segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Investigação sobre ribossomas vale Nobel da Quimica

Dentro de cada uma das células do nosso corpo, bem aconchegada dentro do núcleo, reside uma compridíssima molécula de ADN. Mas o ADN é apenas um livro de instruções genéticas, uma espécie de roteiro para fabricar um ser humano. Trata-se de uma molécula passiva, que só por si não é vida. A matéria de base da vida são as proteínas — a hemoglobina, que transporta o oxigénio no nosso sangue, os anticorpos que nos protegem das doenças, a queratina do nosso cabelo e das unhas, o colagénio da nossa pele e mais umas dezenas de milhares de moléculas desse tipo. E todas essas proteínas são fabricadas pelas células, a partir das instruções do ADN, numas estruturas muito complexas: os ribossomas. Cada ribossoma mede cerca de 25 milionésimos de milímetro e cada célula contém dezenas de milhares de ribossomas.
“A tradução da informação do ADN é um dos processos mais primordiais da produção da vida. (...) Os ribossomas produzem proteínas que, por sua vez, controlam a química de todos os organismos vivos”, declarou o comité Nobel, ao explicar a decisão de atribuir este ano o Prémio Nobel da Química a três cientistas “que conseguiram cartografar a posição de cada um das centenas de milhares de átomos dos ribossomas.”
Eles são Ada Yonath, do Instituto Weizman de Ciência em Revohot, nascida em Israel em 1939; Thomas Steitz, norte-americano da Universidade de Yale, nascido em 1940; e Venkatraman Ramakrishnan, do Medical Research Council britânico, norte-americano nascido na Índia em 1952. Todos tiveram um papel essencial nesta aventura científica, que durou duas décadas.
Os cientistas, que curiosamente nunca trabalharam juntos juntos, conseguiram descobrir como são produzidas as proteínas no interior das células . Conseguiram-no graças à cristalografia por raios X.
Como sempre, os prémios Nobel premeiam aquelas pessoas que contribuíram significativamente para o bem estar da sociedade. Graças aos trabalhos destes três cientistas sabe-se agora como actuam os antibióticos nas células das bactérias, o que representa um primeiro passo para lutar contra a preocupante resistência bacteriana aos fármacos.
As suas investigações ajudaram a conhecer as diferenças entre os ribossomas das células bacterianas e as humanas, pelo que graças a esta descoberta agora será possível desenhar novos antibióticos que ataquem unicamente os organismos patogénicos.
Fonte da notícia: público.pt

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