segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Como os leopardos adquiriram as suas manchas, a Matemática explica.

Padrão do pêlo de leopardos que passam mais tempo em árvores é irregular
Uma vez mais a matemática apresenta-nos uma explicação para fenómenos da natureza.
Um estudo da Universidade de Bristol (Reino Unido) explica que o pêlo dos felinos evolui rapidamente, para os ajudar a camuflarem-se no seu habitat. Nos resultados, publicados na Proceedings of the Royal Society B, os investigadores mostram que, através da análise de 35 espécies diferentes, obtiveram um modelo matemático de desenvolvimento de padrões que determinam a aparência final.
Através dos modelos matemáticos relacionou-se a complexidade dos padrões da pelagem dos felinos com o habitat utilizado por estes.
Segundo um dos autores, William Allen, o padrão revela-se particularmente irregular nos leopardos que têm vida nocturna e que passam mais tempo nas árvores do que no solo. No entanto, o guepardo ou chita mantem as manchas, apesar da sua preferência por espaços abertos.
Apenas os tigres têm raios verticais e alargadas durante os seus passeios por pastos onde habitam. Os leões usufruem orgulhosamente de manchas laterais. Os especialistas da área, antes destes avanços, acreditavam que os felinos usavam as suas cores para atraírem o sexo oposto.

O estudo da equipa de Allen descarta essa teoria: “se existisse um motivo sexual, tanto os machos como as fêmeas teriam diferentes padrões e isso não se verifica”. Os investigadores britânicos refutam ainda a teoria de que as manchas possam representar estatutos ou funções sociais de determinado indivíduo no grupo.

Allen revela que o título do estudo, «Como os leopardos obtêm as suas manchas» foi inspirado na história homónima de Rudyard Kipling – que conta como é que estes animais deixam a marca negra das suas impressões digitais na pelagem lisa de outros exemplares, após se encontrarem com eles. “Pode aparecer ligeiramente borratada, mas se nos aproximarmos vêem-se cinco marcas”, escreveu.
Os investigadores concluíram que as espécies de felinos mais adaptadas às árvores e com actividade nocturna apresentam os padrões mais complexos e irregulares. A origem destes padrões depende do habitat e da forma como a espécie utiliza esse habitat, proporcionando uma camuflagem essencial para sua sobrevivência.
No caso dos leopardos, o distinto padrão que apresentam ter-se-á desenvolvido nas florestas, um habitat mais complexo, que terá induzido ao desenvolvimento de um padrão mais complexo. A relação apurada foi neste trabalho estabelecida através de modelos matemáticos que demonstram a relação das complexidades dos padrões e que se terá desenvolvido por mecanismos genéticos normais.

Notícia lida em Ciencia.hoje.pt e em http://naturlink.sapo.pt

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