segunda-feira, 27 de abril de 2009

Plantas invasoras ameaçam Portugal Continental

Portugal sob "GRAVE RISCO" de invasões biológicas. É urgente prevenir e gerir os impactos das invasões biológicas . GUIA de IDENTIFICAÇÂO dará uma ajuda preciosa para identificar as invasoras.


imagem retirada daqui

Será apresentado amanhã dia 28 de Abril, pelas 17h, no Museu da Ciência da Universidade de Coimbra, o “Guia Prático para a Identificação de Plantas Invasoras de Portugal Continental”. Este livro, da autoria de Elizabete Marchante (CEF, FCTUC), Helena Freitas (CEF, FCTUC) e Hélia Marchante (CERNAS, ESAC), visa divulgar o tema das invasões biológicas, identificando as principais plantas invasoras de Portugal Continental. Profusamente ilustrado, este guia inclui uma introdução ao tema das invasões biológicas, informação diversa sobre cada uma das espécies e um glossário ilustrado.A apresentação do livro contará com a presença de dois convidados: o Dr. João Loureiro, da Unidade de Aplicação das Convenções Internacionais do ICNB, que apresentará a dimensão política e legislativa com o tema “A comercialização de espécies exóticas e a CITES”; e o Doutor Jorge Paiva, do Departamento de Botânica da Universidade de Coimbra, que abordará a componente científica.

AS PLANTAS INVASORAS

Não conhecem leis nem fronteiras e causam, por todo o mundo, prejuízos superiores a cinco por cento do PIB global. As plantas invasoras estão a multiplicar-se cada vez mais depressa. Mas em Portugal já têm cadastro. Portugal está mais susceptível a invasões biológicas, com prejuízos graves para a economia e para a saúde. O alerta é das biólogas Helena Freitas, Elizabete Marchante e Hélia Marchante, autoras do novo guia sobre as plantas que ameaçam o território continental.


Segundo Helena Freitas, presidente da Sociedade Portuguesa de Ecologia, Portugal está sob "grave risco" de invasões biológicas, com consequências para a economia nacional e para a saúde pública. De resto, um estudo publicado na revista Frontiers in Ecology and the Environment, citado pelo jornal Público, refere que só na Europa são gastos 10 mil milhões de euros no combate às espécies invasoras. Ao nível mundial, o Global Invasive Programme (GISP) estima que o prejuízo causado por estas plantas ascenda ao equivalente a 5 por cento do PIB global. "Entre as plantas invasoras que suscitam mais preocupação estão as acácias (a mimosa, por exemplo), o chorão-das-praias, a erva-das-pampas (ou penacho), a háquea-picante e o jacinto-de-água (na figura), mas há certamente mais", reconhece Elizabete Marchante, investigadora da Faculdade de Ciências e Tecnologia da UC.
Jacinto - de -água imagem daqui
Para a bióloga, "uma das grandes dificuldades associada ao problema das invasões biológicas é que cada pessoa, não consciente do problema, pode contribuir para o agravar, quer introduzindo novas espécies (intencional ou acidentalmente), quer utilizando espécies invasoras nas suas actividades profissionais ou mesmo no seu jardim. É fundamental investir nesta divulgação, pois só reconhecendo as espécies invasoras é que se pode evitar a sua utilização".As plantas utilizadas na decoração são elas próprias, frequentemente, espécies de risco. "Estas espécies podem vir de qualquer local do mundo. Chegam acidentalmente, por exemplo através de sementes misturadas com mercadorias, mas também intencionalmente, por exemplo para o mercado ornamental", explica Elizabete Marchante.Nem todas as plantas exóticas são nocivas, sublinha Helena Freitas. Contudo, como explica o guia, algumas destas espécies "além de superarem as barreiras geográficas, conseguem superar barreiras bióticas e abióticas", podendo tornar-se numa "ameaça para os ecossistemas naturais, para a produção de alimentos e, mesmo, para a saúde humana e para a própria economia".

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