A córnea é a camada superficial transparente que age como uma janela refratora para o globo ocular, ajudando a ajustar o foco. Lesões e doenças na membrana são a segunda causa de cegueira no mundo (foto:Michele Catania ).
Depois das cataratas, lesões e doenças que atingem a córnea são a segunda maior causa de cegueira no mundo. Por mais de um século, a solução para remediar esse mal tem sido o transplante da córnea de doadores humanos. A procura, porém, é muito maior que a oferta. Dos 10 milhões de pacientes que permanecem na fila de espera, cerca de 1,5 milhão tornam-se novos casos de cegueira em cada ano.
Mas um trabalho publicado esta semana por cientistas suecos e canadenses na Science Translational Medicine pode pôr fim a esse cenário sombrio. O artigo apresenta os resultados bem-sucedidos de testes clínicos para implantar córneas biossintéticas em 10 pacientes com lesões graves na membrana, induzindo a sua regeneração.
“O estudo é o primeiro a mostrar que uma córnea artificialmente fabricada pode integrar-se no olho humano e estimular a sua regeneração”, afirma May Griffith, da Universidade de Ottawa, no Canadá, e da Universidade de Linköping, da Suécia.
Os voluntários, todos suecos, foram submetidos a cirurgias para remover a membrana danificada de um olho e substituí-la pela versão sintética.
Ao longo dos dois anos seguintes, os médicos acompanharam o progresso e verificaram que os implantes foram incorporados pelo organismo, com a regeneração de células epiteliais e nervos da córnea em torno da membrana artificial.
A sensibilidade dos olhos foi gradualmente restituída, assim como a capacidade de produzir lágrimas, essencial para lubrificar e assim oxigenar a córnea – que não é irrigada por sangue para preservar sua transparência.
A córnea é uma camada de colágeno e células que age como uma janela para o globo ocular. É o principal elemento refrativo do aparelho visual, ajudando a ajustar o foco, e precisa ser completamente transparente para permitir a entrada de luz. Diversas situações podem prejudicar essa função, como o tracoma – a principal origem infecciosa de cegueira, causada por uma bactéria –, úlceras e traumatismos.
Na pesquisa, nove dos pacientes tinham ceratocone avançado (uma doença que modifica o formato da córnea) e um tinha uma infecção na membrana. Em seis deles, a visão a olho nu melhorou após a cirurgia.
Para os restantes, o uso de lentes de contacto fez o que faltava: permitiu que vissem tão bem quanto pacientes que haviam sido submetidos a transplante de córnea humana, também com lentes. E mais: permitiu o uso de lentes de contacto o que não acontecia antes da cirurgia, nenhum deles podia usar lentes de contato, apresentando intolerância ao uso prolongado.
Mas um trabalho publicado esta semana por cientistas suecos e canadenses na Science Translational Medicine pode pôr fim a esse cenário sombrio. O artigo apresenta os resultados bem-sucedidos de testes clínicos para implantar córneas biossintéticas em 10 pacientes com lesões graves na membrana, induzindo a sua regeneração.
“O estudo é o primeiro a mostrar que uma córnea artificialmente fabricada pode integrar-se no olho humano e estimular a sua regeneração”, afirma May Griffith, da Universidade de Ottawa, no Canadá, e da Universidade de Linköping, da Suécia.
Os voluntários, todos suecos, foram submetidos a cirurgias para remover a membrana danificada de um olho e substituí-la pela versão sintética.
Ao longo dos dois anos seguintes, os médicos acompanharam o progresso e verificaram que os implantes foram incorporados pelo organismo, com a regeneração de células epiteliais e nervos da córnea em torno da membrana artificial.
A sensibilidade dos olhos foi gradualmente restituída, assim como a capacidade de produzir lágrimas, essencial para lubrificar e assim oxigenar a córnea – que não é irrigada por sangue para preservar sua transparência.
A córnea é uma camada de colágeno e células que age como uma janela para o globo ocular. É o principal elemento refrativo do aparelho visual, ajudando a ajustar o foco, e precisa ser completamente transparente para permitir a entrada de luz. Diversas situações podem prejudicar essa função, como o tracoma – a principal origem infecciosa de cegueira, causada por uma bactéria –, úlceras e traumatismos.
Na pesquisa, nove dos pacientes tinham ceratocone avançado (uma doença que modifica o formato da córnea) e um tinha uma infecção na membrana. Em seis deles, a visão a olho nu melhorou após a cirurgia.
Para os restantes, o uso de lentes de contacto fez o que faltava: permitiu que vissem tão bem quanto pacientes que haviam sido submetidos a transplante de córnea humana, também com lentes. E mais: permitiu o uso de lentes de contacto o que não acontecia antes da cirurgia, nenhum deles podia usar lentes de contato, apresentando intolerância ao uso prolongado.
May Griffith exibe a córnea biossintética que foi implantada no olho de dez pacientes para restaurar a visão (foto: Ottawa Hospital Research Institute).
O ingrediente-chave para o sucesso da pesquisa foi o desenvolvimento de uma córnea artificial usando colágeno humano recombinante – sintetizado em laboratório a partir de DNA humano. “Células de levedura foram manipuladas geneticamente para conter o DNA do colágeno”, explica May Griffith à CH On-line.
“A proteína do colágeno foi então produzida no laboratório em grandes quantidades, purificada e testada para garantir segurança no uso humano”, explica a investigadora. O material, desenvolvido pela empresa Fibrogen, na Califórnia (EUA), foi então moldado para ganhar o formato da córnea.
Nenhum dos pacientes apresentou rejeição ao material. O uso do material artificial apresentou diversas vantagens em relação aos transplantes de córneas de doadores. De acordo com a pesquisa, nenhum dos pacientes apresentou rejeição ao material, e em nenhum dos casos foi preciso suprimir a resposta imunológica dos indivíduos (técnica que pode ser usada em transplantes para evitar que o sistema imune do corpo rejeite o novo tecido implantado).
Além disso, o uso de córneas biossintéticas não traz o risco de transmissão de doenças que existe quando se usa o tecido de um doador. A prevenção desse risco, aliás, é uma das etapas que mais encarece o transplante, explica Griffith.
No futuro, com córneas feitas por humanos, a fabricação poderia feita em grande escala e os custos que no momento são elevadíssimos seriam menores”.
De acordo com Griffith, o objetivo não era substituir o uso de tecido humano, e sim desenvolver uma alternativa para responder à elevada necessidade. “Claro que no futuro esperamos chegar a modelos que funcionarão ainda melhor que o tecido humano. Até lá, será preciso realizar muita pesquisa e testar um número bem maior de pacientes”, pondera.
Griffith e sua equipa começaram a desenvolver córneas biossintéticas há mais de dez anos. Só depois de muitos testes em laboratório, e alguns em animais, é que foi dado o passo de testar o material em pessoas.
“Agora temos que testar as córneas em um maior número de pacientes, aplicadas a um espectro mais amplo de condições”“Ao longo desses dez anos, desenvolvemos vários tipos de biomateriais, inclusive a próxima geração de córneas biossintéticas que será usada na próxima fase de estudos”, refere.
Para Griffith, os resultados são “muito animadores” e indicam que as pesquisas em medicina regenerativa são um caminho certo para tratar problemas na córnea. “Agora temos que testar as córneas biossintéticas em um maior número de pacientes, aplicadas a um espectro mais amplo de condições que exigem o transplante”, explica.
Na próxima fase, os testes serão feitos com a versão aprimorada da córnea artificial. “Com esse material mais forte e as aprendizagens da primeira fase, esperamos aprimorar ainda mais a visão dos próximos pacientes que receberem os implantes”, diz.
Notícia lida em cienciahoje.uol.com.br e em
http://stm.sciencemag.org/content/2/46/46ra61.abstract
“A proteína do colágeno foi então produzida no laboratório em grandes quantidades, purificada e testada para garantir segurança no uso humano”, explica a investigadora. O material, desenvolvido pela empresa Fibrogen, na Califórnia (EUA), foi então moldado para ganhar o formato da córnea.
Nenhum dos pacientes apresentou rejeição ao material. O uso do material artificial apresentou diversas vantagens em relação aos transplantes de córneas de doadores. De acordo com a pesquisa, nenhum dos pacientes apresentou rejeição ao material, e em nenhum dos casos foi preciso suprimir a resposta imunológica dos indivíduos (técnica que pode ser usada em transplantes para evitar que o sistema imune do corpo rejeite o novo tecido implantado).
Além disso, o uso de córneas biossintéticas não traz o risco de transmissão de doenças que existe quando se usa o tecido de um doador. A prevenção desse risco, aliás, é uma das etapas que mais encarece o transplante, explica Griffith.
No futuro, com córneas feitas por humanos, a fabricação poderia feita em grande escala e os custos que no momento são elevadíssimos seriam menores”.
De acordo com Griffith, o objetivo não era substituir o uso de tecido humano, e sim desenvolver uma alternativa para responder à elevada necessidade. “Claro que no futuro esperamos chegar a modelos que funcionarão ainda melhor que o tecido humano. Até lá, será preciso realizar muita pesquisa e testar um número bem maior de pacientes”, pondera.
Griffith e sua equipa começaram a desenvolver córneas biossintéticas há mais de dez anos. Só depois de muitos testes em laboratório, e alguns em animais, é que foi dado o passo de testar o material em pessoas.
“Agora temos que testar as córneas em um maior número de pacientes, aplicadas a um espectro mais amplo de condições”“Ao longo desses dez anos, desenvolvemos vários tipos de biomateriais, inclusive a próxima geração de córneas biossintéticas que será usada na próxima fase de estudos”, refere.
Para Griffith, os resultados são “muito animadores” e indicam que as pesquisas em medicina regenerativa são um caminho certo para tratar problemas na córnea. “Agora temos que testar as córneas biossintéticas em um maior número de pacientes, aplicadas a um espectro mais amplo de condições que exigem o transplante”, explica.
Na próxima fase, os testes serão feitos com a versão aprimorada da córnea artificial. “Com esse material mais forte e as aprendizagens da primeira fase, esperamos aprimorar ainda mais a visão dos próximos pacientes que receberem os implantes”, diz.
Notícia lida em cienciahoje.uol.com.br e em
http://stm.sciencemag.org/content/2/46/46ra61.abstract
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