sábado, 18 de dezembro de 2010

Tabela Periódica ... mudou os pesos.

Mudança histórica nos pesos atómicos de 10 elementos da tabela periódica.


Pela primeira vez na história, uma mudança será feita nos pesos atômicos de alguns elementos listados na tabela periódica dos elementos químicos publicado nas paredes das salas de aula de química e no interior das capas de livros de Química em todo o mundo.

A nova tabela, descrita num relatório divulgado este mês (dezembro 2010), irá expressar pesos atômicos de 10 elementos - o hidrogênio, lítio, boro, carbono, nitrogênio, oxigênio, silício, cloro, enxofre e tálio - de uma nova forma que irá refletir com mais precisão como esses elementos são encontrados na natureza.

"Por mais de século e meio, muitos foram ensinados a usar pesos padrão atômico (um valor único) encontrados na parte interna da capa dos livros didáticos de química e na tabela periódica dos elementos. Com a evolução da tecnologia descobrimos que os números da nossa tabela não são tão estáticos como se acreditava anteriormente", diz o Dr. Michael Wieser, professor adjunto da Universidade de Calgary, que trabalha como secretário da Comissão da União Internacional da Química Pura Aplicada (IUPAC) sobre abundâncias e isotópos dos pesos atômicos. Esta organização supervisiona a avaliação e divulgação dos valores de peso atômico.

Técnicas analíticas modernas podem medir o peso atômico de vários elementos com precisão, e essas pequenas variações no peso atômico de um elemento são importantes na investigação e na indústria. Por exemplo, medições precisas das abundâncias de isótopos de carbono podem ser usados para determinar a pureza e a fonte de alimento, tais como baunilha e mel. Medições de isótopos de nitrogênio, cloro e outros elementos são utilizados para detecção de poluentes em rios e águas subterrâneas. No desporto, a testosterona para melhorar o desempenho, pode ser identificada no corpo humano, porque o peso atômico do carbono de testosterona natural humana é maior do que o da testosterona farmacêutica.

As massas atômicas destes 10 elementos agora serão expressas em intervalos, com limites superiores e inferiores, o que de forma mais precisa reflecte e transmite essa variação no peso atômico. As mudanças efectuadas na Tabela de Norma Massas atômicas vêm num artigo do jornal de Química Internacional.
Por exemplo, o enxofre é comumente conhecido por ter um padrão de peso atômico de 32,065. No entanto, o seu peso real atômico pode ser um qualquer entre 32,059 e 32,076, dependendo de onde o elemento é encontrado. "Por outras palavras, sabendo se o peso atômico pode decodificar se as origens e a história de um determinado elemento na natureza", diz Wieser, co-autor do relatório.

Michael Wieser, um professor da Universidade de Calgary, está contribuindo para as alterações da tabela periódica. Ele trabalha com um espectrômetro de massa por ionização térmica utilizada para medir a abundância de isótopos de um elemento.
Elementos com apenas um isótopo estável não apresentam variações de seus pesos atômicos. Por exemplo, os pesos padrão atômico de flúor, alumínio, sódio e ouro são constantes.

"Embora essa mudança ofereça benefícios significativos na compreensão da química, pode-se imaginar o desafio que se coloca agora, aos educadores e estudantes que terão que seleccionar um único valor de um intervalo ao fazer os cálculos de química", diz o Dr. Fabienne Meyers, diretor adjunto do IUPAC.

"Esperamos que os químicos e os educadores vejam este desafio como uma oportunidade única para incentivar o interesse dos jovens pela química e assim gerar entusiasmo para o futuro criativo desta ciência.

A Universidade de Calgary tem e continua a contribuir de forma substancial no estudo das variações de peso atômico. Professor H. Roy Krouse criou o Laboratório de Isótopos Estáveis do Departamento de Física e Astronomia em 1971. Os primeiros trabalhos de Krouse estabeleceram a grande variedade natural do peso atômico dos elementos significativos, incluindo o carbono e o enxofre. Actualmente, investigadores da Universidade de Calgary, em física, ciências ambientais, química e geociências estão explorando na área dos pesos atômicos para elucidar a origem dos meteoritos, para determinar as fontes de poluentes no ar e na água.
Esta mudança fundamental na apresentação dos pesos atômicos baseia-se no trabalho realizado entre 1985 e 2010, apoiado pela IUPAC, a Universidade de Calgary e outros membros da Comissão.

INALENTEJO - DarK Sky


Alentejo implementa primeira reserva Dark Sky do país
Projecto visa diminuir poluição luminosa

No âmbito de um projecto turístico pioneiro em Portugal, a reserva Dark Sky, está a ser implementada em seis concelhos do Alentejo, nas margens da albufeira de Alqueva, entre os quais o de Reguengos de Monsaraz, para captar turistas interessados na observação astronómica nocturna.

O presidente da autarquia, José Calixto, disse hoje à Agência Lusa que a zona do Alqueva “tem as condições ideais” para a observação do céu, pelo que o município “passou a ter preocupação com o tipo de iluminação dos monumentos”.

Na sede de concelho, em Reguengos de Monsaraz, “a iluminação cénica da igreja matriz passou a desligar-se à 01h00”, à semelhança do que acontece na vila medieval de Monsaraz, onde também a igreja matriz “deixou de ter iluminação toda a noite”, disse o autarca.

As luzes decorativas das muralhas de Monsaraz, que possui projectores de elevada potência, também “só acedem esporadicamente e durante a realização de eventos como a bienal cultural ou as festas da vila”, revelou José Calixto.

“Existe uma iluminação mínima que garante a segurança de bens e pessoas, enquanto a iluminação cénica, mais forte, é desligada”, adiantou, lembrando que as luzes decorativas “têm, por um lado, consumos elevados e, por outro, aumentam a poluição luminosa”.

No âmbito deste projecto, o município de Reguengos de Monsaraz pretende avançar com a substituição do actual sistema por uma iluminação LED, que permita definir “graus de intensidade de acordo com as necessidades das populações”.

Os promotores do projecto já apresentaram uma candidatura ao Programa Operacional Regional do Alentejo (INALENTEJO) para a aquisição de equipamento necessário, como telescópios, num investimento de 700 mil euros. Envolvendo os concelhos de Alandroal, Reguengos de Monsaraz, Portel, Mourão, Moura e Barrancos, o projecto é promovido pela Rede de Turismo de Aldeia do Alentejo, Turismo Terras do Grande Lago Alqueva, Empresa de Desenvolvimento e infraestruturas de Alqueva (EDIA) e Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Alentejo.

sábado, 4 de dezembro de 2010

“Kids Transforming the World” inova forma de aprender e apreender o Mundo

Take the Wind lança o site “Kids Transforming the World”

Viajar em 3D pelo corpo humano é uma das propostas do site lançado por aquela empresa ontem em Lisboa. O objectivo é perceber que a era digital mudou o paradigma da apredizagem
“Kids Transforming the World” é o mais recente projecto da empresa de conteúdos científicos Take the Wind, realizado em parceria com o Centro de Física Computacional da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC), a Ordem dos Biólogos e as empresas ISA e JP Sá Couto.
Com este projecto, lançado ontem, pelas 10h00, no evento Festa Magalhães, no auditório da Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Lisboa, é possível viajar em 3D pelo corpo humano e compreender como funcionam as suas principais funções e sistemas ou descobrir o que é a energia, como se produz e como se pode poupar.
A era digital obriga a uma mudança de paradigma de aprendizagem. Utilizar as tecnologias para a «resolução de problemas do dia-a-dia, como por exemplo a saúde e a poupança de energia, traz novas possibilidades de desenvolver aprendizagens colaborativas e experimentais, críticas para a interligação de conhecimentos (desde a Matemática, ao Português, Ciências e Expressões), as quais são também benéficas para a promoção de atitudes pessoais positivas, como a auto-realização e a motivação», afirma Pedro Pinto, CEO da Take The Wind. «O grande desafio já não é o de saber usar as tecnologias da informação, mas estudar e descobrir novos formatos de apreender o mundo de forma inter-disciplinar, capazes de integrar informação, abundante mas dispersa, e traduzi-la em conhecimento útil para a criança», conclui.
O site http://www.kidsttw.com/ alberga um conjunto de aplicações baseadas em jogos, actividades para crianças e roteiros de exploração pedagógica para pais e professores, procurando resultados concretos ao nível das atitudes, como por exemplo aprender a conhecer o organismo e prevenir doenças ou a poupar energia e euros em casa e na escola. Com muitas funcionalidades gratuitas, basta entrar e começar a explorar o mundo do corpo humano e da energia.
A Take The Wind tem por missão inovar na comunicação de conteúdos complexos, de base científica, num mundo de pessoas e organizações digitalmente interligadas, com particular ênfase nas áreas do eHealth e das Ciências da Vida. A empresa iniciou a sua actividade em 2008 e encontra-se sedeada na Incubadora de Empresas do Instituto Pedro Nunes, em Coimbra.

Fontes da notícia:
http://www.diariocoimbra.pt/

http://www.cienciahoje.pt/

terça-feira, 2 de novembro de 2010

O que diz a imagem...nos comentários.

Imagem retirada daqui

O que é Moda Ecológica Sustentável?

Será esta da imagem? Responde à questão nos comentários.


imagem retirada do site eatbag.blogspot.com

Há Acordo Internacional para travar a Perda de Biodiversidade.

Uma espécie de anfíbios em cada 3, mais de uma espécie de aves em cada 8 e mais de uma espécie de mamíferos em cada 5 estão ameaçadas de extinção segundo a IUCN ( União Internacional para a Conservação da Natureza)

Os representantes de 193 países reunidos em Nagoya, no Japão, na Cimeira da ONU sobre a Convenção da Biodiversidade, chegaram no dia 29 de Outubro, a uma acordo internacional para travar a perda acelerada de biodiversidade, a nível global.

Após duas semanas de intensas negociações, que incluíram um prolongamento de última hora para ultimar os pormenores do acordo, os delegados adoptaram um plano estratégico para o horizonte de 2020, que estabelece 20 objectivos para a protecção da natureza. Um deles é a ampliação de áreas protegidas terrestres e marinhas em todo o mundo.

Os representantes dos Estados adoptaram ainda um protocolo que estabelece a partilha dos benefícios retirados pelas indústrias farmacêuticas e de cosmética dos recursos genéticos de numerosas espécies de animais, de plantas ou de microrganismos. Esta partilha de benefícios inclui agora as comunidades das quais são oriundas as espécies em causa.

Este acordo, denominado ABS, que estipula o acesso e a partilha de benefícios por parte dos países do Sul, era há muito reclamado por estes. O Brasil, nomeadamente, que abriga na sua bacia amazónica, 10% das espécies conhecidas no mundo, foi um dos estados que mais lutaram pela necessidade deste acordo, sem o qual a cimeira não teria saído do impasse.

Os resultados da cimeira foram por isso unanimemente classificados por políticos e ambientalistas como um marco em termos de negociações internacionais.

"O protocolo de Nagoya é um êxito histórico", afirmou no final Jim Leape, o director-geral da WWF International.

O plano estratégico para 2020 fixa o aumento das áreas protegidas no mundo dos actuais 13% em terra e um por cento nos oceanos, para respectivamente 17% e 10%, o que todos consideram decisivo.
Noticia lida aqui e em
http://www.ecologiaverde.com/

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Flamingos usam pigmentos como cosméticos para realçar a sua cor rosa

Imagem aqui
Os Flamingos produzem secreções pigmentadas para colorir as penas e assim chamar a atenção de potenciais parceiros de acasalamento.

Um estudo realizado nas zonas húmidas do Sul de Espanha, revelou que os flamingos produzem secreções pigmentadas para as penas, de forma a evidenciarem-se para os potenciais parceiros de acasalamento. Os cientistas identificaram os pigmentos das secreções, chamados carotenóides, no óleo que as aves produzem, em glândulas próximas da base das penas.
Os cientistas descobriram que os flamingos esfregam as secreções pigmentadas nas penas, como uma "maquilhagem". Os pigmentos vermelho-alaranjados presentes no óleo ressaltam a cor característica dos flamingos. Além de arrumar as penas, muitas aves esfregam o rosto na glândula e de seguida nas penas do pescoço e do peito.

O líder do estudo, Juan Amat, diz que os flamingos gastam muito tempo na actividade de esfregar o pigmento nas penas, então quanto mais bonita visualmente é a cor da ave, mais saudável e bem nutrido é o flamingo. Se ele não esfregar constantemente as suas penas, a cor esbate-se em alguns dias. Isso significa que, tal como a maquilhagem, para se manter bonita tem de ser retocada, também a cor do flamingo deve ser reaplicada para se manter vistosa.

Os dados deste trabalho permitiram ainda determinar que este comportamento é mais marcado nas fêmeas, tal como acontece nos humanos. A cor da plumagem dos flamingos será deste modo manipulada como um sinal de qualidade de cada indivíduo. Os flamingos com cores mais fortes também se reproduzem mais e são encontrados nos habitats melhores. Desta forma a cor rosa evidenciada funciona como um poderoso sinal visual da saúde e da qualidade de nutrição dos flamingos.
Para os que querem saber mais, ler aqui

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Bee-Doc

CADA VEZ HÁ MENOS ABELHAS NO NOSSO MUNDO


A população dos enxames diminui ou desaparece.

Entre 2006 e 2007 desapareceram 25% das abelhas nos Estados Unidos. O mesmo aconteceu na Europa.

A situação é mais grave do que possa parecer à primeira vista. O fenómeno é conhecido como Síndrome do Colapso das Colónias - Colony Collapse Disorder ou CCD ( sigla em inglês) e tem graves consequências no meio ambiente pois como todos sabemos as abelhas desempenham no planeta uma importante função polinizadora.

A adicionar a este problema temos ainda as perdas económicas. Em algumas regiões de França, como por exemplo nas zonas próximas de Lyon e Alsácia as perdas ultrapassam os 50%.

A União Europeia pôs em desenvolvimento um projecto designado Bee-Doc para investigar o problema. Começou no passado mês de Março e terá a duração de três anos. Estão a trabalhar neste projecto onze universidades de nove países sob a orientação do professor Robin Moritz.
Podes ver um video em:
http://www.apinews.com/en/news/item/12079-eec-community-program-bee-doc e também para mais informação podes dar uma espreitadela no site
http://www.bee-doc.eu/

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Como os leopardos adquiriram as suas manchas, a Matemática explica.

Padrão do pêlo de leopardos que passam mais tempo em árvores é irregular
Uma vez mais a matemática apresenta-nos uma explicação para fenómenos da natureza.
Um estudo da Universidade de Bristol (Reino Unido) explica que o pêlo dos felinos evolui rapidamente, para os ajudar a camuflarem-se no seu habitat. Nos resultados, publicados na Proceedings of the Royal Society B, os investigadores mostram que, através da análise de 35 espécies diferentes, obtiveram um modelo matemático de desenvolvimento de padrões que determinam a aparência final.
Através dos modelos matemáticos relacionou-se a complexidade dos padrões da pelagem dos felinos com o habitat utilizado por estes.
Segundo um dos autores, William Allen, o padrão revela-se particularmente irregular nos leopardos que têm vida nocturna e que passam mais tempo nas árvores do que no solo. No entanto, o guepardo ou chita mantem as manchas, apesar da sua preferência por espaços abertos.
Apenas os tigres têm raios verticais e alargadas durante os seus passeios por pastos onde habitam. Os leões usufruem orgulhosamente de manchas laterais. Os especialistas da área, antes destes avanços, acreditavam que os felinos usavam as suas cores para atraírem o sexo oposto.

O estudo da equipa de Allen descarta essa teoria: “se existisse um motivo sexual, tanto os machos como as fêmeas teriam diferentes padrões e isso não se verifica”. Os investigadores britânicos refutam ainda a teoria de que as manchas possam representar estatutos ou funções sociais de determinado indivíduo no grupo.

Allen revela que o título do estudo, «Como os leopardos obtêm as suas manchas» foi inspirado na história homónima de Rudyard Kipling – que conta como é que estes animais deixam a marca negra das suas impressões digitais na pelagem lisa de outros exemplares, após se encontrarem com eles. “Pode aparecer ligeiramente borratada, mas se nos aproximarmos vêem-se cinco marcas”, escreveu.
Os investigadores concluíram que as espécies de felinos mais adaptadas às árvores e com actividade nocturna apresentam os padrões mais complexos e irregulares. A origem destes padrões depende do habitat e da forma como a espécie utiliza esse habitat, proporcionando uma camuflagem essencial para sua sobrevivência.
No caso dos leopardos, o distinto padrão que apresentam ter-se-á desenvolvido nas florestas, um habitat mais complexo, que terá induzido ao desenvolvimento de um padrão mais complexo. A relação apurada foi neste trabalho estabelecida através de modelos matemáticos que demonstram a relação das complexidades dos padrões e que se terá desenvolvido por mecanismos genéticos normais.

Notícia lida em Ciencia.hoje.pt e em http://naturlink.sapo.pt

domingo, 24 de outubro de 2010

Uma "Maravilha de Formigas" - Melhor Fotografia do Ano

Formigas da Costa Rica trabalhando à noite - Foto vencedora de Bence Mate
O concurso de fotografia da natureza mais prestigioso do mundo, o Wildlife Photographer of the Year, premiou este ano uma impressionante imagem intitulada "A Maravilha das Formigas".

A fotografia mostra um exército destes insectos despedaçando uma folha e carregando os fragmentos para o seu ninho.

O júri elogiou o seu autor, o húngaro Bence Mate, pela "qualidade artística" da sua imagem, que foi tirada à noite mostrando as silhuetas das formigas capturadas na parte de trás da folha.

"Eu gosto de fotografar a acção e esta imagem mostra muitas atividades diferentes: como as formigas recortam as folhas e as transportam. Além disso, as suas silhuetas oferecem uma "visão diferente ", comentou Matt sobre a sua foto vencedora.

O fotógrafo húngaro capturou a imagem durante uma expedição de seis meses na Costa Rica. Desde que descobriu estas formigas, ficou fascinado, se bem que muito frustrado ao descobrir que as formigas apenas fazem o seu trabalho de recortar as folhas durante a noite.

O Wildlife Photographer of the Year é um concurso organizado pelo Museu de História Natural de Londres e pela revista BBC Wildlife Magazine. Tanto a imagem vencedora como as outras 100 candidatas para este prémio vão ser exibidas no museu da capital britânica.

Fonte da notícia:
http://www.elmundo.es/elmundo/2010/10/21/ciencia/1287653278.html

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Bichos- da- seda transgénicos produzem teia da aranha

Fios de seda, casulos e bichos da seda transgénicos [Imagem: Dr Malcolm J. Fraser., Notre Dame University]
Cientistas conseguiram produzir bichos-da-seda transgênicos capazes de produzir seda de aranha.

Embora seja um objetivo há muito tempo perseguido pelos cientistas, até hoje apenas pequenas quantidades de teia de aranha haviam sido produzidas em laboratório.

Em virtude de utilizar o bicho-da-seda, largamente explorado na indústria, como matriz, o novo processo tem potencial para ser usado em larga escala.

As teias de aranha naturais têm várias propriedades físicas únicas, incluindo uma elasticidade e uma resistência à tração significativamente superiores à dos fios do bicho-da-seda.

Segundo os investigadores, a seda de aranha artificial, produzida pelos bichos-da-seda transgênicos, apresenta propriedades de força e flexibilidade similares à seda de aranha natural.

"Esta pesquisa representa um avanço significativo no desenvolvimento de fibras de seda aprimoradas tanto para aplicações médicas como não-médicas," afirma Malcolm J. Fraser, coordenador da equipe. "A produção de fibras de seda com as propriedades da teia da aranha tem sido uma das metas mais importantes na ciência dos materiais."


O fabrico da teia de aranha pelo bicho-da-seda foi possível graças a uma técnica chamada piggyBac, desenvolvida por Fraser. PiggyBac é um pedaço de DNA, conhecido como transposão, capaz de se inserir no mecanismo genético de uma célula.

Os cientistas manipularam geneticamente os bichos-da-seda para que eles incorporassem DNAs específicos extraídos das aranhas.Quando esses bichos-da-seda transgênicos tecem os seus casulos, a seda produzida por eles não é a seda de um bicho-da-seda comum, mas uma combinação de seda de bicho-da-seda e seda de aranha.

A proteína de seda geneticamente modificada produzida pelos bichos-da-seda transgênicos melhorou consideravelmente a elasticidade e a força dos seus fios, fazendo-os aproximar-se da qualidade da seda natural de aranha.

As fibras de seda de aranha têm inúmeras aplicações biomédicas em potencial, tais como fios de sutura mais finos e mais resistentes, curativos e suportes para a recuperação ou a substituição de tendões e ligamentos.

Como são extremamente resistentes, os cientistas apontam também para a possibilidade de uso das teias de aranha artificiais como material estrutural, em roupas à prova de balas, tecidos estruturais, roupas para atletas e até melhores airbags para automóveis.

Apesar de apresentarem uma resistência superior à do aço, contudo, as sedas são materiais biológicos - formados essencialmente por proteínas - o que significa que elas se biodegradam com facilidade, o que impõe limites ao seu uso.

A pesquisa foi realizada por colaboradores da Universidade de Notre Dame, da Universidade de Wyoming e da empresa Biocraft Kraig Laboratories.

Podes ver o video (Youtube)




e também aqui

domingo, 10 de outubro de 2010

Rara, Linda, Japonesa e com o maior Genoma alguma vez encontrado é uma planta


'Paris japonica', planta com maior genoma conhecido. (Foto: Neil Roger / Flickr / Creative Commons 2.0 nc).
Botânicos da Kew Botanical Gardens britânica afirmam que a planta Paris japonica possui o maior genoma conhecido, e é encontrada no Japão. A descoberta , que realça a vulnerabilidade da planta mereceu publicação na revista científica Botanical Journal of the Linnean Society.
A Paris japonica é uma planta para jardineiros pacientes. Para obter um exemplar com 80 centímetros, é preciso um ambiente húmido, sem sol directo, com muitos nutrientes e uma paciência de santo – depois de plantada, o caule pode demorar até quatro anos a despontar. A planta é exigente e isso pode estar associado aos 152,23 picogramas (um picograma é um bilionésimo de um grama) de ADN que cada célula tem. Uma quantidade enorme, 50 vezes maior do que cada célula humana carrega, que é apenas de três picogramas.

De acordo com o estudo, o menor dos genomas conhecidos é encontrado no parasita de mamíferos Encephalitozoon intestinalis, com apenas 0,0023 pg. Antes de estudar o material genético da Paris japonica, cientistas acreditavam estar próximos do limite máximo para o volume de genomas. O record pertencia a uma espécie de peixe pulmonado encontrado em águas africanas - o Protopterus aethiopicus, com 132,83pg.
"Algumas pessoas podem questionar-se que consequência tem um genoma tão grande e se realmente importa uma espécie ter mais ADN do que outra", disse Ilia Leitch, investigadora do jardim de Londres Kew Gardens. "A resposta é um 'sim' – um grande genoma aumenta o risco de extinção", disse.

Segundo a investigadora, quanto mais ADN o genoma tem, mais a célula demora a replicar toda a molécula para poder dividir-se. "Pode demorar mais para que um organismo com um genoma maior complete o seu ciclo de vida do que um com um genoma menor", explicou a investigadora citada pela Reuters. Normalmente espécies com genomas grandes estão menos adaptadas a viver em solos poluídos e toleram mal condições ambiente extremas. "Que são cada vez mais relevantes no mundo em mudança", conclui a cientista.

Como comparação, vegetais em desertos, que precisam crescer rápido após as chuvas raras, possuem genomas pequenos. Plantas com DNAs maiores são geralmente excluídas deste tipo de habitat.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Uma grande notícia: realizado inventário dos oceanos ( o primeiro a nível mundial)

Numa altura em que muitas espécies, animais e vegetais, estão em vias de extinção, eis que aparece uma boa notícia e muito importante. Através de um censo realizado a nível mundial descobriram-se 20 mil novas espécies nos oceanos. Foram encontradas formas de vida nos sítios mais inóspitos, desde o mais quente ao mais gelado e mesmo em locais onde a luz e o oxigénio são muito escassos.
Animais bizarros, pequenas rãs, e até mamíferos fazem parte da grande e diversificada amostra.
Imagem de Spirobranchus giganteus - credit: John Huisman da Universidade Murdoch
O primeiro Censo Mundial da Vida Marinha, apresentado hoje numa conferência em Londres (no Royal Institution of Great Britain), dá a conhecer 20 mil espécies até agora não registadas. Este estudo, que começou a ser realizado em 2000, com a fundação do Censo da Vida Marinha (Census of Marine Life - CoML), foi organizado com a finalidade de se tentar descobrir “o que viveu nos oceanos, o que vive e o que irá viver”.

Durante os dez anos de investigação, em que participaram mais de 2700 cientistas de 83 países, realizaram-se 540 expedições. Vários livros, artigos, websites, filmes, mapas e bases de dados constituem e relatam agora as novidades.

A descoberta de numerosas espécies foi uma das muitas surpresas da investigação. De 230 mil passaram a ser 250 mil. Além disso, entre os milhões de espécimes recolhidos tanto em águas conhecidas como em águas raramente exploradas, encontrou-se mais de seis mil potenciais novas espécies e completaram-se as descrições sobre 1200.

O CoML compilou as primeiras comparações regionais e globais da diversidade de espécies marinhas. Ao ser aplicada a análise genética, numa escala global, a uma base de dados de 35 mil espécies de grupos diferentes, conseguiu-se traçar gráficos da proximidade e da distância das relações entre espécies, mostrando uma nova imagem da estrutura genética da diversidade marinha.

O Relatório está no sítio da CoML Apesar de terem sido dez anos de estudos, o CoML admite que “não conseguiu estimar de forma segura o número total de espécies” e descobrir todos os tipos de vida no oceano. Pode, ainda assim, adiantar que há pelo menos um milhão de animais e plantas marinhas e dezenas de milhões de tipos de micróbios.
Traçaram-se igualmente rotas migratórias de inúmeras espécies.

Monitorizando animais em tempo real conseguiu-se perceber onde é que eles vivem e onde morrem. Agora, qualquer pessoa pode ter acesso, através da Internet, ao mapa da distribuição das espécies e aos diversos dados recolhidos e estudos realizados. É possível encontrar também criações artísticas, entre literatura, música e filmes, inspiradas nesta investigação.

Estão disponíveis nos sítios do CoML (http://www.coml.org/) e no Ocean Biogeographic Information System (http://www.iobis.org/).
Podes ver todas as fotos em: http://www.coml.org/image-gallery

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Na hora de escolher casa nova, as abelhas fazem-no com democracia

O que podemos nós aprender com as abelhas?

Segundo o investigador em neurobiologia comportamental, Thomas Seeley, as abelhas do mel (Apis Mellifera) tomam decisões através de um processo democrático quando fazem escolhas “de vida ou morte” e se mudam para uma nova colmeia. Seeley explica o comportamento destes insectos no seu recente livro «Democracia da abelha do mel» (Honeybee Democracy).

Imagem de uma cela em forma de amendoím onde a rainha é criada - From the book "Honeybee Democracy" by Thomas D. Seeley.
Quando a colmeia começa a ficar superlotada, dois terços das abelhas operárias juntamente com a rainha abandonam-na e partem à procura de uma nova casa. O Doutor Selley e colegas estudaram meticulosamente todo o processo de tomada de decisão pelas abelhas no momento de escolherem a nova casa. As observações revelaram que centenas de abelhas obreiras partem à procura e descobrem entre 10 a 20 potenciais locais em árvores ocas. De seguida, regressam para junto da colmeia e anunciam às companheiras cada lugar, com uma dança.
“ As abelhas que assistem à dança conseguem apreciar e avaliar os benefícios da provável nova casa segundo o tempo de dança que lhe é dedicado”, revela Seeley, acrescentando que “ elas têm uma espécie de capacidade incorporada para julgar a qualidade de cada local. E são honestas, se o local for medíocre, não o anunciarão tão intensamente”.

Entretanto, outras abelhas inspeccionam os sítios assinalados e regressam para dançar para as primeiras. O melhor local é eleito através da dança mais vigorosa e a sua popularidade vai aumentando. Assim, a nova casa é escolhida quando o novo local atinge o limiar crítico.

O processo de tomada de decisão da abelha é semelhante ao funcionamento dos neurónios do cérebro dos primatas, revela ainda Seeley. Em ambas, comunidades e cérebros, nenhum trabalha de forma individual, sejam estes primatas, abelhas ou neurónios e fornecem informações diferentes ao grupo. Também as formigas se organizam através de decisões colectivas. “Os princípios gerais de organização levam à consistência destas decisões”, escreve o autor no livro.

Seeley acredita que os seres humanos podem aprender muito sobre o processo de tomar decisões por vias democráticas observando as abelhas, porque a partir do momento que existem interesses comuns, uma escolha colectiva pode assegurar a melhor opção, já que existem membros diferentes e um líder imparcial.

site da noticia:

http://www.sciencedaily.com/releases/2010/09/100928153151.htm

imagens retiradas de

http://www.nytimes.com/2010/09/28/science/28scibks.html

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Auroras em Saturno - Brilhantes, Espectaculares e Misteriosas

Image credit: NASA/JPL/University of Arizona/University of Leicester

Novas imagens e filme captados pela sonda 'Cassini' mostram auroras brilhantes do planeta por um período de dois dias. Foram capturadas no polo sul de Saturno.

As imagens fazem parte de um novo estudo que, pela primeira vez, extrai informações sobre as características da aurora de Saturno tomadas a bordo da nave Cassini da NASA.

Os resultados preliminares foram ontem apresentados pelo cientista Tom Stallard, no Congresso Europeu de Ciência Planetária, que decorre em Roma.

Nestas imagens, o fenómeno da aurora varia significativamente ao longo de um dia de Saturno, que dura aproximadamente 10 horas e 47 minutos. Ao meio-dia e à meia-noite, a aurora é visível, iluminada durante várias horas, sugerindo que a claridade se encontra relacionada com o ângulo do Sol. è de realçar que até ao momento, os investigadores apenas analisaram mil das sete mil imagens que foram obtidas de Saturno.

Outra característica pode ser observada com a rotação do planeta, quando a aurora reaparece na mesma hora e no mesmo local, no segundo dia, sugerindo que ela é directamente controlada pela orientação do campo magnético deste planeta.

"As auroras de Saturno são muito complexas e nós estamos apenas a começar a compreender todos os factores que estão envolvidos", assegura Tom Stallard. "Este estudo irá proporcionar uma visão mais ampla da grande variedade de características da aurora, e irá ainda permitir compreender melhor o que controla essas mudanças na sua aparência", acrescenta este investigador.

De acordo com os estudos que já foram elaborados até ao momento, as auroras ocorrem de forma semelhante às luzes do Norte e do Sul da Terra. Partículas do vento solar são canalizadas pelo campo magnético de Saturno para os pólos do planeta, onde eles interagem com as partículas electricamente carregadas na atmosfera superior e emitem luz.

Em Saturno, no entanto, as características da aurora também podem ter relação com as ondas electromagnéticas geradas quando as luas do planeta se movem através do plasma que ocupa a magnetosfera deste planeta. A missão da Cassini-Huygens é um projecto conjunto da NASA com a Agência Espacial Europeia (ESA) e a Agência Espacial Italiana (ASI).
Sites da notícia:
http://www.dailygalaxy.com/my_weblog/2010/09/spectacular-new-nasa-image-of-saturns-south-pole-aurora.html

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Encontrado o Trisavô do Girassol


Quatro Girassóis Colhidos - Tela 600 x 354 - OST - 1887 (VINCENT VAN GOGH)

O nome do gênero do girassol, Helyanthus, vem de duas palavras gregas, helios, que significa "sol" e anthos, que quer dizer "flor". Ele foi venerado como símbolo do sol pelos incas do Peru e, mais tarde, pelos índios norte-americanos. Existe uma lenda clássica que conta que Clitia, uma ninfa da água, se apaixonou perdidamente por Apolo, o Deus-Sol. A sua paixao era tão grande que diariamente se sentava no campo sobre a erva e seguia-o, na sua viagem, pelo firmamento desde o amanhecer até ao por do sol. Clitia esqueceu-se de comer e beber de tal forma que o seu corpo começou a ganhar raizes acabando por transformar-se num girassol. Uma flor que não esqueceu nunca o objecto do seu amor e continua a seguir, todos os dias, com a sua coroa dourada o movimento do sol.
Fóssil da Patagónia de flor da família do girassol - Divulgação/Science

Qual o local onde a ninfa floresceu para adorar Apolo continuou um mistério até ao momento.
No entanto, a descoberta de um fóssil intacto de uma flor numa rocha na Patagónia sugere que as asteráceas onde se incluem os girassóis e as margaridas, apareceram há cerca de 50 milhões de anos, ( muito antes do que se pensava) onde é hoje, a América do Sul, de acordo com artigo publicado na prestigiada revista 'Science'.
Origem e evolução
O girassol ('Helianthus annuus') pertence a família botânica das 'Asteraceae', uma das mais abundantes e diversificadas do mundo. Também designadas por 'compostas', reúnem mais de 23.000 espécies distribuídas por todo o mundo, à excepção da Antárctida, entre as quais se encontram crisântemos, margaridas, dálias, dentes de leão, cardos e alcachofras. Os membros desta família cosmopolita distribuem-se desde as regiões polares até aos trópicos, tendo conquistado todos os habitats disponíveis.
Segundo o jornal “Daily Mail”, os fósseis que tinham sido encontrados até agora consistiam apenas em alguns grãos de pólen. Ainda assim, estes registos permitiram saber que esta família teve origem num antecessor comum com outras duas famílias - Goodeniaceae e Calyceraceae - que se desenvolveu naquilo que hoje é a Antárctida. Quando a Antárctida começou a arrefecer, este tronco comum migrou para a Austrália e América do Sul. Num período entre há 56 e 23 milhões de anos, este tronco comum subdividiu-se.

A descoberta – coordenada pela paleobióloga Viviana Dora Barreda, do Museu das Ciências Naturais da Argentina, em Buenos Aires - oferece “provas evidentes da família dos girassóis num estádio ainda muito primitivo da sua diversificação”, escreve também na revista “Science” o botânico Tod Stuessy, da Universidade de Viena.

Além disso, este fóssil sugere que o clima naquela época era relativamente húmido, com temperaturas médias de 19 graus Célsius, escreve o site “Scientific American”.

“Mas ainda há muito a aprender sobre a evolução e biogeografia da família dos girassóis”, alertou Stuessy. “Mesmo que os cientistas aceitem que a origem dos girassóis está na América do Sul, ainda não é claro como é que esta família colonizou rapidamente todo o planeta e se tornou tão diversa”, tendo dado origem às 23 mil espécies que se conhecem actualmente acrescentou. Barreda questiona-se ainda, por exemplo, sobre qual o papel destas plantas no ecossistema e como seriam polinizadas.
Noticia lida em elmundo.es e publico.pt

"Festa da Água do Tejo"

FESTA DA ÁGUA DO TEJO

A "FESTA DA ÁGUA DO TEJO" irá realizar-se dia 25 de Setembro de 2010, em Vila Nova da Barquinha, por iniciativa do proTEJO - Movimento Pelo Tejo, da Câmara Municipal de Vila Nova da Barquinha e da Rede de Cidadania por Uma Nova Cultura da Água do Tejo/Tajo, contando com o apoio da EcoCartaxo e da United Photo Press.

A FESTA integrará jornadas científicas, concurso de fotografia, ateliê de pintura à beira rio, poesia à beira rio e espectáculo musical, enaltecendo a água do rio Tejo.
Para mais informações consulta:

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

"Tecidos Inteligentes"- Spray inovador permite criar peças de roupa laváveis e originais

Para ter um vestuário variado, em lugar de um monte e blusas, vestidos e calças, a partir de agora basta meia dúzia de latinhas de spray. É o fim dos problemas com espaço no guarda-roupa.

Manel Torres, um estilista espanhol a residir em Londres há mais de dez anos, criou um tecido que se aplica através de um spray e que, segundo o seu criador, "vai revolucionar o conceito de vestuário".
Quando fez 14 anos, Torres chegou à capital britânica para fazer um curso de moda, começou por sentir necessidade de criar um novo tecido que lhe permitisse "transmitir algo diferente" com as suas criações.

Foi então que começaram as primeiras investigações no seu laboratório para desenvolver um tecido que pudesse ser aplicado em spray, com a particularidade de poder ser moldado ao gosto de cada um.

O uso do spray é muito simples: basta aplicá-lo sobre a pele a nu, de maneira a que as fibras se unam e e formem um tecido com o modelo desejado e cuja espessura depende da quantidade de produto utilizada.

Vantagens deste novo tecido:

A roupa pode ficar bem justa ao corpo ou ir-se separando de modo a ficar mais solta.

Pode escolher a espessura do seu modelo e pode lavá-lo a seguir.
Os sprays podem ter fibras de tecidos naturais, como a lã o algodão ou a seda ou sintéticos como o naylon, as cores também variam , assim como as utilizações que se podem dar a esta inovação. O spray pode ser usado em automóveis para decoração de interiores, como um produto de limpeza para criar condições de assepsia, para não mencionar as aplicações no mundo da moda (fazer grafittis sobre tela, modificar texturas, criar designes de todas as peças de vestuário) . Este sistema irá permitir a criação de "têxteis inteligentes" com partículas activas que incluem perfumes ou medicamentos, com aplicação em curativos médicos .

E "é barato", comentou Torres, que está "ansioso" para ver como a indústria acolhe o produto e que aplicações lhe podem ser dadas no dia-a-dia.

Na próxima segunda-feira, Torres apresenta o produto com um desfile no Imperial College de Londres, que, segundo ele, "vai abrir outro caminho, outra maneira de criar tecidos e de vestuário".

Para Torres, melhorar a resistência do material é uma das tarefas pendentes desta invenção que conseguiu passar directamente do laboratório para a passerelle.




noticia lida em elmundo.es

sábado, 18 de setembro de 2010

Morcegos também desenvolvem "sotaques" diferentes.


Morcego da espécie Scoteanax rueppellii

morcego da espécie Scotorepens balstoni

Não são apenas os humanos que têm sotaques diferentes. Segundo cientistas australianos, os morcegos desenvolvem dialectos de acordo com o local onde vivem. Este curioso dado pode vir a ajudar na identificação e protecção das espécies.
Brad Law, investigador do Centro de Ciência Florestal, uma unidade da empresa Industry & Investment NSW, e das universidades de Wollongong e de Ballarat, descobriu que os morcegos de florestas a leste do estado de Nova Gales do Sul, na Austrália, emitiam sons distintos.

Law afirma que alguns cientistas já suspeitavam que os morcegos podiam emitir “sons regionais”, mas esta foi a primeira vez que a tese foi comprovada em experiências no campo.
O investigador explica que foram usados sons de 30 tipos de morcegos para desenvolver um sistema com o qual os cientistas puderam identificar os vários animais ao longo da costa, determinar o número e protegê-los.
“É necessário melhorar a capacidade de distinguir as espécies que utilizam as mesmas características sonoras e devemos acelerar essa identificação”, comentou o investigador à Bush Telegraph. “A automatização na identificação dos sons de morcegos é vista como um desenvolvimento essencial para a eficácia deste método de pesquisa”, acrescenta.
No trabalho, os cientistas conseguiram recolher quatro mil sons emitidos pelos morcegos.
Os sons foram catalogados e estudados através de um programa informático que permite identifica-los entre si.
Os morcegos emitem ultra-sons para se orientarem durante os voos nocturnos e para caçar. Estes sons - inaudíveis para o ouvido humano - têm ritmos, frequências e uma duração diferente consoante as espécies.

A identificação dos sons foi bastante demorada. "Ainda precisamos de melhorar a capacidade de distinção das diferentes espécies que têm o mesmo tipo de som. E devemos aumentar a velocidade com que o fazemos", explicou Law. A equipa acredita que esta nova ferramenta vai ajudar a proteger estas espécies .
Noticia e imagens aqui

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Criada em laboratório ...pele artificial.

Começou a era das máquinas...
Pela primeira vez, cientistas conseguiram criar pele artificial super-sensível que consegue sentir até uma borboleta! Não é genial?

E a importância que esta descoberta pode ter! Além de poder ser usada em próteses humanas, em termos de robótica, vamos poder enviar sondas e robôs para outros planetas que poderão perfeitamente sentir o ambiente em redor.
“Uma equipa de investigadores da Universidade da Califórnia em Berkeley está a desenvolver uma pele artificial para robôs. Este novo material, baptizado como e-skin é uma espécie de lâmina fina composta por nano-tiras de silício e coberta de pequenos sensores do tamanho de um pixel.

A nova pele electrónica, que está agora descrita na revista «Nature Materials», é capaz de detectar pressões muito leves, como por exemplo, de uma borboleta.”
Segundo os investigadores da Universidade de Berkeley, o novo invento poderia dar a um robô a possibilidade de distinguir objetos frágeis como um copo de cristal de uma panela.

A descoberta abre caminho para o desenvolvimento de um novo tipo de pele artificial para uso em robôs e, no futuro, também em humanos.
“A ideia é fazer com que o material tenha funcionalidades semelhantes à da pele humana, o que implica incorporar a capacidade de tocar e de sentir objectos”, disse Ali Javey, coordenador da pesquisa.

Leiam em inglês, aqui e aqui. E o artigo científico: Nanowire active-matrix circuitry for low-voltage macroscale artificial skin. E já agora vejam também o filme.










terça-feira, 14 de setembro de 2010

HojeÉ...dia de ...Regresso às Aulas


BACK TO SCHOOL...


pelo cartoonista Dave Grandlund- fonte
O Clube deseja um BOM ANO LECTIVO para todos.
Estamos à vossa espera com actividades novas e interessantes e muitas experiências para partilhar.

terça-feira, 31 de agosto de 2010

Porque é que os peixes não congelam no Árctico

A Natureza está sempre a surpreender-nos...


Imagem do peixe Macropteris maculatus e da estrutura da proteína anticongelante (Credit: Konrad Meister)
Investigadores da Universidade de Bochum-Ruhr (RUB), na Alemanha, descobriram como é que os peixes do Oceano Árctico conseguem a proeza de não ficarem congelados - possuem um anticongelante natural que funciona de forma a evitar que congelem até à morte, nas águas geladas. O estudo liderado por Martina Havenith vem publicado no «Journal of American Chemical Society».

Como funciona?
As águas do Oceano Ártico não costumam variar além dos 0°C, e o ponto de congelamento do sangue dos peixes é de 0.9 °C. Portanto, se não existisse um sistema anticongelante, os peixes morreriam. No sangue do peixe encontra-se uma proteína anticongelante (AFP - Antifreeze Protein), esta, afecta as moléculas da água, em redor do seu corpo, de modo a que permaneça fluida. Não existe nenhuma ligação química entre a proteína e água – a mera presença da primeira é suficiente.
Há pelo menos 50 anos, que estas proteínas foram encontradas no sangue destes animais e funcionam melhor do que qualquer anticongelante doméstico; no entanto, a forma como agem é que ainda não estava clara.

A equipa de investigação recorreu a uma técnica especial – a espectroscopia de terahertz –, para desvendar o mecanismo subjacente a este efeito. Com a radiação terahertz, o movimento colectivo das moléculas de água e proteínas podem ser gravadas. Desta forma, é possível mostrar uma espécie de dança permanente das moléculas (em água líquida), e, posteriormente, como é que vão introduzindo novos efeitos mais ordenados, na presença das proteínas. Inicialmente, “parece uma dança de discoteca que se transforma num minuete [dança em compasso]”, refere Havenith.

Os objectos das investigações em curso foram as glicoproteínas anticongelantes de uma marlonga (Dissostichus mawsoni), pescada durante uma expedição à Antárctida pelo norte-americano Arthur L. Devries, um dos parceiros do estudo. “Verificamos que a proteína tem um efeito especial de longo alcance sobre as moléculas de água em torno delas. É uma espécie de dinâmica camada de hidratação prolongada", acrescenta o co-autor Konrad Meister.

Segundo Martina Havenith, “o efeito que impede a cristalização do gelo, é ainda mais pronunciado em baixas temperaturas do que à temperatura ambiente”. Contudo, para congelar a água seria necessário que estivessem bastante baixas. Através da ‘complexação da AFP’ por borato reduziram fortemente a actividade anticongelante. Neste caso, também não encontraram nenhuma alteração na dança terahertz.

Os resultados fornecem evidências de como um novo modelo de glicoproteínas pode evitar que a água congele. Ou seja, a actividade anticongelante não é conseguida através de uma única ligação molecular entre a proteína e água, mas porque a AFP perturba o solvente aquoso a longas distâncias. O estudo demonstrou, pela primeira vez, uma relação directa entre a função de uma proteína e sua assinatura na faixa de terahertz.
Fonte da notícia:

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Ver o Mundo com outros Olhos

Córneas biossintéticas são testadas com sucesso em pacientes com visão ameaçada. O avanço pode ser o caminho para atender à enorme procura por doações de córnea, que deixa cerca de 10 milhões de pessoas sem tratamento por ano.

A córnea é a camada superficial transparente que age como uma janela refratora para o globo ocular, ajudando a ajustar o foco. Lesões e doenças na membrana são a segunda causa de cegueira no mundo (foto:Michele Catania ).
Depois das cataratas, lesões e doenças que atingem a córnea são a segunda maior causa de cegueira no mundo. Por mais de um século, a solução para remediar esse mal tem sido o transplante da córnea de doadores humanos. A procura, porém, é muito maior que a oferta. Dos 10 milhões de pacientes que permanecem na fila de espera, cerca de 1,5 milhão tornam-se novos casos de cegueira em cada ano.

Mas um trabalho publicado esta semana por cientistas suecos e canadenses na Science Translational Medicine pode pôr fim a esse cenário sombrio. O artigo apresenta os resultados bem-sucedidos de testes clínicos para implantar córneas biossintéticas em 10 pacientes com lesões graves na membrana, induzindo a sua regeneração.

“O estudo é o primeiro a mostrar que uma córnea artificialmente fabricada pode integrar-se no olho humano e estimular a sua regeneração”, afirma May Griffith, da Universidade de Ottawa, no Canadá, e da Universidade de Linköping, da Suécia.

Os voluntários, todos suecos, foram submetidos a cirurgias para remover a membrana danificada de um olho e substituí-la pela versão sintética.

Ao longo dos dois anos seguintes, os médicos acompanharam o progresso e verificaram que os implantes foram incorporados pelo organismo, com a regeneração de células epiteliais e nervos da córnea em torno da membrana artificial.

A sensibilidade dos olhos foi gradualmente restituída, assim como a capacidade de produzir lágrimas, essencial para lubrificar e assim oxigenar a córnea – que não é irrigada por sangue para preservar sua transparência.

A córnea é uma camada de colágeno e células que age como uma janela para o globo ocular. É o principal elemento refrativo do aparelho visual, ajudando a ajustar o foco, e precisa ser completamente transparente para permitir a entrada de luz. Diversas situações podem prejudicar essa função, como o tracoma – a principal origem infecciosa de cegueira, causada por uma bactéria –, úlceras e traumatismos.

Na pesquisa, nove dos pacientes tinham ceratocone avançado (uma doença que modifica o formato da córnea) e um tinha uma infecção na membrana. Em seis deles, a visão a olho nu melhorou após a cirurgia.

Para os restantes, o uso de lentes de contacto fez o que faltava: permitiu que vissem tão bem quanto pacientes que haviam sido submetidos a transplante de córnea humana, também com lentes. E mais: permitiu o uso de lentes de contacto o que não acontecia antes da cirurgia, nenhum deles podia usar lentes de contato, apresentando intolerância ao uso prolongado.

May Griffith exibe a córnea biossintética que foi implantada no olho de dez pacientes para restaurar a visão (foto: Ottawa Hospital Research Institute).

O ingrediente-chave para o sucesso da pesquisa foi o desenvolvimento de uma córnea artificial usando colágeno humano recombinante – sintetizado em laboratório a partir de DNA humano. “Células de levedura foram manipuladas geneticamente para conter o DNA do colágeno”, explica May Griffith à CH On-line.

“A proteína do colágeno foi então produzida no laboratório em grandes quantidades, purificada e testada para garantir segurança no uso humano”, explica a investigadora. O material, desenvolvido pela empresa Fibrogen, na Califórnia (EUA), foi então moldado para ganhar o formato da córnea.

Nenhum dos pacientes apresentou rejeição ao material. O uso do material artificial apresentou diversas vantagens em relação aos transplantes de córneas de doadores. De acordo com a pesquisa, nenhum dos pacientes apresentou rejeição ao material, e em nenhum dos casos foi preciso suprimir a resposta imunológica dos indivíduos (técnica que pode ser usada em transplantes para evitar que o sistema imune do corpo rejeite o novo tecido implantado).

Além disso, o uso de córneas biossintéticas não traz o risco de transmissão de doenças que existe quando se usa o tecido de um doador. A prevenção desse risco, aliás, é uma das etapas que mais encarece o transplante, explica Griffith.

No futuro, com córneas feitas por humanos, a fabricação poderia feita em grande escala e os custos que no momento são elevadíssimos seriam menores”.

De acordo com Griffith, o objetivo não era substituir o uso de tecido humano, e sim desenvolver uma alternativa para responder à elevada necessidade. “Claro que no futuro esperamos chegar a modelos que funcionarão ainda melhor que o tecido humano. Até lá, será preciso realizar muita pesquisa e testar um número bem maior de pacientes”, pondera.

Griffith e sua equipa começaram a desenvolver córneas biossintéticas há mais de dez anos. Só depois de muitos testes em laboratório, e alguns em animais, é que foi dado o passo de testar o material em pessoas.

“Agora temos que testar as córneas em um maior número de pacientes, aplicadas a um espectro mais amplo de condições”“Ao longo desses dez anos, desenvolvemos vários tipos de biomateriais, inclusive a próxima geração de córneas biossintéticas que será usada na próxima fase de estudos”, refere.

Para Griffith, os resultados são “muito animadores” e indicam que as pesquisas em medicina regenerativa são um caminho certo para tratar problemas na córnea. “Agora temos que testar as córneas biossintéticas em um maior número de pacientes, aplicadas a um espectro mais amplo de condições que exigem o transplante”, explica.

Na próxima fase, os testes serão feitos com a versão aprimorada da córnea artificial. “Com esse material mais forte e as aprendizagens da primeira fase, esperamos aprimorar ainda mais a visão dos próximos pacientes que receberem os implantes”, diz.
Notícia lida em cienciahoje.uol.com.br e em
http://stm.sciencemag.org/content/2/46/46ra61.abstract

terça-feira, 24 de agosto de 2010

A nossa Lua está a diminuir e a "ficar com rugas"

Estão a passar-se coisas estranhas na nossa lua. Ela está a diminuir e a ficar com "rugas"
Segundo um estudo publicado na revista “Science”, a Lua está “encolhendo como uma maçã velha”. As imagens mostram que a circunferência da superficie lunar contraiu pelo menos 100 metros, nos ultimos mil milhões de anos e está “ganhando rugas”. Esta foi a primeira vez que cientistas verificaram as modificações, atribuídas ao seu resfriamento interno.

Imagens mostram falhas na superfície lunar (NASA/Goddard/Arizona State University/Smithsonian)

As fotografias foram realizadas pela Sonda de Reconhecimento Lunar (LRO), da Nasa, que orbitou o satélite da Terra em junho de 2009. O principal autor do trabalho, Thomas Watters, do Museu Nacional do Ar e do Espaço, disse que as imagens de alta resolução feitas pela LRO vão “revolucionar a nossa percepção sobre a Lua”.

As imagens revelaram 14 novas escarpas lobulares — pequenas formações que, até agora, acreditava-se terem sido originadas por falhas tectónicas. São as mais jovens formações do satélite e, de acordo com Watters, provavelmente estão presentes em toda a Lua. A análise sugere que as escarpas se formaram durante um período de contracção, quando a Lua congelou e encolheu. (…)”
Ainda não se sabe, porém, os efeitos que o encolhimento pode causar.

As escarpas fotografadas são falhas geológicas de compressão, que ocorrem principalmente no planalto lunar. Elas foram primeiramente observadas em fotografias tiradas perto do equador da Lua pelas câmeras panorâmicas das naves Apollo 15, 16 e 17.

Mark Robinson, da Universidade do Arizona e coautor do estudo afirmou: "Nós não só detectamos várias escarpas lunares até agora desconhecidas, como ainda descobrimos muito mais detalhes das escarpas identificadas nas fotografias da Apollo."

As catorze escarpas anteriormente desconhecidas e agora reveladas indicam que as falhas de compressão estão largamente distribuídas pela Lua, e não agrupadas perto do equador.

Ler mais em ciencia hoje.pt e em http://www.nasa.gov/mission_pages/LRO/news/shrinking-moon.html

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

A famosa "Lucy" afinal já comia carne e usava ferramentas

Getty imagens
A famosa australopithecus Lucy, cujos restos foram encontrados na Etiópia em 1974, pode ter utilizado ferramentas de pedra, segundo a equipa internacional de paleontólogos dirigida por Zeresenay Alemseged, da Academia de Ciências da Califórnia.
Foto: AP Photo/Dikika Research Project -A ferramenta de pedra de dois ossos em Dikika, na Etiópia .

"Agora, quando imaginamos Lucy procurando comida na África do Leste, temos de vê-la com um utensílio de pedra na mão, em busca de carne", afirma Shannon McPherron, num comunicado do Instituto de Antrolopogia Evolutiva Max Planck da Alemanha.

Dois ossos fossilizados foram encontrados na Etiópia, um fêmur de um mamífero do tamanho de uma cabra e uma costela de um animal grande como uma vaca, com marcas de golpes, talhos e cortes, indicando a utilização de ferramentas de pedra para extrair a carne ou a medula óssea.

Os fósseis encontrados em Dikika, no nordeste da Etiópia, datam de 3,39 milhões de anos, segundo as análises, antecipando em 800.000 anos um momento chave da evolução do homem.

"Esta descoberta avança consideravelmente o momento a partir do qual nossos ancestrais mudaram completamente as regras do jogo", declarou Alemseged no comunicado.

"A utilização de utensílios modificou significativamente a sua interação com a natureza, permitindo-lhes comer novos tipos de comida e explorar outros territórios", acrescentou, salientando ainda que será preciso rever os conhecimentos sobre a evolução humana.

"Isso quer dizer que os Australopithecus Afarensis , como Lucy ou a bebê Selam, utilizavam utensílios de pedra". Selam, uma australopithecus morta aos três anos de idade, teria vivido há 3,3 milhões de anos, 200 mil anos ante de Lucy.

Até agora, as provas mais antigas da utilização de utensílios de pedra ou de animais provenientes de Buri ou Gona, na Etiópia, remontavam a 2,5 ou 2,6 milhões de anos, recordam os autores deste estudo, publicado na revista Nature.

Mas os investigadores ainda não foram capazes de estabelecer se os utensílios eram fabricados. "Um de nossos objetivos é voltar ao local, onde encontramos os fósseis e tentar achar os utensílios", afirmou McPherron.

Os cientistas sugerem que só o facto de utilizar tais utensílios mostra que os nossos ancestrais competiam com outros carnívoros pela comida, e que isso pode ter iniciado o trabalho em equipa dos humanos.

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Perseidas...uma prometedora chuva

Não precisa de ir sair... hoje o espectáculo está no céu.

Chuva de Perseidas -imagem aqui

É a promessa da NASA e de muitos fóruns de astronomia, por isso vale a pena acreditar. Este ano, a chuva de estrelas cadentes (meteoros) das Perseidas, que atingirá o ponto alto esta noite, vai poder ser observada com condições especiais - como a lua nova - e poderá ser uma das melhores edições desde 2007.

As Perseidas acontecem todos os Verões e chamam-se assim porque as estrelas parecem cair da constelação de Perseu, como se estivesse um guarda-chuva aberto apontado naquela direcção e os traços de luz escorregassem pelos seus aros. A NASA compara o fenómeno a uma viagem em que se acaba com capô e pára-brisas carregados de mosquitos mortos. "A Terra, como um carro a grande velocidade, viaja à volta do Sol, chocando com tudo o que apanha pela frente. Não há insectos no espaço, mas não faltam meteoróides, fragmentos da poeira de cometas e asteróides." Quando batem na atmosfera da Terra, desintegram-se em traços de luz - os meteoros.

No caso das Perseidas, os mosquitos são o rasto do cometa Swift-Tuttle e estão visíveis a partir de Julho, com um pico entre 8 e 14 de Agosto. A melhor janela de observação deste ano está prevista para hoje, entre as 21 e as 23 horas. "Não aparecem em grande número, mas mesmo um ou dois será suficiente. Um meteoro é algo para recordar durante vários anos", diz a NASA. Evitar zonas com muita luz e ter alguma paciência são as recomendações. Se quiser a companhia de especialistas, o Centro Ciência Viva de Constância tem um programa especial a partir das 18h00, com a palestra "Poderá uma estrela cair-nos em cima?"
O fenómeno acontece todos os anos por esta altura e pode ser visto entre a meia-noite e o amanhecer no hemisfério norte.

As perseidas podem atingir velocidades de entrada na atmosfera de 59 quilómetros por segundo. Espera-se para as noites de 12 e 13 de Agosto a queda de 50 meteoros por hora a 61 quilómetros por segundo.
Noticia lida aqui
Se quiser saber mais sobre este acontecimento, consulte a página do blogue AstroPT. e a da NASA.

sábado, 7 de agosto de 2010

Fungo mata um milhão de morcegos na América do Norte


Um estudo publicado na revista científica Science mostra que a população regional de Myotis lucifugus pode desaparecer em 16 anos devido a um fungo que infecta estes mamíferos.
Imagens de morcegos afectados pelo fungo, durante a hibernação, retiradas da BBC
A doença tem o nome de white-nose syndrome (síndroma do nariz branco) porque aparece uma mancha branca nas regiões afectadas pelo fungo. O agente patogénico, Geomyces destructans, foi descoberto há pouco tempo, gosta de ambientes frios e ataca as partes expostas dos morcegos como o nariz, as orelhas e as membranas das asas.

A doença aparece durante a hibernação, tornando os morcegos irrequietos e com comportamentos bizarros. Os animais acordam várias vezes, gastando as reservas de gordura que têm para hibernar, o que os impede de sobreviver durante o Inverno.

Encontrar centenas de exemplares de morcegos mortos em grutas tornou-se frequente. De acordo com este estudo, morrem em média, durante a hibernação, 73 % dos morcegos da colónia de cada ano.
Os cientistas analisaram os dados disponíveis sobre a população de morcegos de 22 grutas e outros lugares de hibernação em cinco estados do nordeste dos Estados Unidos nos últimos 30 anos. Combinando esta informação com os modelos da população, determinaram que em 20 anos 99% da população do pequeno morcego cor de café desapareceria se a doença infecciosa continuar a expandir-se ao ritmo actual.

Segundo este estudo, dirigido pelo investigador da Universidade de Boston Winifred F. Frick, esta é uma das piores crises que afectaram animais selvagens na América do Norte. Os morcegos desempenham um papel primordial nos ecossistemas ao alimentarem-se de insectos. Como é sabido muitos deles tornam-se pragas das culturas e das florestas, outros propagam doenças aos humanos. “O myotis castanho [pesa entre as cinco e 14 gramas, atinge os dez centímetros de comprimento] é conhecido por consumir em cada noite cem por cento do seu peso em insectos. Este nível de consumo proporciona um importante serviço do ecossistema à humanidade, que reduz a utilização de pesticidas para matar os insectos”.
Fonte da noticia: elmundo.es

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Genoma de esponja revela origem dos primeiros animais e do cancro



Esponja da espécie Amphimedon queenslandica (cor cinzenta) da grande barreira de coral na Austrália (Maely Gauthier photo)

Uma equipe de investigadores da Universidade da Califórnia, Bekeley, e do Departamento of Energy’s Joint Genome Institute (JGI) seqüenciou o genoma da esponja do mar Amphimedon queenslandica. O trabalho fornece novos dados sobre as origens quer dos animais quer do cancro.
O genoma das esponjas, seres vivos multicelulares ( constituídos por várias células), aquáticos extremamente rudimentares, foi sequenciado. Esta descoberta assume grande importância pois permitirá aos cientistas compreender quais os genes relacionados com a multicelularidade e até dar resposta a algumas questões sobre o cancro. O facto do genoma da esponja ser "tão especial" prende-se com o facto de as esponjas serem seres vivos pluricelulares muito primitivos.

De entre os 20 000 a 30 000 genes presentes no genoma da esponja, cerca de 4670 famílias de genes (conjuntos de vários genes similares, que desempenham funções bioquímicas semelhantes e resultam da duplicação de um gene original) são comuns a todos os animais, sendo que dessas, 1268, ao não estarem presentes nos seres vivos unicelulares evolutivamente mais próximos das esponjas, estarão muito provavelmente relacionados com a multicelularidade. De facto, algumas das funções desempenhadas por estes genes em questão prendem-se com a capacidade das células enviarem ás suas vizinhas, sinais químicos, para que se dividam, cresçam de um modo coordenado e se diferenciem (especialização celular), o que é essencial para a coordenação e "divisão de tarefas" entre as células de um indivíduo multicelular.

Por outro lado, muitos genes presentes nas esponjas estão envolvidos no aparecimento do cancro. Isto é passível de ser explicado pelo facto dos tumores surgirem devido à divisão descontrolada de células, apenas possível num indivíduo pluricelular. Contudo, as esponjas não apresentam dois genes relacionados com o cancro e que são extremamente importantes no que toca à divisão celular, sendo que ao compreendermos como é que as esponjas "contornam esta situação", poderemos descobrir mais acerca do papel desses dois genes no aparecimento de cancro em seres humanos.
Todos os animais são descendentes de um ancestral comum que existiu há mais de 600 milhões anos. Criaturas do tipo esponja podem ter sido os primeiros organismos com mais do que um tipo de célula e com capacidade de se desenvolverem a partir de um óvulo fertilizado .

“A hipótese é que a multicelularidade e o cancro são as duas faces da mesma moeda”, diz Daniel Rokhsar, responsável pelo trabalho. “Se tu és uma célula de um organismo multicelular, tu tens que cooperar com outras células do corpo, dividindo-te quando é necessário. Os genes que regulam esta cooperação são também aqueles cuja interrupção pode levar as células a agirem de forma “egoísta”, crescendo de forma descontrolada em detrimento do organismo.

Para chegar a estas conclusões, a equipa procurou no genoma da esponja os genes que podem estar relacionados com o cancro humano ( mais de cem), tendo sido encontrados 90 deles. Futuras investigações podem mostrar como estes genes desempenham as suas funções ao dotar as células com o tal “espírito de equipa”.

As esponjas são frequentemente descritas como os “animais” mais simples existentes. Os seres humanos, no lado oposto, são considerados complexos – mas como esta complexidade aparece codificada no genoma é ainda um mistério. O que a pesquisa mostra é que, o genoma da esponja contem a maioria das famílias de genes encontradas no ser humano e que o número de genes de cada grupo mudou significativamente ao longo de milhares de anos.

“Apesar de pensarmos na esponja como uma criatura simples cujo esqueleto por vezes usamos na banheira, ela possui a maior parte das vias de desenvolvimento e bioquímicas associadas com funções complexas que ocorrem nos humanos”, explica Mansi Srivastava, também envolvido no trabalho. Os componentes que faltam podem revelar em investigações futuras como se deu a evolução para organismos maiores e mais complexos.

Entre os componentes em falta, os cientistas destacam a família de enzimas conhecida como CDK 4/6, que em mamíferos é crucial para a transição das fases do ciclo celular. No entanto, ela está presente em anémonas do mar, lançando a questão de que ela poderia ter sido um marco no desenvolvimento de animais mais complexos. Inibidores de CDK 4/6 para o ciclo celular são usados para tratar o cancro da mama.

Os cientistas também identificaram diversos genes que caracterizam outros animais, envolvidos na divisão e crescimento celular, morte programada da célula, adesão entre células, entre outros. No entanto, a esponja não tem intestino, músculos ou neurónios. “Surpreendentemente, o genoma da esponja revela agora que, ao longo da evolução que conduziu ao aparecimento caminho dos animais, os genes para produzir toda uma gama de muitas células especializadas evoluíram e lançaram as bases para a lógica genética de organismos que não funcionariam mais como células individuais”, ressalta Kenneth S. Kosik, co-autor do estudo.
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quinta-feira, 5 de agosto de 2010

O Que Vive No Mar?

Publicado censo de todas as espécies marinhas em 25 regiões do mundo
Censo da vida marinha mostra que existem mais de 230 mil espécies que habitam os oceanos




"O que vive no Mar?", um censo da vida marinha compilado em alguns séculos e dez anos, foi publicado na segunda-feira, dia 1 de Agosto, pela revista científica PLoS ONE, da Biblioteca Pública de Ciências, constituindo um guia para futuras explorações dos oceanos.

O censo resulta da combinação de informação recolhida durante séculos de exploração dos mares com dados resultantes de um censo iniciado em 2000, para obter uma listagem de espécies em 25 regiões biologicamente representativas, do antárctico, passando pelos mares temperados e tropicais, até ao árctico.

A investigação, que constitui um prelúdio da compilação de todos os dados recolhidos e que será apresentada em Londres, a 4 de Outubro, vai permitir avaliar as mudanças provocadas pelas acções do Homem e da Natureza e guiar futuras explorações em áreas menos conhecidas, como as profundezas dos oceanos.

Os 360 investigadores envolvidos no projecto procuraram criar perfis inicias de regiões com biodiversidade conhecida localizadas na Antárctida, Europa Atlântica, Austrália, Mar Báltico, Brasil, Canadá, Mar das Caraíbas, China, Oceano Índico, Japão, Mediterrâneo, Nova Zelândia, África do Sul, América do Sul, Coreia do Sul, Corrente do Peru, Patagónia e Estados Unidos da América.

Os inventários continuam a decorrer em áreas como a Indonésia, Madagáscar e o Mar Arábico, que ainda não foram divulgados.

Dos dados já conhecidos, assinala-se que as águas australianas e japonesas são as que registam uma maior biodiversidade, com cada uma a apresentar quase 33 mil formas de vida que têm direito ao estatuto de "espécie" e, consequentemente, a um nome científico.

Do levantamento e análise de dados, os investigadores concluíram que o número de espécies conhecidas e com nome atribuído nas 25 áreas estudadas varia entre 2600 e 33 mil, agrupadas em 12 grupos.

Em média, cerca de um quinto do total de todas as espécies são crustáceos, o que, em conjunto com os moluscos e os peixes, constituem metade de todas as espécies conhecidas em todas as regiões.

Espécies como baleias, leões marinhos, focas, aves marinhas, tartarugas e morsas -- as melhores conhecidas da vida marinha -- integram a categoria de "outros vertebrados", que representa apenas dois por cento do total de espécies inventariadas.

Muitas espécies surgem em mais do que uma região e os detentores do título das "mais cosmopolitas" são espécies marinhas pertencem a géneros diferentes: plantas microscópicas (algas) e animais unicelulares.

Em Outubro, o Censo global vai disponibilizar a sua última estimativa de todas as espécies marinhas conhecidas da Ciência, o que deve ultrapassar as 230 mil.

Porém, recordam os cientistas, para cada espécie marinha conhecida da Ciência, há pelo menos quatro que ainda não foram descobertas.

E a ilustrar esta convicção, estima-se que a proporção de espécies ainda não descrita é de 39 a a 58 % na Antárctida, 38 por cento na África do Sul, 70 por cento no Japão, 75% nas profundezas do Mar Mediterrâneo e mais de 80 % na Austrália.

Um dos indicadores de biodiversidade é o número de espécies endémicas e, no censo da vida marinha, a divulgar esta segunda-feira, os lugares do pódio pertencem à Austrália, Nova Zelândia, Antárctida e África do Sul.

Os dados recolhidos revelam que as espécies endémicas representam cerca de metade das espécies marinhas da Nova Zelândia e da Antárctida e um quarto das registadas na Austrália e África do Sul.

Já as águas do Mar das Caraíbas, China, Japão e do Mediterrâneo possuem menos de duas mil espécies endémicas cada, enquanto o Mar Báltico regista apenas uma, uma alga denominada Fucus radicans.

Mas se procurarmos espécies invasoras, o Mediterrâneo é de visita obrigatória: possui o maior número de espécies estrangeiras, com mais de 600, o que representa quatro por cento de todas as inventariadas.

A 'porta' para esta imigração tem sido o Canal do Suez, sendo que maioria das espécies estrangeiras provém do Mar Vermelho.

Existem igualmente muitas espécies invasoras na região do Atlântico europeu, Nova Zelândia, Pacífico australiano e Mar Báltico, sendo as mais comuns os moluscos, os crustáceos e os peixes.

A proliferação de espécies invasoras é uma das principais ameaças à vida marinha, a que se juntam o excesso de pesca, a destruição do habitat e a poluição, ainda que a importância destas ameaças varie consoante as regiões.

Mas há novas ameaças com que contar, como o aumento da temperatura das águas, a sua acidificação e o alargamento de áreas caracterizadas por baixos níveis de oxigénio (hipoxia) na água do mar.

E mares como o Mediterrâneo, o Golfo do México, a plataforma chinesa, o Báltico e o Mar das Caraíbas são já considerados como os que apresentam uma maior situação de risco para a sua biodiversidade.
noticia lida em:
http://www.sic.sapo.pt/online/noticias/vida/Publicado+censo+de+todas+as+especies+marinhas+em+25+regioes+do+mundo.htm