domingo, 31 de maio de 2009

Tabaco reduz a taxa de fecundação e a qualidade dos embriões

Espermatozoides humanos - foto retirada daqui
Especialista adverte que o consumo de tabaco pode dar origem a uma fragmentação do ADN dos espermatozóides, o que pressupõe uma redução da taxa de fecundação e implantação e da qualidade embrionária. O Dr. Vicente Badajoz, coordenador do Laboratório de Ginefiv, assinalou que a fragmentação do ADN dos espermatozóides (gâmetas masculinos) pode surgir de forma intrínseca, no próprio processo de maturação dos espermatozóides, ainda que existam também factores externos que podem condicionar estas lesões, como a varicocele (varizes nos testículos), processos febris recentes, obesidade, dietas inadequadas ou, evidentemente, as substâncias tóxicas do tabaco. O número e o tipo de rupturas ou lesões do ADN do espermatozóide condicionam a integridade do material genético, dificultando assim a obtenção de uma gravidez, mesmo através de tratamentos de reprodução assistida. Além disso, as substâncias como a nicotina e os compostos tóxicos, como fenóis, hidrocarbonetos aromáticos e mesmo pesticidas, todos presentes nos cigarros, podem dar lugar à referida fragmentação. De acordo com o Dr. Badajoz, existem vários métodos para detectar estas anomalias no ADN do espermatozóide, embora normalmente só se realizem em pacientes com problemas de esterilidade e naqueles que se submeteram a vários tratamentos de reprodução assistida com as suas companheiras e não conseguiram uma gravidez. Existem duas metodologias diferentes para a detecção da fragmentação do ADN espermático. No método TUNEL (Marcação de Terminações dUTP pela Deoxinucleotidil Transferase Terminal), os espermatozóides são expostos a uma enzima e aqueles que apresentam um ADN fragmentado mostram uma coloração diferente no microscópio. No método de avaliação da estrutura da cromatina espermática (SCSA, sigla em inglês) e no teste de dispersão da cromatina espermática (SCD, sigla em inglês), os espermatozóides com ADN intacto produzem um halo que corresponde à cromatina (conjunto de células que constituem o cromossoma) livre de proteínas, enquanto que os que têm o ADN fragmentado não produzem o referido halo.

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