sexta-feira, 29 de maio de 2009

Cientistas conseguem observar 'fases' de planeta fora do Sistema

Concepção artística das "fases" de planeta extra-solar (Foto: Observatório de Leiden)

OBSERVADAS FASES EM PLANETA EXTRASOLAR

Cientistas conseguem observar 'fases' de planeta fora do Sistema Solar
Feito foi possível com o satélite franco-europeu CoRoT.
O Planeta é grande como Júpiter, mas gira próximo à sua estrela.

Quatro séculos atrás, o célebre astrônomo Galileu Galilei ficou famoso por, entre outras coisas, apontar um telescópio na direção de Vênus e constatar que o planeta, magnificado, apresentava fases, iguais às que a Lua apresenta em seu movimento ao redor da Terra. Agora, astrônomos do Observatório de Leiden, na Holanda, fizeram exatamente a mesma coisa, mas com um planeta localizado fora do Sistema Solar. Pode parecer pouca coisa, mas não é. Enquanto Vênus - o astro observado por Galileu - é o vizinho mais próximo da Terra e aparece no céu, a olho nu, como um objeto bastante brilhante, o planeta CoRoT-1b (HD 189733b) está tão distante que nem mesmo com o auxílio dos mais poderosos telescópios é possível observá-lo com clareza. O objeto em questão está na categoria dos Hot Jupiters, assim chamados porque são gigantescos como Júpiter, mas orbitam muito próximos a suas estrelas-mães, o que faz deles incrivelmente quentes - inabitáveis, portanto. O feito foi obtido graças ao poder do telescópio espacial CoRoT, satélite franco-europeu que conta com participação brasileira e tem como uma de suas missões principais descobrir planetas fora do Sistema Solar. Ele monitorou o HD 189733b por 55 dias seguidos. Nessas circunstâncias, era impossível observar a luz vinda do planeta evitando a luz proveniente da estrela vizinha. Devido a este facto , a descoberta e o monitoramento de planetas pelo CoRoT envolve uma complexa análise da luz vinda daquela região, que permite dizer quando um astro planetário passa à frente da estrela e, com análises subsequentes, observar a contribuição luminosa do planeta para a luz total que chega à Terra. Atavés dessa análise, os cientistas liderados por Ignas Snellen conseguiram detectar uma flutuação gradual da luz vinda do planeta, conforme ele passava pelas fases crescente, minguante e nova. Esta última ocorria durante o chamado "trânsito", quando o planeta passa à frente da estrela. Já a fase cheia, não foi visível porque nesse momento o planeta estaria passando atrás da sua estrela. Os resultados foram publicados na edição desta semana do periódico científico britânico "Nature".
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