quarta-feira, 23 de março de 2011

Pobre Phoca vitulina, a foca comum europeia, tão contaminada

A contaminação das águas costeiras europeias está a afectar as focas.


Estas especies são usadas como biomonitores da contaminação global.
Uma investigação realizada por cientistas europeus verificou que a foca-comum (Phoca vitulina) que vive em estuários ou noutros locais perto da costa onde haja indústria apresenta elevados níveis de contaminação no seu organismo.

A equipa de investigação descobriu que uma população de focas Phoca vitulina que vive no estuário do rio Elba, na Alemanha, está exposta a maiores níveis de contaminação relativamente a outros animais que não vivem perto da costa. As actividades industriais e de dragagem tornam este rio num dos maiores agentes contaminantes das águas alemãs do Mar do Norte.

Existe uma grande comunidade de focas na Europa, especialmente concentradas na Escócia, países da Escandinávia e no Mediterrâneo onde vivem as focas-monge (Monachus monachus). Esta espécie que está em grande perigo de extinção também vive na Madeira.

“O que acontece com as focas ocorre com outras espécies que partilham o mesmo ecossistema,” refere Perez Luzardo, cientista da Universidade de Las Palmas que integrou o estudo. “Este tipo de estudos, repetidos com frequência, são importantes porque permitem verificar a eficácia das políticas que estão a ser desenvolvidas para prevenir a contaminação química.”

Para realizar este estudo os especialistas mediram a concentração de poluentes orgânicos persistentes (POP), muitos deles proibidos há mais de 30 anos, mas que ainda persistem na água devido à sua grande resistência.

Estes mamíferos marinhos apresentam concentrações elevadas de vários metais e de contaminantes orgânicos clorados provenientes do rio Elba. As focas mostraram também níveis elevados de gama-globulinas e anticorpos (mediadores do sistema imunitário) comparados com outros animais que não vivem no estuário. Estes resultados sugerem que nesta zona existe uma grande concentração de agentes patogénicos que podem causar doenças.

Actualmente os investigadores analisam de que forma este tipo de contaminação afecta os seres humanos e outras espécies animais, como as tartarugas marinhas das Canárias e Cabo Verde.
Imagem daqui

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