domingo, 28 de dezembro de 2008

Descoberto um Paraíso Perdido de Biodiversidade em Moçambique

Insecto hemíptero - Monte Mabu. (Foto: Julian Bayliss/Kew)

Um dos últimos lugares do planeta que tinha escapado ao escrutínio da comunidade científica o “Monte Mabu”, situado no Norte de Moçambique foi descoberto este Outono por um grupo de cientistas britânicos através do uso de uma ferramenta tão prosaica como o Google Earth.

Neste “paraíso perdido” com sete mil hectares, os cientistas identificaram, para já, três novas espécies de borboletas e uma de cobra. Em apenas três semanas, a expedição liderada por uma equipa dos Jardins Botânicos Reais de Kew, no Reino Unido, os cientistas encontraram centenas de espécies diferentes de plantas, novas populações de aves raras, borboletas, macacos e uma nova espécie de cobra gigante, camaleões pigmeus, víboras, além de uma rara orquídea. A equipe recolheu mais de 500 amostras de plantas para análise. Com os espécimes que recolheram e levaram para casa, os cientistas esperam descobrir novas espécies de plantas.A floresta na região montanhosa do Norte do país era, até então, desconhecida para a comunidade científica devido aos difíceis acessos e a anos de guerra civil (1975 – 1992). Em 2005, Julian Bayliss, cientista britânico dos Jardins Botânicos, estava à procura de um possível projecto de conservação no Google Earth, na Internet, quando descobriu aquele “bocado de verde” e decidiu ir conhecê-lo. Depois de algumas primeiras visitas, a expedição de 28 cientistas – do Reino Unido, Moçambique, Malawi, Tanzânia e Suíça - partiu em Outubro com 70 carregadores para a floresta. Segundo conta o “The Observer”, a estrada levou a expedição até uma antiga quinta de produção de chá, abandonada. Para lá, era a floresta. Foi aí que montaram acampamento durante quatro semanas e encontraram uma riqueza biológica insuspeita, como as centenas de plantas tropicais. O líder da expedição, o botânico Jonathan Timberlake salientou que "A fenomenal diversidade é muito impressionante", considerou ainda ao “Telegraph” que descobrir novas espécies não só é importante para a ciência como ajuda a salientar a necessidade dos esforços de conservação nas regiões do mundo mais ameaçadas pela desflorestação e pelo rápido desenvolvimento. Segundo ele, ainda há muitos locais como o Monte Mabu inexplorados ao redor do mundo.
No momento, os cientistas britânicos estão trabalhando com o governo de Moçambique para proteger a área descoberta e incentivar a sua conservação pela comunidade local.

Existe atualmente o risco de que o presente crescimento da economia moçambicana e sobretudo do seu sector agrícola possa ameaçar este lugar único em Moçambique e no mundo. Queimadas, abate de árvores para exploração de madeira e até conversão da zona em campos agrícolas estão a pressionar a floresta.

Esperemos que esta floresta virgem de Moçambique permaneça protegida e lamentamos que esta descoberta tenha envolvido universidades britânicas e suíças, além de cientistas moçambicanos e dos países limítrofes mas que universidades portuguesas estejam completamente fora desta que já pode ser considerada como uma das mais espantosas descobertas do ano…
Mais fotos das espécies descobertas aqui

1 comentário:

CARLOS disse...

no vosso grupo tem apenas brancos, nao sou raista, mas tratando-se de um pais meramente negro, penso que constitui um bocado de isolamento do povo nativo as actividades do seu paia.