sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Monarcas com "GPS" nas antenas

Borboletas monarca . Monarch Watch/Chip Taylor
WASHINGTON - Todos os anos cerca de 100 milhões de borboletas monarca migram dos EUA para o México durante o Outono do hemisfério norte, fenómeno que há muito tempo intriga os cientistas. Um novo estudo revela que o sentido de orientação das borboletas reside nas antenas e não no cérebro. Steven Reppert, do Departamento de Neurobiología da Universidade de Massachusetts. assegura, que tal como um GPS necessita de satélites, estes apêndices necessitam da luz solar para se guiar e encontrar o caminho.
A investigação, publicada na revista Science, usou a borboleta monarca, que é capaz de percorrer 4.000 quilómetros durante as suas migrações desde varias partes dos EU e Canadá ao México, até uma Reserva da Biosfera da Borboleta Monarca.
Como foi feita a descoberta?
Reppert e os seus colegas realizaram várias experiências. Começaram por retirar as antenas a algumas borboletas. Verificaram que durante o voo as estas perdiam o seu sentido de orientação normal para o sul apesar do seu cérebro continuar a funcionar da mesma maneira. Em seguida pintaram num outro grupo de borboletas, as suas antenas com tinta preta e verificaram que estas também perdiam a orientação durante o voo. Por último, pintaram as antenas de um terceiro grupo com tinta clara e observaram que estas já conseguiam orientar-se. Os cientistas deduziram que os insectos precisam de conhecer a posição do sol para se orientarem.
Ser capaz de voar para o sul pode não parecer grande coisa para pessoas que têm acesso a mapas e receptores de GPS, mas as borboletas só contam com o sol para navegar. E o sol não para de se mover, o que significa que os insectos têm de ajustar a navegação constantemente para manter o curso.
Como a maioria dos animais, as monarcas têm o chamado "relógio circadiano" no cérebro, que ajuda a estimar qual a hora do dia. Saber a hora e a posição do sol no céu permite encontrar o sul.
Agora o novo estudo vêm revelar que as borboletas têm um segundo relógio, nas antenas, que detecta a luz. "O que quer que possamos aprender sobre esse insecto... vai de certeza ensinar nos algo sobre como o nosso cérebro funciona", disse Reppert, que estuda os relógios biológicos no cérebro de animais, incluindo os seres humanos.

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