Esta rã norte-americana é uma das vítimas do herbicida (Foto: Neal Halstead/Universidade do Sul da Flórida)
A mortandade generalizada de sapos, rãs e outros anfíbios em vários locais do nosso planeta e que constitui uma das maiores crises ambientais ds últimos anos, tem uma nova e letal ameaça. Trata-se da atrazina, um herbicida largamente usado na agricultura cuja acção devastadora na sobrevivência destes animais está sendo investigada por cientistas americanos. A atrazina faz com que, ao mesmo tempo, os principais parasitas dos anfíbios se multipliquem e o sistema de defesa do organismo deles fique fragilizado. O resultado? Uma catástrofe.
Dados de campo e experimentais foram publicados na edição desta semana da revista científica "Nature". A equipe liderada por Jason R. Rohr, do Departamento de Biologia da Universidade do Sul da Flórida, estudou anfíbios do interior dos Estados Unidos, mas é bastante provável que as suas conclusões se apliquem a outras áreas do mundo. "Tendo em conta a falta de regulação efectiva do uso de herbicidas em muitos países tropicais, é bastante provável que até os anfíbios de áreas aparentemente virgens estejam ameaçados por este problema", declarou Rohr.
Dados de campo e experimentais foram publicados na edição desta semana da revista científica "Nature". A equipe liderada por Jason R. Rohr, do Departamento de Biologia da Universidade do Sul da Flórida, estudou anfíbios do interior dos Estados Unidos, mas é bastante provável que as suas conclusões se apliquem a outras áreas do mundo. "Tendo em conta a falta de regulação efectiva do uso de herbicidas em muitos países tropicais, é bastante provável que até os anfíbios de áreas aparentemente virgens estejam ameaçados por este problema", declarou Rohr.
A atrazina provoca nos anfíbios como sapos, rãs e salamandras malformações grotescas dos membros, danos nos rins, inchaços severos e morte. O seu sistema imunitário fica seriamente afectado, os animais perdem as suas defesas. A explicação do grupo de cientistas é a de que a atrazina aumenta a reprodução dos trematódes muito acima do normal. Os anfíbios morrem com os intestinos lotados destes vermes parasitas.
O mecanismo é relativamente simples. Esses vermes ao longo de seu ciclo de vida tem como hospedeiros intermédios caracóis. Estes, por sua vez, comem certos tipos de algas, as perifíticas, que ficam fixas a superfícies debaixo de água. Os dados mostram que os herbicidas conseguem matar outros vegetais aquáticos, mas não as algas perifíticas. Mais algas significa mais caracóis e, portanto, mais vermes que provocam a morte dos anfíbios.
Rohr refere que os europeus baniram o uso do herbicida sem nenhum prejuizo para a produtividade agrícola, o que indica que se pode acabar com a sua utilização. E é bom não subestimar sapos e companhia como bichinhos sem importância - muito pelo contrário, refere:
"Os anfíbios têm funções muito importantes na maioria dos ecossistemas. Podem alterar a dinâmica de algas, os sedimentos de água doce e a decomposição das folhas. São predadores importantes e também fontes de alimento para muitas espécies. Comem várias espécies de artrópodes que são muitas vezes considerados pragas, como mosquitos e moscas. Uma espécie de salamandra americana tem a maior biomassa entre todas as espécies de vertebrados do nordeste dos EUA - o seu desaparecimento certamente alteraria todo o ecossistema. E, é claro, substâncias do organismo dos anfíbios têm muito interesse para a medicina - embora diversas espécies provavelmente estarão extintas antes de conseguirmos estudá-las", conclui. o cientista Rohr.
Site original da notícia: nature.com
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