Confirma-se! A água foi um elemento abundante em Noachian, o primeiro período geológico de Marte ( entre 4.600 e 3.800 milhões de anos), época na qual eram abundantes os processos hidrológicos.
O planeta vermelho poderia albergar vida microorgânica nos deltas descobertos pelos cientistas, que asseguram que existiu um lago de grandes dimensões.
Minerais que revelam a presença de água foram detectados em milhares de locais na superfície de Marte. Os filossilicatos, que se formaram a temperaturas entre os 100 e os 200o Celsius, mostram que o planeta não era um "caldeirão a ferver". , "Parte das terras altas do Sul de Marte tinha água.
Que houve água em Marte já se sabia, mas agora os cientistas descobriram que esta era muito comum em vastas regiões do Sul do planeta vermelho. Os últimos dados da sonda Mars Reconnaissance Orbiter revelaram vestígios de filossilicatos, minerais argilosos que testemunham a acção química da água.
Segundo o estudo publicado hoje na revista Nature, os resultados mostram uma rica diversidade de ambientes, que podem ter permitido a vida. Marte afinal também já foi um planeta azul.
A equipa liderada por John Mustard, da Universidade de Brown, refere que existiram processos hidrológicos activos, tanto à superfície como em profundidade, num período conhecido como Noachian - há entre 4,6 e 3,8 mil milhões de anos. Com o recurso à sonda, os cientistas analisaram a presença dos filossilicatos em crateras, vales e dunas na superfície de Marte. E encontraram-nos em milhares de locais. A cratera de Jezero foi a primeira zona em que se detectaram minerais "claramente influenciados pela água" e que, de acordo com os investigadores, pode ter sido um antigo lago. Os minerais formaram-se a temperaturas baixas (100 a 200o Celsius). "A ter existido algum tipo de microorganismo em Marte, este tipo de ambiente teria sido ideal para a sua sobrevivência", refere Mustard. Era um ambiente rico em água acrescentou. Noutro artigo, Bethany Ehlmann, da mesma universidade, analisou os sedimentos do delta de Jezero. Apesar de os cientistas não conseguirem saber se a existência do rio era apenas esporádica, sabem que envolvia muita água. "Esta era suficiente para correr entre as rochas, transportar os minerais e levá-los até ao lago para formar o delta", disse Ehlmann. Estes deltas parecem excelentes locais para encontrar restos de materiais orgânicos, porque tudo o que foi transportado pelas águas ficou ali, deixando, em teoria, um cemitério de micróbios, diz o Daily Telegraph. "Se existiram microorganismos na antiguidade de Marte, as correntes de água seriam um excelente lugar para viver", referiu Ehlmann. O estudo surge dias depois de a Agência Espacial Europeia divulgar imagens de Echus Chasma, uma das zonas mais extensas, que apresenta vestígios de água, capturadas pela sonda Mars Express.
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