quinta-feira, 22 de julho de 2010

Mas que Gordas...que elas estão!

As variações climáticas estão a tornar as marmotas GORDAS, além do mais a sua população triplicou desde 2000. O que está ACONTECENDO?

Marmota (bebé) de barriga amarela-Marmota flaviventris. Credit: Raquel Monclus


Segundo um estudo apresentado na revista Nature, da responsabilidade do Imperial College, de Londres, a população da espécie Marmota flaviventris nos últimos 33 anos na região do vale do rio Upper East, no Colorado, Estados Unidos, triplicou. No estudo salienta-se que as temperaturas mais quentes dos últimos anos aumentaram a estação de crescimento daqueles animais. As mães marmotas podem desmamar seus filhotes mais cedo e, como consequência estes tem mais tempo para ficar maiores e engordar mais antes da estação de hibernação. Os Verões mais longos fazem com que as marmotas cresçam mais e sobrevivam melhor.

O aquecimento global está afectando a ordem natural das coisas provocando alterações nos períodos reprodutivos e nas migrações, bem como no seu tamanho e sua distribuição.
O professor Arpat Ozgul e colegas do Departamento das Ciências do Imperial College de Londres estudaram o impacto do aquecimento global na população da marmota de ventre amarelo('Marmota flaviventris'). Estes roedores vivem na zona subalpina dos Estados Unidos e passam o Inverno em hibernação.
Os Verões de maior duração alteraram os tempos da hibernação e da reprodução. Agora as marmotas despertam mais cedo ( 21 dias antes do habitual), tendo assim mais tempo para se reproduzirem e ganhar peso antes do período de hibernação seguinte. Como resultado elas estão crescendo mais gordas e saudáveis.
As alterações no período das estações do ano podem modificar a massa corporal e o tamanho da população em simultâneo. O aumento no período estival segundo o estudo também indica que as marmotas se reproduzem antes e no final da Primavera e que estão melhor preparadas para sobreviver ao Inverno, o que consequentemente fez a população triplicar desde o ano de 2000.De acordo com o estudo, que teve início em 1976, na primeira metade dos 33 anos de observação, uma fêmea comum adulta pesava em média 3,1 kg. Na segunda metade, a média de peso passou para 3,4 kg. "Para um tamanho pequeno, como o da marmota, é um grande aumento", diz Arpat Ozgul, que liderou a pesquisa. Segundo os cientistas, o ganho de peso deixou as marmotas mais fortes e propiciou que estes animais vivessem e se reproduzissem mais, o que levou a uma população maior. Entre 1976 e 2009, o número de marmotas vivendo na área do estudo aumentou de cerca de 50 para mais de 150.
Se bem que neste momento as marmotas beneficiam com a alteração climática, previsões do seu futuro como população é uma incógnita, diz Susanne Griffin . Ela que desde há anos se dedica ao estudo de marmotas no Olympic National Park do estado de Washington, realça que, hibernando mais cedo do que previsto, os animais ficam sujeitos a um maior risco de predação. No futuro os cientistas esperam que estudos possam mostrar como as mudanças climáticas podem afectar outros animais.
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