profundo e significativo. Demonstra que afinal o Popeye tinha razão", comentou o especialista.
É de salientar ainda que os espinafres são muito importantes na alimentação pois aportam muitos outros nutrientes, tais como magnésio e vitamina C. Também facilita o trânsito intestinal, sendo ideal para atletas e pessoas que desejem perder peso sem deixar de nutrir-se adequadamente.

Notícia lida em cienciahoje.pt e ojo cientifico.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Mãe, como é que as ostras fazem pérolas?

Ostra com uma pérola- imagem retirada de http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Pearl_oyster.jpg

A pérola é o resultado de uma reacção natural do molusco contra invasores externos, como certos parasitas que procuram reproduzir-se em seu interior. Para isso, esses organismos perfuram a concha e se alojam no manto, uma fina camada de tecido que protege as vísceras da ostra. Para defender-se do intruso, ela ataca-o com uma substância segregada pelo manto, chamada nácar ou madrepérola, composta de 90% de um material calcário - a aragonita (CaCO3) -, 6% de material orgânico (conqueolina, o principal componente da parte externa da concha) e 4% de água. Depositada sobre o invasor em camadas concêntricas, essa substância cristaliza-se rapidamente, isolando o perigo e formando uma pequena bolota rígida. As pérolas perfeitamente esféricas só se formam quando o parasita é totalmente recoberto pelo manto, o que faz com que a secreção de nácar seja distribuída de maneira uniforme. "Mas o mais comum é a pérola ficar agarrada à concha, como uma espécie de verruga. Por isso, "as esféricas são tão valiosas". O tempo médio de maturação de uma pérola é de aproximadamente três anos. Como a ostra por norma se defende muito bem dos invasores com a sua concha, o fenómeno é raro, acontecendo, na natureza, apenas um em cada 10 000 animais. No início do século XX, os japoneses inventaram uma forma simples de acelerar o processo, introduzindo na ostra uma pequena bola de madrepérola, retirada de uma concha, com cerca de três quartos do tamanho final desejado. O resultado é tão bom que, mesmo para um especialista, é difícil distinguir a pérola natural da cultivada. Substâncias presentes na água também podem ser incorporadas à pérola, por isso sua cor varia de acordo com o ambiente, gerando as mais diversas tonalidades. A pérola é a única gema de origem animal.

Até o século XVII, não existia tecnologia para polir pedras preciosas como rubis e esmeraldas, por isso as pérolas eram um dos maiores símbolos de riqueza e poder, usadas como adorno nas mais valiosas jóias da época.

A cor da pérola varia conforme as condições ambientais e a saúde da ostra: as mais comuns são rosa, creme, branca, cinza e preta

As formas da pérola dependem do formato do invasor e do local onde ele se instala. As esféricas são as mais raras e, conseqüentemente, como já foi referido mais valiosas.