Como outros insectos sociais, as abelhas vivem em sociedades, onde a sobrevivência é assegurada através de cooperação e divisão de trabalho.
Pode parecer disparate afirmar isto, mas a dança das abelhas é um método bastante sofisticado de comunicação.
No post "A linguagem da dança das abelhas", em 30 de Junho foi referido que a dança das abelhas informa as outras abelhas da colmeia, sobre a direcção e a distância das flores, que contém a fonte de alimento.
Agora um novo estudo, de Kevin Abbott e Reuven Dukasof, da McMaster University in Hamilton, Ontário, Canada trazem evidências de que a dança em oito pode ter mais funções. O estudo publicado no artigo "Honeybees consider flower danger in their waggle dance", na revista Animal Behaviour, é o resultado do trabalho destes investigadores.
Nesta investigação, começaram por treinar abelhas para visitar duas flores artificiais contendo a mesma quantidade e concentração de comida. De seguida deixaram uma das flores inalterada, sendo esta uma fonte segura de alimento para as abelhas. Na outra flor colocaram dois corpos de abelhas mortas, visíveis aos insectos que viessem de encontro à flor e de modo a não interferirem com a fuga destes últimos.
Os cientistas registaram, se e como as abelhas realizavam a dança em oito para as outras abelhas da colónia, quando regressavam à colmeia. Constataram que, em média, as abelhas que regressaram da flor segura realizaram 20 a 30 vezes mais a a dança do que as abelhas que regressavam da flor perigosa. Assim, eles interpretaram que as abelhas reconhecem que certas flores acarretam um maior risco de lhes causar morte ou de serem comida para predadores, tais como aranhas que surpreendem muitas vezes as abelhas que visitam as flores. O mais interessante desta investigação é que as abelhas avisam as suas parceiras da colónia sobre a possibilidade de perigo.
Um grupo de investigadores portugueses publica hoje um estudo na revista «Science» sobre como o stress crónico pode afectar a tomada de decisões no quotidiano. Sob stress o indivíduo tem uma maior tendência “para se orientar por hábitos em vez de executar acções por objectivos”, explicou ao «Ciência Hoje» Rui Costa, investigador do Programa de Neurociência da Fundação Champalimaud do Instituto Gulbenkian de Ciência. A equipa de investigadores foi coordenada por Rui Costa e Nuno Sousa, do Instituto de Investigação em Ciências da Vida e da Saúde (ICVS) da Universidade do Minho. Rui Costa explica que o ponto de partida deste estudo surgiu de uma conversa com Nuno Sousa: “Eu fazia parte de um grupo de estudo que há muito se debruçava sobre as acções intencionais e os hábitos. Nuno Sousa estudava os efeitos do stress crónico no cérebro”. Durante os dois anos em que se realizou o estudo, os investigadores chegaram à conclusão de que “o stress crónico causa mudanças estruturais no cérebro”. Os neurónios ficam com atrofia na zona do córtex pré-frontal, e hipertrofia nos circuitos responsável pelos hábitos (no estriado dorsolateral). “Isto não acontece apenas durante o período de stress, mas também depois”, diz. Nesta situação, “uma pessoa em vez que executar acções tendo em vista determinado objectivo fica mais dependente dos hábitos”. Para o investigador, isto é “bom e mau”. Bom porque o cérebro utiliza “estratégias automáticas para evitar o colapso”, ou seja, “é uma resposta adaptativa ao stress”. É mau “quando se tem de tomar uma decisão e fazer adaptações constantes”. Rui Costa dá um exemplo: “Alguém sob stress crónico tem de ir fazer compras depois do trabalho. Pega no carro mas em vez de passar pelo supermercado segue a rotina e dirige-se para casa”. O hábito aqui prevalece sobre um objectivo específico. Já tinham sido feitos estudos sobre os efeitos do stress a nível emocional e de memória. No entanto, este estudo aborda a questão de outra forma.“O hábito é memória e a acção intencional também recorre à memória. O que se passa aqui é que pode haver uma competição entre memórias. Mas não é um problema de memória”. Pela sua qualidade técnica, pertinência científica, multidisciplinaridade e aplicação em várias áreas, a prestigiada revista «Science», publicação semanal da AAAS (American Association for the Advancement of Science), decidiu publicar o estudo. Este pode ter impacto na etiologia de várias patologias neurológicas e psiquiátricas, nomeadamente pertubações obsessivo-compulsivas e comportamentos viciantes. A equipa foi constituída por sete elementos que pertencem ao Domínio de Investigação em Neurociências do ICVS, sendo o primeiro autor Eduardo Dias-Ferreira, um aluno de doutoramento que está agora a continuar o estudo com Rui Costa.
Artigo: Chronic Stress Causes Frontostriatal Reorganization and Affects Decision-Making, por E. Dias-Ferreira; J.C. Sousa; I. Melo; P. Morgado; A.R. Mesquita; J.J. Cerqueira; N. Sousa da Universidade do Minho em Braga, Portugal; E. Dias-Ferreira; R.M. Costa do National Institute on Alcohol Abuse and Alcoholism, National Institutes of Health em Bethesda, MD, EUA; E. Dias-Ferreira da Universidade de Coimbra em Coimbra, Portugal; R.M. Costa do Programa de Neurociência da Fundação Champalimaud do Instituto Gulbenkian de Ciência em em Oeiras, Portugal. site original:
É verdade ...os alunos do 11º ano de Biologia/geologia acompanhados das professoras Antónia Oliveira, Isabel Pedro, Lucinda Mendes e Ana Sofia, da Escola Secundária do Entroncamento estiveram na Ria Formosa... e foi ... “Muito bom!”
A visita foi preparada com a colaboração da Bióloga Sónia Manso e Ricardo Barradas. http://www.natura-algarve.com/empresa/ Os alunos chegaram na quinta-feira e de imediato começaram as actividades com um percurso pedestre no Ludo, para observação de aves. Falou-se e discutiu-se sobre as diversas espécies e suas adaptações específicas. Antes de ir para a colónia, onde os alunos ficaram instalados, houve ainda tempo para uma visita guiada à cidade de Faro. A noite foi de cinema e suspense! O filme abordava como as alterações climáticas poderão vir a influenciar o nosso dia-a-dia. Faltaram as pipocas, que na próxima vez estarão presentes! O segundo dia ficou reservado para uma visita a Olhão, ao mercado, um passeio de barco até à Culatra e às ilhas barreira.
Contactou-se com a geomorfologia da região, a biodiversidade, a vegetação dunar, entre outros. Ouriços-do-mar, búzios, ascídeas, cavalos marinhos, ovos de tubarão, estrelas do mar foram apenas exemplos da quantidade de seres vivos que puderam ser observadas e discutidas "in loco".
Tempo ainda para um pic-nic, mergulho na praia e um gelado. De regresso, ao fim da tarde, a chuva decidiu aparecer… compensou-se o mau tempo com um breve documentário acerca da captura do atum na década de 70, na Costa Algarvia. O trabalho árduo e maestria dos pescadores, assim como o tamanho do peixe decerto que impressionou os alunos. No sábado acordamos cedo para ir comprar uns doces regionais para as famílias e dirigimo-nos a Vilamoura. O tema era a Dinâmica Costeira. Os alunos puderam constatar fenómenos como haloclastia, erosão costeira, pressão urbana, meteorização química entre outros. O passeio foi de barco, mas a bordo havia exemplares das rochas encontradas na costa. Assim terminou um fim-de-semana onde a aprendizagem e diversão estiveram lado a lado. Fica o slideshow e algumas fotos para recordar alguns bons momentos.
Obrigado ao Ricardo e à Sónia que nos proporcionaram uma visita bem diferente, muito agradável e com muitos conhecimentos novos.
O Centro Ciência Viva do Algarve, em conjunto com o Centro de Ciências do Mar (CCMAR) e o Centro Náutico da praia de Faro, promovem durante todo o Verão uma série de iniciativas que tem como objectivo mostrar através de actividades experimentais a biodiversidade que se esconde na areia e na água da Ria Formosa.
Mariscador apanhando Bivalves na Ria Formosa -Imagem retirada de Flickr.com
De 21 de Julho a 11 de Setembro, todos os visitantes do Centro Náutico da praia de Faro, poderão ficar a conhecer as características dos animais que habitam em ambientes sedimentares (comunidades bentónicas) da Ria. O Centro de Ciências do Mar (CCMAR) é uma das entidades presentes e realizará no local actividades de identificação taxonómica de bivalves, gastrópodes e poliquetas. Explicar aos visitantes como funciona o ecossistema da Ria Formosa e que espécies o habitam é o objectivo desta iniciativa, que pretende ainda estabelecer uma ponte de ligação entre os visitantes e o método de investigação científica. Como tal, serão recolhidos diariamente dados que servirão para projectos de investigação que decorrem no CCMAR e todos os visitantes da exposição poderão ajudar a monitorizar parâmetros ambientais como a temperatura, salinidade, pH, e oxigénio da água. Paralelamente à actividade “em terra”, estão já agendadas saídas de campo em barco solar. Passeios numa embarcação silenciosa, movida a energia limpa e sem combustão, que permitirão aos participantes apreciar a fantástica biodiversidade, quer em termos de fauna, quer de flora da Ria. A actividade insere-se nas actividades de Biologia no Verão, promovidas anualmente pelo Ciência Viva – Agência Nacional para a Cultura Científica e Tecnológica. Para participar, basta aparecer no Centro Náutico da praia de Faro, de terça a sexta-feira, entre as 10:00 e as 17:00 (só é necessária inscrição para o passeio de barco – http://www.cienciaviva.pt/).
Sou um tucano toco (Ramphastos toco) e tenho o maior bico de todas as espécies de tucanos. Porque tenho um bico tão grande? Desde há vários séculos que cientistas e naturalistas questionavam o porquê destas aves terem um bico que ocupa dois terços do seu corpo. Sem dúvida que a sua função deve ser crucial.
Já foram apresentadas várias teorias para as funções do imenso bico dos tucanos, tais como, atrair os parceiros do sexo oposto, para descascar os frutos, ataque de ninhos ou para defesa. Surge agora um novo estudo, publicado esta semana na "Science" que revela a verdadeira função deste proominente apêndice. Cientistas da Universidade Estadual de São Paulo (UNESP), Brasil, e da Universidade Brock, em St. Catharines, Ontário, no Canadá, descobriram o motivo real do tamanho do bico do tucano: Serve para manter a temperatura corporal.
Como descobriram isso?
Filmando tucanos com câmaras de infravermelhos (onde se pode "ver" a temperatura) descobriram que os tucanos podem fazer variar a temperatura do seu bico entre 10º e 35º centígrados, graças à rede de vasos sanguíneos que percorre interiormente a grande superfície do bico. Os cientistas verificaram que a temperatura superficial do bico variava rapidamente quando o ambiente exterior aquecia ou arrefecia .Quando o ambiente exterior aquece, em poucos minutos o bico do tucano também apresenta uma subida de temperatura. Quando fica frio, o bico também arrefece, para evitar a perda de calor, para isso basta diminuir o fluxo sanguíneo nessa zona. Os cientistas deduziram que os tucanos utilizam os seus bicos para libertar calor de modo a reduzir a sua temperatura corporal durante o sono.
Assim, tal como as nossas glândulas sudoríparas, ou a língua dos cães, ou mais precisamente como as orelhas dos elefantes e dos coelhos, o bico dos tucanos serve para perder calor quando é necessário.
O estudo também mostrou que o tucano é extremamente eficaz no controle da própria temperatura corporal através do seu bico: O bico pode eliminar 100% do calor corporal ou apenas 5%, caso o fluxo sanguíneo seja interrompido. Os cientistas explicam que como as aves não transpiram, precisam utilizar os bicos para regular a temperatura corporal. A equipe planeia estudar como outras aves regulam a sua temperatura corporal.
Consumir um copo de sumo de laranja todos os dias pode fazer um bom trabalho para o paladar e para a saúde.
Os investigadores apontam que um antioxidante presente na bebida, chamado de hesperidina, melhora a função dos vasos sanguíneos, reduzindo assim o risco de doenças cardiovasculares.
O resultado do estudo foi apresentado esta semana, na conferência anual "American Heart Associations Basic Cardiovascular Sciences", em Las Vegas (EUA).
A hesperidina é um composto flavonoide o mesmo que é encontrado nas uvas, no vinho, no chá verde e no chocolate amargo. Estudos anteriores já comprovaram os benefícios que esse grupo de alimentos traz para proteger o coração. Isso porque a substância melhora a saúde das células presentes nos vasos sanguíneos e, portanto, evita danos como a obstrução das artérias, um agravante para a ocorrência de ataques cardíacos e enfartes.
O estudo englobou 24 homens saudáveis que tinham risco de doença cardiovascular, tendo os participantes consumido, em meses diferentes, 500ml de sumo de laranja por dia, uma bebida com as mesmas calorias do sumo e uma bebida fortificada com 292mg de hesperidina. Os investigadores notaram que durante os meses em que os participantes tomaram a dose diária de sumo de laranja ou da bebida fortificada, foi observado uma melhor função endotelial (do revestimento interno dos vasos) e menor pressão sanguínea. Para além disso, o consumo do sumo e da outra bebida com o antioxidante foi associado a um melhor perfil de expressão dos genes, o que também ajuda a reduzir os riscos cardiovasculares. Apesar dos resultados, os cientistas afirmam que são necessários mais estudos com um maior número de voluntários para de facto comprovar se o sumo de laranja pode mesmo proteger contra os problemas cardiovasculares.
É HOJE, O DIA DE EMBARCAR NUMA VIAGEM ATÉ À ....LUA. Não te atrases!
Imagem retirada de flickr.com/ emergent007 (Clica na imagem)
No dia 20 de Julho, pelas 20:20 h, o Módulo Lunar Eagle alunou com sucesso, no Mar da Tranquilidade, e Neil Armstrong foi o primeiro Homem a pisar o solo da Lua, seguido de Edwin Aldrin. Estes dois astronautas caminharam cerca de duas horas na Lua e deixaram uma placa, onde se lê: "Aqui os homens do planeta Terra pisaram pela primeira vez na Lua. Julho de 1969. Viemos em paz, em nome de toda a humanidade". Também ficaram famosas as frases: "Houston, aqui Base da Tranquilidade. A Águia pousou” e "É um pequeno passo para um homem, mas um salto gigantesco para a humanidade".
Vai a We Choose the Moon, e acompanha toda a missão Apollo 11, a partir do momento do lançamento até os austronautas americanos porem os pés na superfície lunar. No site são utilizados história, Flash, redes sociais e mídias sociais para reviver os principais momentos dessa grande missão. Fornece informações sobre os astronautas, tem contagem, exibe o status atual da nave espacial Apollo 11, e até mesmo sobre as atualizações que fizeres, via Twitter do estado da missão.
A natureza é cheia de coincidências surpreendentes, como aquela que nos permite desfrutar da beleza quase mística que é um eclipse solar. A Lua, com um raio de aproximadamente 1.738 km, encontra-se a uma distância média da Terra de 384 403 km. Incrivelmente, a esta distância o seu tamanho aparente no céu é praticamente igual ao do Sol. Esta coincidência faz com que, quando os três corpos estão alinhados (Terra, Lua e Sol) possamos desfrutar de um eclipse.
No próximo dia 22 de Julho, a lua vai interpor-se novamente entre a Terra e o Sol criando mais um espectacular eclipse solar. Infelizmente para nós, este eclipse não será visto em Portugal uma vez que a sombra da lua será projectada sobre o Pacífico Norte e sobre países como a China, Índia, Nepal, Bangladesh e Myanmar. Em Portugal serão 3h35m da madrugada quando o eclipse atingir o seu auge sobre o Pacífico.
De acordo com os especialistas este será o eclipse mais longo do século XXI, com uma duração esperada de 6 minutos e 39 segundos. Não fossem os avanços tecnológicos, no próximo 22 de Julho, quem não estivesse no norte da Índia, este do Nepal, norte do Bangladesh, Bhutan ou Myanmar, no centro da China ou em alto mar, no Oceano Pacífico, perderia a oportunidade histórica de ver o Sol completamente coberto pela Lua, durante tanto tempo. Mas cientistas espanhóis vão instalar-se nos arredores de Chongqing, na China, para transmitir em directo o eclipse na internet. Quando forem 02:35:21 em Portugal, o sol estará completamente coberto, fenómeno que só será possível observar na íntegra olho nu a 100 quilómetros das ilhas Ogasawara, no sudoeste do Japão. A próxima data para assistir a um eclipse solar de magnitude 1.0799 fica fora das agendas, mas pode anotar: 13 de Julho de 2132. O eclipse poderá ser visto neste site, uma colaboração entre o governo regional de Madrid, o grupo Ciclope e a Universidade Politécnica de Madrid.
É necessário sensibilizar a opinião pública para os efeitos prejudiciais da poluição luminosa no céu nocturno. A geração actual já quase não reconhece as estrelas e constelações e, se nada se fizer, a próxima pode ficar muito aquém disso. O céu nocturno é certamente um Património da Humanidade e uma das maiores maravilhas que podemos contemplar. Vê o video e reflecte sobre o problema.
Já não há estrelas no céu ! Pode Rui Veloso ficar descansado: porque vai haver estrelas no céu para dourar o seu caminho. Por uma noite, pelo menos! Sábado,18 de Julho, Portugal vai ficar menos luminoso. Um pouco por todo o País a iluminação pública vai ser desligada para que as pessoas possam observar o céu e perceber a influência da poluição luminosa no ambiente. A iniciativa surge no âmbito do Ano Internacional da Astronomia (AIA), e do projecto internacional "Dark Skyes Awareness", que está a decorrer este ano em Portugal e no mundo. Dia 18, as luzes públicas vão deixar de funcionar para destacar o céu! De Norte a Sul do país, incluindo as ilhas, várias cidades e vilas aderiram ao projecto. Algumas das praças centrais e monumentos mais emblemáticos vão ser apagados para dar destaque às estrelas.
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Durante a noite de sábado, os portugueses vão ter a oportunidade de entrar em contacto com a astronomia, uma ciência desconhecida pela maioria das pessoas e explorar o céu com um olhar diferente. Os telescópios distribuídos pelo país vão centrar a atenção nos astros e permitir desfrutar de penumbra pouco habitual.
A noite das estrelas é uma iniciativa em que se propõe aos municípios desligarem as luzes de iluminação pública por um período curto (da ordem de 1 hora). A ideia é convidar as pessoas para a rua e verem por elas próprias o resultado da ausência de poluição luminosa. Fala-se em poluição luminosa quando nos referimos à iluminação mal direccionada, isto é quando a iluminação é dirigida para cima, ou para os lados, em vez de iluminar somente as áreas pretendidas. Esta forma de poluição resulta, na sua maioria esmagadora, de candeeiros e projectores que, por concepção inadequada ou instalação incorrecta, emitem luz muito para além do seu alvo ou zona de influência, sem qualquer efeito útil. A luz emitida para cima e para os lados reflecte-se e difunde-se nas poeiras e fumos em suspensão no ar, tornando o céu nocturno mais claro. A poluição luminosa é o resultado do mau planeamento dos sistemas de iluminação, não da necessidade de iluminação. Se cada candeeiro ou projector reflectir para baixo a luz que iria para cima (e para os lados), melhora-se a iluminação na área que interessa iluminar.
Para saber acerca de locais, horas e actividades, veja em:
VIDAS A DESCOBRIR - MULHERES CIENTISTAS DO MUNDO LUSÓFONO
É Hoje, dia 14 de Julho, às 19h, que é apresentado, na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, o livro “Vidas a Descobrir – Mulheres Cientistas do Mundo Lusófono”. Todos os leitores estão convidados a assistir ao evento e a marcar presença num dos momentos mais importantes do ano para a Associação Viver a Ciência. Confirmadas estão as presenças e intervenções de João Caraça, Joana Barros e Nuno Crato. Mas o evento é de partilha: todos os presentes podem participar, partilhar e questionar.
As cientistas em relevo neste livro representam três continentes e várias nacionalidades. As suas trajectórias profissionais são tão diversas quanto os seus interesses científicos, ilustrando a multiplicidade de experiências e talentos com que contribuem para o desenvolvimento científico e para a sociedade como um todo. A variedade dos seus percursos profissionais demonstra que não existe uma fórmula única para o seu sucesso em áreas onde por regra eram as únicas mulheres ou faziam parte de uma reduzida minoria. Contudo, há algo que inequivocamente partilham e que contribuiu para o seu êxito como cientistas: a paixão pelo que fazem e a perseverança perante as dificuldades e os obstáculos com que se deparam.
Processo de formação de estrelas é agora melhor compreendido por astrofísicos da Universidade de Michigan e da Universidade de Stanford graças a um estudo realizado nos Estados Unidos e publicado na quinta-feira na revista científica Science Express.
O estudo indica que muitas das primeiras estrelas do universo não se formaram sozinhas mas como "gêmeas". A observação foi possível graças a uma simulação por computador de como seria o Universo na sua origem.
"Acreditava-se que essas primeiras estrelas se formaram como astros únicos, mas agora vemos que muitas tinham "irmãs", disse Matthew Turk, do Laboratório Nacional de Aceleração de Stanford, que trabalha no Departamento de Energia americano, e é um dos autores do estudo.
"Essas estrelas foram as progenitoras da geração seguinte de estrelas, então se tivermos um conhecimento mais aprofundado sobre, podemos compreender como outras estrelas e galáxias se formaram."
Na simulação computadorizada, os pesquisadores criaram um universo virtual, no qual pulverizaram gás primordial e matéria negra, substâncias presentes logo após o chamado Big Bang, com um fundo de radiação cósmica cujas variações refletem a origem de todos os corpos celestes. Conforme o universo simulado se desenvolvia, ondas de gás e matéria negra giravam através de um cenário quente e denso. À medida que o Universo ia arrefecendo, os cientistas observaram que a gravidade começava a unir porções de material. Em áreas ricas em matéria negra, foram registradas as formações de estrelas. Numa das cinco simulações realizadas, uma única nuvem de poeira e matéria negra se transformou em estrelas gêmeas: uma com massa dez vezes maior do que o nosso Sol e outra 6,3 vezes maior.
Ambos os astros ainda estavam em processo de crescimento no final da simulação, e estariam aumentando ainda se a experiência se tivesse prolongado. "Esta descoberta abre um novo caminho de possibilidades de pesquisa. Essas estrelas podem ter evoluído para formar dois buracos negros, que por sua vez poderiam ter criado ondas gravitacionais", explicou Tom Abel, também do Laboratório de Aceleração. Segundo os cientistas, a compreensão da formação e da evolução dos corpos celestes podem explicar como se formaram átomos presentes na Terra e até no corpo humano.
O Sardine run vai começar de novo este ano e a adrenalina vai subir
Esta imagem caracteriza bem a cena de batalha que se passa debaixo das águas da costa africana. Transmite bem a sensação do pandemónio e do caos que ali se passa.
Que sorte a desta ave, já apanhou uma sardinha. Mas há muitas, muitas mais...são aos milhões Fotos do Sardine run de 2008, retiradas de Flickr.com
O FENÓMENO "SARDINE RUN"
Quando pensamos em África, algumas imagens vêm imediatamente à cabeça da maioria: leões e girafas em safaris, pessoas passando fome (infelizmente), desertos a perder de vista, entre outras. Raros são aqueles que se lembram que a África é banhada por 2 oceanos (Atlântico e Índico) e 2 mares (Mediterrâneo e Vermelho), o que lhe proporciona uma costa extensa, com vários pontos de mergulho nota 10.
Mas não é dos melhores locais de mergulho desta costa que quero falar mas sim de um "evento" - diga-se de passagem, o maior evento marinho natural do planeta: o "Sardine Run".
Cardumes com milhões de sardinhas têm esta semana dado às praias sul-africanas da costa sul da província do Kwazulu-Natal, repetindo um ritual que todos os anos anima aquela costa.
A "Corrida das Sardinhas" (Sardine Run, no original), designação dada localmente ao evento, é um fenómeno que tem lugar todos os anos entre fins de Maio e início de Julho. Um cardume de milhões de sardinhas (Sardinops sagax) aparece na costa de Kwazulu-Natal, na África do Sul (do lado Índico), entre Durban e Port Edward. Este cardume fica a cerca de 1 km da costa, tem em média 7 quilómetros de extensão e pode chegar a 30 metros de profundidade. Uma verdadeira muralha de sardinhas, cuja migração para a costa sul-africana foi oportunamente apelidada pelos moradores locais de "o maior cardume da Terra".
O grande cardume se subdivide em cardumes menores, mas a mancha escura que indica a movimentação de tal agregação pode ser vista por medições térmicas, via satélite. Pouco se sabe sobre o mecanismo exacto do porquê de elas se juntarem ali daquela forma ou de onde as sardinhas vêm, mas sabe-se que é necessário que, uma corrente de água fria venha do sul, do Cape Agulhas Bank, e chegue até ali com uma temperatura da água não maior que 21ºC - há anos em que a água não arrefece e o fenómeno simplesmente não acontece. Afinal, sardinhas são peixes de águas frias, não subiriam uma costa quente como a do leste da África se condições especiais não diminuíssem a temperatura da água. Especulava-se que a presença das algas que vêm junto com a corrente fria fosse um motivo provável das sardinhas aparecerem, mas um estudo de mais de 20 anos mostrou que não havia correlação entre a concentração de clorofila-a e a distribuição das sardinhas. Um grupo da Universidade de Kwazulu-Natal tem se dedicado ao estudo do fenómeno, levantando dados oceanográficos na tentativa de entender melhor a dinâmica do Sardine Run. Quem sabe um dia até prever ao certo a data e o local onde elas aparecerão.
O "Sardine Run", é um espectáculo impressionante, diz quem já assistiu. Eu nunca fui à África, e sonho em assistir de perto ao Sardine Run, porque deve ser uma experiência ímpar. Todas as fotos que já vi sobre o evento são fantásticas. As sardinhas, para se protegerem dos inúmeros predadores que aparecem para aquele manjar frenético, formam os chamados "baitballs" (bolas de isca), e se movimentam freneticamente fugindo dos ataques dos predadores. Que são vários: tubarões, golfinhos, baleias, pássaros, peixes-espada, mola-molas, focas e quem mais estiver por ali a fim de se alimentar de sardinhas. É ataque por todos os lados, uma verdadeira guerra subaquática onde os predadores se unem e o alvo comum são as sardinhas. Quem em geral as traz "para cima", são golfinhos que "forçam" aos poucos as sardinhas a nadarem cada vez mais próximas da superfície. Uma vez que, elas cheguem a profundidades menores, o festim da alimentação começa. Ali, a costa do Índico da África do Sul (algumas vezes chega até Moçambique) passa a ter durante o "Sardine Run" a maior agregação de grandes predadores imaginável - ou seja, é o melhor estúdio fotográfico submerso que pode haver no planeta.
Entretanto, o mergulho no "Sardine Run" é para poucos. Primeiro, porque é muito caro. Segundo, porque se tem que esperar o momento certo, ou seja, na prática pode chegar em Durban em Maio e só sair de lá em Julho, porque as sardinhas resolveram aparecer mais tarde. Ou o inverso, se planear para Junho e elas vierem em Maio. Você está a mercê da natureza. Consequentemente, é necessário ter tempo para este tipo de "espectáculo ao natural". Terceiro, porque o mergulho é em mar aberto, com correntes fortes, o que é complicado para a maioria dos mergulhadores amadores, ou seja, este desporto é só para os expert em mergulho avançado. Quarto e mais importante, o óbvio: é se jogado no meio de uma "bola" de sardinhas que vão ser comidas por inúmeros animais maiores vindos por todos os lados, inclusive de fora da água. A probabilidade de se ser maltratado no meio desse frenesim é grande, e como as sardinhas fazem uma espécie de parede escura, a visibilidade não é das melhores. De repente pode-se dar de cara com um tubarão ou foca de boca aberta, pronto para uma mordidela no baitball. Ou seja, a hipótese de se ser confundido com comida é elevada. Adrenalina a 1000 é pouco para descrever a "brincadeira". Mas, mesmo com todas estas dificuldades, os relatos que já li/ouvi de diferentes pessoas sobre a experiência de mergulhar e/ou assistir ao Sardine Run são fascinantes. É uma das milhares de peculiaridades biológicas da África que eu gostaria de um dia (quem sabe...) vivenciar. De preferência debaixo d'água.
A chegada dos cardumes é acompanhada de milhares de gaivotas que sobrevoam os cardumes e de golfinhos que gozam do festim enquanto ensaiam graciosos saltos e piruetas a poucos metros das praias. Os cardumes que chegam às praias são capturados por milhares de populares e turistas que, com o auxílio de redes e baldes e até mesmo à mão em grandes quantidades no espaço de algumas horas.
O "Sardine Run" levou as autoridades turísticas da região a promoverem anualmente o Festival da Sardinha, que decorre entre meados de Junho e finais de Julho e que inclui desportos náuticos, concertos de música, festivais gastronómicos, acrobacias aéreas, mergulho em áreas determinadas para observação dos cardumes de sardinhas e outras espécies e muitas outras actividades.
É MESMO UMA FESTA EM GRANDE.
Esta semana, os cardumes, que estão a ser monitorizados há vários dias ao longo da costa por aviões ultra-ligeiros alugados pela Junta de Turismo da Costa Sul e organizações marítimas oficiais, deram à costa na zona de Port Edward por duas vezes e continuam a movimentar-se mais ao largo, o que sugere que deverão dar às praias nos próximos dias.
Um dos eventos relacionados com o Festival da Sardinha é o Festival de Gastronomia e de Vinhos dos Marinheiros Portugueses, que decorrerá a 18 e 19 do corrente em Poet Edward. Este festival, no qual se envolve a comunidade portuguesa da província, contará com iguarias da cozinha tradicional portuguesa, muitos mariscos, provas de vinho e ranchos folclóricos portugueses e zulus. Em 2008, no mesmo festival, foi batido o recorde do Guiness da maior quantidade de marisco cozinhado e consumido num só dia e que era detido pela Junta de Turismo do Kuwait: 1.739 quilos de marisco foram consumidos por 7.200 visitantes.
Podes acompanhar o impressionante "Sardine Run" no vídeo
O Brasil é o País com maior diversidade de espécies luminescentes no mundo. A emissão de luz fria e visível por seres vivos é observada em organismos que vão desde as bactérias aos peixes, incluindo os pirilampos. Entender o mecanismo de como a luz é produzida nesses organismos pode iluminar o caminho para o diagnóstico e tratamento de doenças como cancro e infecções bacterianas. As enzimas responsáveis pela bioluminescência são as luciferases, que catalisam a reacção que produz a luz nos animais, e as proteínas fluorescentes, que têm a propriedade de mudar a cor da luz estão sendo aplicadas em biotecnologia e em bioimageamento de processos patológicos. Dada a importância dos organismos bioluminescentes, a sua conservação é prioridade para Vadim Viviani, professor do campus de Sorocaba da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). Ele investiga, há mais de dez anos, o mecanismo de funcionamento da bioluminescência e as possibilidades de aplicação como agentes bioanalíticos, bioindicadores e biossensores. "Devido os impactos ambientais, a riqueza desses organismos está se perdendo. Para utilizar espécies como o pirilampo para essas finalidades, é necessário preservá-las e prioritariamente conservar seus ambientes naturais", disse. Nesse estudo, a equipe orientada pelo pesquisador está catalogando a biodiversidade de pirilampos na Mata Atlântica do Estado de São Paulo, estudando a sua evolução sob o aspecto molecular e avaliando algumas espécies-chave como indicadores ambientais de áreas palustres e ribeirinhas. A Mata Atlântica é um dos ecossistemas mais ricos em pirilampos no mundo. Em um único trecho, em Salesópolis (SP), por exemplo, foram catalogadas 50 espécies. Segundo Viviani, embora o Brasil concentre cerca de 25% das 2 mil espécies descritas, não se aproveita o potencial do pirilampo como bioindicador de impacto ambiental. Existem espécies que vivem em ambientes palustres (aquáticos). Quando a água está poluída desaparece o burrié, que é o alimento do pirilampo, e, com isso, a espécie desaparece. Já em locais onde os cursos de água estão preservados, o insecto permanece ou regressa. "No Japão, pirilampos são muito usados como bioindicadores na recuperação de cursos de água", comentou. Tais insectos também são bons modelos para entender o impacto da poluição luminosa. Eles usam o seu sinal luminoso para fins de reprodução, é um padrão de comunicação sexual. Quando o nível de iluminação do meio aumenta, macho e fêmea não se conseguem localizar através dos sinais luminosos. De acordo com Viviani, o impacto da poluição luminosa ocorre em diversos organismos, principalmente os nocturnos. Pode afectar a relação predador-presa tornando um ou outro mais visível. Há muito interesse em saber qual o mecanismo de funcionamento das enzimas relacionadas com a bioluminescência e, a partir disso, tentar modificá-las para torná-las ainda mais aplicáveis do que já são, inclusive na área ambiental. Existem, por exemplo, diversos biossensores que usam luciferases de pirilampo, a nível molecular, para detectar agentes tóxicos na água. Recentemente, outro grupo orientado por Viviani comparou enzimas luciferases clonadas com uma proteína semelhante, mas fracamente bioluminescente, uma AMP-ligase, presente em todos os organismos e que desempenha variadas funções metabólicas. O objectivo era descobrir, se e como a AMP-ligase pode adquirir a propriedade de produzir luz. Segundo o professor da UFSCar, esse tipo de informação pode ajudar a tornar mais eficientes as enzimas que já produzem luz e tornar enzimas que não produzem luz luminesce.
Detective do Cosmos foi considerado um livro oficial do Ano Internacional de Astronomia 2009
Como e quando começou o universo?
De que são feitas as estrelas?
A que distância estão as galáxias mais longínquas?
O que é um quasar?
Desvenda estes e outros enigmas fundamentais do cosmos na viagem fascinante de descoberta e encantamento que constitui este livro. Descobre factos sobre nebulosas e buracos negros, navega por galáxias, mergulha no coração de estrelas de neutrões e caminha em planetas distantes enquanto acompanhas o autor na investigação dos aspectos mais insólitos do cosmos.
Repleto de factos interessantes e fotografias deslumbrantes, este manual é ideal para exploradores do cosmos de todas as idades.
LiveScience Image Gallery - grupo de manchas solares 1024, desenvolvidas no fim de semana de 4 de Julho. Credit: SOHO/MDI.
Após uma das ausências mais longas das manchas solares, o nosso Sol escolheu o fim de semana para mostrar um novo grupo de manchas solares bastante significativo. As manchas solares correspondem a zonas frias da superfície do Sol. As temperaturas das manchas solares excedem os 3500 graus Celsius, e frias significa apenas que as manchas são menos quentes que o resto da superfície solar, que tem uma temperatura de 5500 graus Celsius. As manchas solares correspondem a zonas de campos magnéticos muito intensos na superfície do Sol. A libertação súbita da energia magnética no Sol durante fenómenos chamados fulgurações produz grandes quantidades de partículas carregadas electricamente que são lançadas no espaço a velocidades próximas da velocidade da luz. Pode também ocasionar ejecções de matéria coronal, em que grandes nuvens de gás electrificado são expelidas pelo Sol a velocidades que podem atingir os 6 milhões de quilómetros por hora.
Nos últimos meses falou-se muito do facto do nosso Sol se encontrar com uma actividade muito baixa. De facto, este ano parecia que o Sol iria ter a sua actividade mais baixa, a mais baixa das apresentadas em 2008. No entanto enganámos-nos, pois parece que a longa ausência das manchas solares, das mais longas deste século chega ao fim, já que o sol produziu algumas manchas bastante mais significativas que qualquer outra em muitos meses.
“Esta é a maior mancha solar que eu vi em dois anos”, afirmou Michael Buxton, investigador do Instituto da Califórnia. A actividade solar atravessa um ciclo de aproximadamente 11 anos. As manchas solares são os sinais visíveis da actividade solar e são os lugares de erupção de tempestades solares. Nos dois últimos anos as manchas apresentaram-se no seu mínimo mais baixo desde 1913, de tal modo que levou os cientistas a questionar se este mínimo iria ser eterno. No ano que decorre, em 77% dos dias o sol não apresentou manchas solares, se bem que segundo os astrónomos esta situação não era preocupante. A partir das manchas solares o material liberta-se numa espectacular fulguração solar. O próximo pico de actividade será no ano de 2013 e poderá ser um dos mais activos das últimas décadas.
Fonte da notícia e imagem retiradas de LiveScience
O mundo animal é uma fonte inesgotável de surpresas para os cientistas que todos os dias se deparam com curiosas e surpreendentes “habilidades” e comportamentos nas mais variadas espécies. A última a atrair a atenção dos investigadores foi a Cyclosamulmeinensis, uma pequena aranha capaz, segundo os biólogos LingTseng y I-Ming Tso – da Universidade de Taichung, em Taiwan –, de fabricar uma imitação de si mesma em tamanho real que funciona como uma armadilha e evitar assim a acção dos depredadores.
Imagens de Cyclosamulmeinensis retiradas de flickr.com
Muitos são os animais que se disfarçam para não atrair a atenção dos predadores. Entre as estratégias mais comuns estão a aquisição de uma forma ou padrão que se confunde com o meio envolvente e a adopção de padrões distintivos em áreas secundárias do corpo que se tornam alvo preferencial do ataque, garantindo no entanto, a sobrevivência do animal. No entanto, não é comum os animais criar imitações de si mesmos em tamanho real. Isto é exactamente o que faz a aranha Cyclosamulmeinensis, de acordo com o artigo publicado na revista Animal Behaviour por uma equipa da Universidade de Tunghai, em Taichung (Taiwan).
Esta espécie, à semelhança de outras espécies do mesmo género, decora as suas teias com materiais muito diversos como detritos, partes de plantas, restos de presas ou sacos de ovos. O facto de estas “decorações” terem o tamanho aproximado do animal que o utiliza sempre intrigou os cientistas. Por outro lado, os investigadores verificaram que também a sua cor era semelhante à da aranha que tinha tecido a teia. Em resumo, estas aranhas utilizam elementos decorativos com tamanho, forma e aparência semelhantes à sua. Uma vez que estas cópias exactas são mais frequentemente atacadas que o próprio animal, é de concluir que “as decorações criadas pelas aranhas Cyclosa funcionam como um sistema anti predadores que substitui a camuflagem. Os benefícios de uma fuga bem-sucedida parecem compensar os custos associados a uma detecção mais frequente”, afirmou I-MinTso que participou no estudo.
No entanto, a autora considera que nem todas as espécies de aranha que recorrem a elementos decorativos o façam como estratégia anti-predatória e que portanto não é uma explicação universal. Tso afirma “Penso que as decorações podem ter funções muito diversas e até variar de taxa para taxa. Aranhas diferentes parecem decorar as teias por diferentes razões”. Por exemplo, é muito frequente as aranhas decorarem as suas teias com ornamentos de seda que servem para fortalecer a teia, atrair as presas ou para evitar que animais de grandes dimensões choquem com as teias e as destruam.
Descoberta de uma nova classe de buracos negros desconhecida até à data
Impressão de artista de um buraco negro de tamanho intermédio (representado pelo objecto azul para a esquerda da parte superior do bojo galáctico), na periferia da galáxia espiral vista de perfil, ESO 243-49.Crédito: HeidiSagerud
Até à data a teoria da existência dos buracos negros de tamanho médio era motivo de debate entre os astrofísicos. Até ao momento acreditava-se que apenas existiam buracos negros pequenos e buracos negros super-massivos. Hoje finalmente descoberta científica veio provar a existência de buracos negros de tamanho médio. Investigadores do Centre d' ÉtudeSpacialedesRayonnements em França graças ao Telescópio espacial de raios-X, XMM-Newton localizaram um buraco negro com uma massa 500 vezes a do nosso Sol. O buraco negro baptizado com o nome Hyper-Luminous X-raySource 1 (reconstrução na imagem)), situado a 290 milhões de anos-luz não é suficientemente pequeno para ser considerado um buraco negro pequeno (com 3 a 20 vezes a massa do Sol) nem demasiado grande para ser um buraco negro super -massivos (que tem vários milhões e milhões de vezes a massa do Sol). Esta descoberta científica é a primeira desta natureza e serve para sustentar a teoria de que os buracos negros super-massivos são resultado a união de buracos negros pequenos que na sua forma intermédia dão lugar a formações como esta. A descoberta, liderada por SeanFarrell da Universidade de Leicester, na Grã-Bretanha, aparece na última edição da revista Nature.
Um buraco negro é o resto de uma estrela colapsada com um campo gravitacional tão poderoso que absorve toda a luz que aí passa perto e não reflecte nada. "Embora seja largamente aceite que os buracos negros de massa estelar sejam criados durante a morte de estrelas massivas, não se sabe ainda como é que os buracos negros supermassivos se formam," disse Farrell. Fonte da notícia: http://www.ojocientifico.com/
Par quem gosta de caranguejos, Austrália é o destino certo! Porquê? Porque é o lugar onde acontece um fenómeno espectacular, A migração de milhões de caranguejos vermelhos.
Imagem de Gecarcoidea natalis (caranguejo vermelho) retirada de Flickr.com. Milhões de caranguejos vivem em buracos no solo da floresta de Christmas Island, comendo folhas,frutos e flores. Todos os anos na estação húmida migram para a costa para a desova.
A Ilha Christmas é um pequeno território ao norte da Austrália. Lá, sempre no último trimestre do ano, um fenômeno interessante ocorre. A reprodução e desova de mais de 150 milhões de caranguejos vermelhos (Gecarcoidea natalis). Eles invadem a cidade em todos os lugares. Ruas, casas e escolas estão no caminho desta maré de crustáceos. A cidade inclusive tem placas indicando os caminhos principais por onde eles atravessam as ruas.
Agora imaginem que cada caranguejo fêmea coloca cerca de 100 mil ovos e os minúsculos caranguejos que nascem fazem o caminho de volta passando pela cidade. A ilha é invadida por uma maré vermelha . De caranguejos, claro! Milhões deles.
Os caranguejos que são crustáceos como os camarões, tem uma fase larval marinha, pelo que os ovos tem de ser depositados no mar. Esta é a razão que leva os caranguejos a migrarem das suas "casas" na floresta tropical onde vivem no período seco, de Outubro a Dezembro até as praias, levando cerca de cinco dias para ultrapassar uma distância por volta de 8 km.
Surpreende-te a ver esta migração fascinante no vídeo.
Um dos mistérios da natureza que despertou mais interesse desde Aristóteles a Darwin, passando por Voltaire, é a capacidade das salamandras de regenerar os seus membros. Pois agora Martin Kragl do Instituto Max Planck da Alemanha e uma equipa de cientistas alemães e norte americanos conseguiram descobrir o enigmático processo celular que ocorre nos seus organismos. A nova descoberta publicada na revista 'Nature', revela que as células das salamandras conseguem conservar na sua "memória" os tecidos dos quais são provenientes e regenerá-los.
Até agora, acreditava-se que a capacidade de regeneração das salamandras se devia à actividade de células estaminais, capazes de regenerar qualquer tipo de tecidos. Em vez disso, as células guardam uma "memória" do seu tecido de origem embrionário. Isto é, as células de músculos produzem tecidos musculares, enquanto que as células de cartilagem, produzem cartilagens, as células nervosas produzem neurónios. Isto é, o mesmo mecanismo das células estaminais adultas humanas, que podem curar feridas ou unir ossos partidos, mas levado ao extremo, que é a regeneração de um membro ou órgão completo.
Para descobrir os mistérios celulares da regeneração da salamandra, Kragl e a sua equipa utilizaram axolotes "Ambystoma mexicanum", uma espécie de salamandra que pode viver até 12 anos, vive num lago mexicano, é fácil de criar em cativeiro e com embriões grandes bons para estudar. Quando um axolote, sofre uma amputação, os vasos sanguíneos no coto remanescente contraem-se imediatamente, reduzindo o sangramento ao mínimo, e uma camada de células epiteliais rapidamente recobre a superfície do local da amputação. Nos primeiros dias após o ferimento essa repidermização se transforma em uma camada de células sinalizadoras, chamadas capa epitelial apical (AEC, na sigla em inglês), que é indispensável para o sucesso da regeneração. Enquanto isso os fibroblastos são dispensados da função de sustentação do tecido conjuntivo e atravessam a superfície amputada até o centro da ferida, onde proliferam para formar um blastema – agregado de células semelhantes a células estaminais que actuarão como progenitoras do novo membro. E passado três semanas o axolote já tem uma nova pata.
Karlg e seus colegas utilizaram uma proteína, a GFP, que modifica as células tornando-as verde florescente sob uma luz ultravioleta, portanto visíveis. Esta proteína permite aos cientistas seguir as células modificadas desde a sua origem até ao seu destino.
Neste caso, utilizaram embriões e adultos. Aos primeiros, injectaram células com GFP que sabiam ser transformadas em células nervosas , o que lhes permitiu comprovar como se gerava o tecido nervoso. No caso dos adultos, injectaram-lhes tecidos e órgãos que retiraram de salamandras transgénicas, cortaram parte desse tecido enxertado para examinar sua regeneração.
Usando estas técnicas, os investigadores analisaram os 4 tipos de tecidos: derme, cartilagem, músculo e as células de Schwann -tecido neural que isola os nervos dos membros. Com excepção das células dérmicas descobriram que cada tipo de célula fluorescente regenera o mesmo tipo de tecido do membro amputado. As células da derme contribuem para a formação da cartilagem e tendões, além da derme. Esta aparente excepção pode ser resultado da origem comum às células da derme e da cartilagem do embrião, referiu Tanaka. Assim a formação do blastema quer pode activar uma célula estaminal progenitora comum duma célula dérmica ou de cartilagem quer causar a desdiferenciação de células dermais numa ou noutra dessas células progenitoras.
Segundo Sánchez Alvarado, também autor do artigo, é provável que as células sejam desdiferenciadas e que de alguma maneira “memorizem” o que é preciso para se diferenciarem de novo . As células provavelmente regressam a um estado embrionário mas não ao estado de células totipotentes, concorda Tanaka.
Quando se conseguir entender completamente como as salamandras fazem a regeneração, poderemos saber porque os mamíferos não o fazem, o que poderá ser útil para tratar o cérebro humano e doenças, assegura Maden
Segundo os investigadores, as células têm capacidades limitadas, e por isso apenas podem reproduzir o tipo de material de que são feitas, e não de qualquer tipo. Esta descoberta vai ajudar a medicina regenerativa, principalmente na investigação de tratamentos que poderiam renovar partes do corpo humano de um adulto.
Malcolm Maden, co-autor da Universidade de Florida, assegura que estes resultados "dão novas esperanças de que un dia sejamos capazes de regenerar tecidos nas pessoas e conseguir curar sem cicatrizes". De facto, o Departamento de Defesa dos Estados Unidos já financiou investigações sobre este animal, na esperança de encontrar uma solução para os soldados amputados no Iraque e Afeganistão.--
Novas descobertas na Paleontologia lançam luz sobre todos os enigmas que ainda perduram sobre a vida dos dinossaurios.
Desenhos de Travis R. Tischler da Australian Age of Dinossaurs (clique para ampliar)
Paleontólogos anunciaram hoje ter descoberto três novos esqueletos na zona de Queensland, Austrália. São dois herbívoros e um carnívoro, escavados na formação de Winton, que andaram pela Terra durante o período Cretácico, há cerca de 98 milhões de anos.
A investigação, publicada na última edição do PloS One, volta a colocar a Austrália no mapa da paleontologia e ajuda a perceber como seria a sua fauna antes de se ter separado do supercontinente do Sul, o Gondwana. O paleontólogo e autor principal do artigo, Scott Hocknull, do Museu de Queensland, afirma à cadeia australiana ABC Science online que as descobertas de marcas de dinossauros na ilha nunca foram muito valorizadas porque havia muito poucas. “Conseguimos demonstrar que essa visão estava completamente errada”, diz.
As descobertas, e o artigo, marcam uma nova era na paleontologia do país, no geral e especificamente pelos dados que revela sobre aquele que será o primeiro grande predador australiano.Os três dinossauros serão de um novo género, que mostra um ligação na evolução com dinossauros do hemisfério norte. “Os dinossauros diversificaram-se e espalharam-se por todo o mundo, mas não na Austrália, por ser um local muito isolado do resto, desenvolvendo uma fauna única”, afirmou Scott Hocknull. Surge então um novo género de carnívoro, designado Australovenator pelos investigadores, cujo esqueleto é o mais completo alguma vez encontrado na Austrália. Era a chita do seu tempo, conhecido pela equipa como Banjo, Australovenator wintonensis, : “Tinha dois metros de torso, seis de comprimento e tinha tudo para ser rápido”. Já os herbívoros, Clancy and Matilda, Witonotitan wattsi e Diamantinasaurus matildae, eram saurópodes, titanossauros, um com uma estrutura próxima de um hipopótamo e um outro parecido com uma girafa, explica o líder da equipa de investigadores. Os esqueletos de Matilda e Banjo foram encontrados juntos, num antigo riacho. O que matou Matilda deve ter morto Banjo, diz o investigador, “quer Banjo estivesse a tentar comer os restos de Matilda quer tivessem ficado ambos presos na lama, nunca saberemos”.
Agora, Hocknull espera que haja a possibilidade de prosseguir as investigações em Winton, até porque prevê que ali se encontrem os restos dos mais antigos mamíferos do subcontinente. “Há pelo menos mais 50 locais por escavar, por isso, nos próximos 20 ou 30 anos, a investigação nesta área será interessante".
Temos que nos preparar para mais descobertas pois os cientistas asseguram que apesar de existirem numerosos restos de fósseis, estes são apenas a ponta do iceberg.
Conservacionistas transladam um elefante sedado em Malaui para evitar que caia nas mãos dos caçadores furtivos. AP
Cientistas do Centro de Biologia para a Conservação da Universidade de Washington usaram uma técnica genética revolucionária – mapa de ADN dos elefantes africanos para localizar as zonas de matança destes animais levada a cabo por caçadores furtivos que alimentam o tráfico ilegal mundial do marfim.
Os investigadores descobriram quais as zonas onde foram efectuadas mais recentemente capturas de elefantes: as reservas de Selous e Niassa, entre as fronteiras da Tanzânia e Moçambique. Ou seja o marfim traficado actualmente em todo o Mundo provém nada mais nem menos de que de um grupito de organizações clandestinas.
Apesar de ser proibida a venda do marfim desde a década de noventa, continuam-se a matar em cada ano, dezenas de elefantes africanos com o único objectivo de comercializar ilicitamente os seus dentes de marfim. Por outro lado a procura deste material é cada vez maior no continente asiático o que fez disparar em flecha, o preço que passou de 200 para 6.000 dólares nos últimos cinco anos.
O que revelam as análises do ADN: Uma primeira análise genética das células presentes nos excrementos recolhidos por cientistas e voluntários em África permite traçar uma pegada genética para cada animal. Elefantes que partilham o mesmo habitat têm perfis genéticos semelhantes. Uma segunda análise é feita ao ADN do marfim confiscado pelas autoridades. A pegada genética dos dentes é comparada com a das fezes. A partir desta análise deduz-se qual a zona da proveniência da mercadoria capturada. Os resultados indicam ser actualmente a Tanzânia o centro mundial da caça ao marfim, que acaba nos portos de Taiwan, Hong Kong, Vietnam ou Japão. Segundo denunciam os especialistas e conservacionistas a caça de elefantes para obter o marfim é uma matança inútil. Devido a serem animais intelegentes, os paquidermes desenvolvem complexas relações sociais entre eles. Os caçadores aproveitam estas características e inúmeras vezes disparam sobre as crias para atrair as atenções dos progenitores. Bárbaro, não é ?
“Nossos cálculos sugerem que em 2006 se mataram mais de 38.000 elefantes por esta via, e as cifras actuais devem ser ainda maiores”, disse Sam Wasser autor do Estudo da Universidade de Washington.