Portugueses descobrem novo material condutor- a gelatina iónica
Se por acaso misturar gelatina com líquido iónico, o resultado é um material condutor inovador mais barato e ecológico -o "Ion Jelly". Este é um gel condutor muito leve e versátil, podendo ter várias formas (fibra, filme fino, bloco compacto). Foi esta a descoberta de uma equipa de investigadores portugueses que criaram a gelatina iónica, cuja aplicação irá permitir desenvolver dispositivos electroquímicos - como pilhas, células de combustível ou células fotovoltaicas - mais baratos e ecológicos.
Transparente e maleável, o novo material foi produzido a partir da dissolução de gelatina num líquido iónico, uma solução constituída por iões com cargas negativa e positiva. A descoberta, já patenteada, resultou de um trabalho conjunto de investigadores da Faculdade de Ciências e Tecnologia (FCT) da Universidade Nova de Lisboa e do Instituto Superior Técnico (IST) cujas conclusões foram publicadas no último número da revista científica britânica "Chemical Communications" e na revista científica britânica "New Scientist". A equipa portuguesa que criou o "Ion Jelly" é liderada por Susana Barreiros, da FCT, sendo ainda constituída por Pedro Vidinha (FCT), Nuno Lourenço (IST), Tânia Carvalho (FCT) e Carlos Afonso (IST).
"Procurávamos um material que fosse um bom ambiente para as enzimas, que as imobilizasse e melhorasse o seu desempenho", disse Pedro Vidinha, da FCT. Essa linha de investigação, porém, não produziu os resultados desejados e foi abandonada. Mais tarde, decidiram dissolver gelatina nesse líquido iónico e verificaram que este gelificava e se mantinha estável no estado sólido, mesmo sob aquecimento.
"Nas pilhas, por exemplo, a gelatina iónica pode funcionar como electrólito e como eléctrodo e, dada a sua versatilidade, permite construir uma pilha em qualquer superfície, até numa folha de papel", rematou.
A equipa trabalha agora noutras aplicações, procurando tirar todo o partido do novo material, nomeadamente no campo da biotecnologia, como em bio-sensores da glucose, voltando assim às enzimas, mas também em compostos farmacêuticos e cosméticos. Este projecto científico vai ser apresentado em breve nos Estados Unidos, em representação da COTEC Portugal, num concurso de ideias chamado Idea to Poduct, que decorrerá entre 30 de Novembro e 1 de Novembro em Austin, Texas.
Fonte da noticia: http://www.cienciahoje.pt/
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