terça-feira, 5 de outubro de 2010

Na hora de escolher casa nova, as abelhas fazem-no com democracia

O que podemos nós aprender com as abelhas?

Segundo o investigador em neurobiologia comportamental, Thomas Seeley, as abelhas do mel (Apis Mellifera) tomam decisões através de um processo democrático quando fazem escolhas “de vida ou morte” e se mudam para uma nova colmeia. Seeley explica o comportamento destes insectos no seu recente livro «Democracia da abelha do mel» (Honeybee Democracy).

Imagem de uma cela em forma de amendoím onde a rainha é criada - From the book "Honeybee Democracy" by Thomas D. Seeley.
Quando a colmeia começa a ficar superlotada, dois terços das abelhas operárias juntamente com a rainha abandonam-na e partem à procura de uma nova casa. O Doutor Selley e colegas estudaram meticulosamente todo o processo de tomada de decisão pelas abelhas no momento de escolherem a nova casa. As observações revelaram que centenas de abelhas obreiras partem à procura e descobrem entre 10 a 20 potenciais locais em árvores ocas. De seguida, regressam para junto da colmeia e anunciam às companheiras cada lugar, com uma dança.
“ As abelhas que assistem à dança conseguem apreciar e avaliar os benefícios da provável nova casa segundo o tempo de dança que lhe é dedicado”, revela Seeley, acrescentando que “ elas têm uma espécie de capacidade incorporada para julgar a qualidade de cada local. E são honestas, se o local for medíocre, não o anunciarão tão intensamente”.

Entretanto, outras abelhas inspeccionam os sítios assinalados e regressam para dançar para as primeiras. O melhor local é eleito através da dança mais vigorosa e a sua popularidade vai aumentando. Assim, a nova casa é escolhida quando o novo local atinge o limiar crítico.

O processo de tomada de decisão da abelha é semelhante ao funcionamento dos neurónios do cérebro dos primatas, revela ainda Seeley. Em ambas, comunidades e cérebros, nenhum trabalha de forma individual, sejam estes primatas, abelhas ou neurónios e fornecem informações diferentes ao grupo. Também as formigas se organizam através de decisões colectivas. “Os princípios gerais de organização levam à consistência destas decisões”, escreve o autor no livro.

Seeley acredita que os seres humanos podem aprender muito sobre o processo de tomar decisões por vias democráticas observando as abelhas, porque a partir do momento que existem interesses comuns, uma escolha colectiva pode assegurar a melhor opção, já que existem membros diferentes e um líder imparcial.

site da noticia:

http://www.sciencedaily.com/releases/2010/09/100928153151.htm

imagens retiradas de

http://www.nytimes.com/2010/09/28/science/28scibks.html

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