quarta-feira, 23 de junho de 2010

Microchip em abelhas ajudará a explicar o seu declineo em massa




Cientistas do Centro de Neurociência da Universidade escocesa de Dundee querem determinar as causas do desaparecimento das abelhas, nas colmeias de todo o mundo. Para atingir este objectivo instalam equipamento em abelhas para monitorá-las e obter detalhes de seu comportamento.

Intrigados pelo ainda inexplicável desaparecimento em massa de abelhas em várias partes do globo, cientistas da Acta -Associação para Coordenação Técnica Agrícola, de Lyon, França, equiparam estas produtoras de mel com microchips dotados de rádios com identificador de frequência, antes de libertá-las na natureza. com a ajuda do minúsculo aparelho, além de um equipamento instalado na entrada das colmeias que registra uma série de dados relativos aos insectos, os investigadores estão estudando com maior precisão todo o comportamento das abelhas, desde o seu nascimento até à sua morte. Pela primeira vez, uma experiência como esta está a ser realizada em campo.
Seja na Europa, Estados Unidos, China e países da América Latina, as abelhas estão ameaçadas, conclusão a que chegou a 41ª edição da Apimondia, congresso internacional apícola realizado em Setembro de 2009 em Montpellier, na França. Nos Estados Unidos, a população de abelhas vem decaindo há duas décadas e, segundo o Usda, o Departamento de Agricultura americano, o número actual de colmeias, 2,4 milhões, é 25% menor do que nos anos 1980. O fenómeno, contudo, não é exclusivo dos norte-americanos. De país para país, o decréscimo na população de abelhas pode variar de 20% a 30%, e o prejuízo decorrente desse desaparecimento é drástico, pois as abelhas polinizam 75% das espécies vegetais consumidas pelos seres humanos.
As abelhas voam de flor em flor colectando néctar, e, nesse processo, ajudam na polinização e na reprodução das plantas.
Se as causas deste sumiço generalizado, conhecido pela sigla em inglês CCD, de "desordem de colapso de colónias", ainda não foram definidas com precisão, muitas são as hipóteses apontadas, como o emprego de pesticidas na agricultura, um ácaro parasita chamado Varroa ou até mesmo a diminuição na floração das plantas no seu habitat. De momento, os estudos dos pesquisadores franceses já conseguiram testar, pela primeira vez em condições naturais, a toxidade do pesticida Fipronil, comercializado pela Basf e usado em muitos países. Mesmo em doses não letais, o produto químico deixa as abelhas desorientadas, provocando uma redução significativa em sua rotina de colecta de néctar, seu sentido de direcção e, por tabela, sua capacidade de encontrar o caminho de volta para a colmeia.
Os cientistas estudarão durante os próximos quatro anos os movimentos de 2500 insectos, nos quais colocaram um “microchip” na cabeça, cita o jornal "The Times". Serão ainda pesados à entrada e à saída das colmeias para averiguar quanto polén e néctar transportam.
Próximo de três dessas colmeias há o uso de pesticidas, enquanto noutras tantas não se utilizam essas substâncias.Vai assim ser avaliada a hipótese de que os animais sujeitos aos efeitos dos pesticidas ficam mais desorientados, ou seja, os investigadores vão verificar se as substâncias afectam negativamente a memória, a capacidade de comunicação e o sentido de orientação. Apesar de haver pesticidas que demonstraram não ter efeito, os investigadores pretendem perceber se a sua combinação tem consequências negativas para os insectos.

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