sábado, 31 de outubro de 2009

Abóboras afastam BRUXAS ...e MICRÓBIOS

Na véspera das comemorações do Halloween surge a notícia de que as abóboras, tradicionalmente esculpidas e iluminadas para “assustar as bruxas”, contêm uma substância que afasta os micróbios, causadores de milhões de infecções fúngicas em adultos e crianças. Esta constatação surge num estudo conduzido por cientistas coreanos e publicado na última edição da revista especializada “Journal of Agricultural and Food Chemistry”. A equipa de investigadores liderada por Kyung-Soo Hahm e Yoonkyung Park explica que alguns microrganismos estão a tornar-se cada vez mais resistentes aos antibióticos existentes. Neste sentido, cientistas de todo o mundo têm vindo a procurar novas fórmulas de antibiótico capazes de combater a imunidade dos micróbios. Na sequência desta busca, os investigadores coreanos extraíram proteínas de cascas de abóbora a fim de verificar se estas inibem o crescimento de micróbios, incluindo o Candida albicans, uma espécie de fungo associado a alguns tipos de infecção oral e vaginal. Uma das proteínas estudadas, a PR-2, foi eficiente na inibição do crescimento do Candida albicans, sem efeitos tóxicos evidentes. Além disso, retardou o crescimento de vários fungos que atacam plantações , podendo assim tornar-se útil como fungicida agrícola. Os cientistas sugerem agora que a PR-2 seja incorporada em medicamentos naturais no sentido de combater infecções fúngicas. Em países como o México, Cuba e Índia, a casca da abóbora é utilizada desde tempos ancestrais como forma de impedir o crescimento de microrganismos.
Fonte da notícia: cienciahoje.com

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Azahar na casa nova, em Silves

O primeiro de 16 linces chegou esta Segunda-feira, 26 de Outubro, ao Centro Nacional de Reprodução do Lince-Ibérico (CNRLI), em Silves. Outros 15 linces vão chegar durante o mês de Novembro, provenientes dos centros espanhóis de reprodução Acebuche, no Parque Nacional de Doñana, e La Olivilla

A Femea do lince-ibérico Azahar - Foto: Nuno Veiga (agência Lusa)

Azahar, a fêmea de lince ibérico que foi transportada de Jerez de La Frontera, já está no Centro de Reprodução do Lince Ibérico, em Silves. O seu nome provém do árabe e significa flor branca, flor de laranjeira (a amarga Citrus aurantium L., que já era conhecida pelos árabes antes dos Descobrimentos).
Pouco passava das quatro da tarde quando o jipe do Centro Zoológico de Jerez chegou à Herdade da Santinha, em Silves, mas Azahar, a fêmea de lince ibérico que atravessou a fronteira, ainda teria de esperar que todos os jornalistas estivessem presentes, para poder ganhar de novo liberdade condicionada.
Em Silves, onde foi libertada, Azahar conta agora com uma 'casa' de cerca de mil metros quadrados e bastante maior do que o espaço em que vivia.
Segundo relatou ao Observatório do Algarve Iñigo Sanchez, biólogo do Zoo espanhol, a fêmea viajou "bastante calma" durante todo o percurso, que rondou os 400 quilómetros de distância. "Saímos à uma da tarde (espanhola) e chegámos aqui perto das quatro", disse.
Azahar viajou dentro de uma caixa desde Espanha, sempre monotorizada por um veterinário.
Assim que os biólogos abriram a caixa, Azahar saíu que nem uma seta, dando vários saltos e só passado mais de uma hora o animal se acalmou.
Azahar, que tem agora cinco anos, viveu nos últimos três em cativeiro no jardim zoológico de Jerez de la Frontera. Não é um animal nascido em cativeiro, tendo sido capturada em 2006 após lhe ter sido detectado um problema na coluna, com a ajuda das múltiplas câmaras instaladas no parque de Jerez.
O animal, que se alimenta de coelho bravo, foi transferido hoje para Portugal ao abrigo do protocolo entre os ministros do Ambiente de Portugal e Espanha assinado em Agosto de 2007.
Agora, o Centro de Reprodução pretende que, após a adaptação, Azahar acasale com um dos machos que chegará ainda este ano.

Esta é uma etapa principal do Plano de Acção para a Conservação do Lince-ibérico em Portugal, que tem como objectivo viabilizar a conservação da espécie em território nacional, invertendo o processo de declínio continuado das populações que conduziu à situação actual de pré-extinção. No contexto ibérico, o Plano de Acção visa contribuir para assegurar a viabilidade da espécie enquanto elemento fundamental dos ecossistemas mediterrânicos.
O Plano de Acção procura como uma meta final, a longo prazo, possibilitar a reintrodução do lince-ibérico na sua área histórica de distribuição. O modelo estratégico de actuação assenta num conjunto de medidas que se complementam: o programa de reprodução em cativeiro, a recuperação e a manutenção do habitat favorável, e a reintrodução de espécimes da espécie em territórios adequados. Entre outros aspectos, ressalta a importância da gestão agrícola, florestal e cinegética para a criação das condições adequadas nos habitats potenciais de lince. O programa desenvolvido no CNRLI vai procurar favorecer o estabelecimento de uma população cativa de lince-ibérico viável do ponto de vista sanitário, genético e demográfico.
O CNRLI integra a rede ibérica de centros de reprodução de lince. Foi construído expressamente para servir este plano e inaugurado em Maio deste ano, resultando o seu financiamento de uma medida de sobrecompensação pela construção da barragem de Odelouca. A gestão é assegurada pelo ICNB.
Notícia lida aqui e também no portal do ICNB

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Super olhos de camarão inspira nova geração de DVDs

Os olhos de um crustáceo marinho poderão inspirar o desenvolvimento de futuros aparelhos leitores de discos digitais, como o DVD. A inusitada novidade está num artigo publicado no domingo (25/10) na revista Nature Photonics.
Camarão mantis - foto de Erwin Kodiat em Flickr

Super olhos - O camarão mantis é considerado o animal com os olhos mais complexos do reino animal, sendo capaz de ver em profundidade e com visão trinocular (Foto: Sterling Zumbrunn/Cortesia Conservation International).

Os olhos de um crustáceo marinho inspiram engenheiros para o desenvolvimento de uma nova geração de aparelhos leitores de discos digitais, eventuais sucessores do DVD.
O camarão mantis (Odontodactylus scyllarus) que pode ser encontrado na Grande Barreira de Coral, na Austrália tem o sistema de visão mais complexo de que se tem notícia. Animais dessa espécie são capazes de distinguir 12 cores primárias - o homem distingue apenas três - e podem distinguir entre formas diferentes de luz polarizada - algo que o homem não é capaz.

Segundo o estudo, feito por investigadores da Universidade de Bristol, no Reino Unido, células sensíveis à luz, presentes nos olhos do camarão, actuam como placas que alteram o plano das oscilações das ondas luminosas que passam por elas (placas polarizadoras).
Essa capacidade faz com que esses crustáceos convertam luz polarizada linearmente em luz polarizada circularmente e vice-versa. Dispositivos conhecidos como placas polarizadoras de quarto de onda fazem essa função em leitores de CD ou de DVD e em filtros polarizadores de câmeras fotográficas ou de vídeo.
Entretanto, esses dispositivos fabricados pelo homem tendem a operar bem, apenas para uma cor, enquanto o mecanismo natural dos olhos do camarão mantis funciona em quase todo o espectro de luz visível.
Esquema do olho do camarão mantis, mostrando as células R8, que superam qualquer equipamento já feito pelo homem com a mesma finalidade. [Imagem: Robert et al.]
"Nosso trabalho revelou o design e mecanismos únicos da placa polarizadora no olho do camarão mantis. Trata-se de algo realmente excepcional, que supera qualquer equipamento que o homem tenha produzido nesse sentido até hoje", disse Nicholas Roberts, principal autor do estudo.
Simplicidade inteligente
Por que esta espécie de camarão precisa de tanta sensibilidade à luz polarizada é algo que os cientistas desconhecem. Mas sabe-se que a visão polarizada é usada por animais para sinalização sexual ou para comunicação secreta, que evite chamar a atenção de predadores.
Os autores do estudo apontam que a capacidade inusitada do camarão mantis pode também actuar na visualização de presas, ao melhorar a capacidade de ver com clareza no meio aquático.
"Especialmente notável é que se trata de algo simples, um mecanismo natural composto por membranas celulares enroladas em tubos, mas que supera completamente os equipamentos artificiais", disse Roberts.
Biomimetismo
"Entender o funcionamento desse mecanismo natural poderá ajudar a fabricar melhores dispositivos ópticos, que poderiam usar, por exemplo, cristais líquidos produzidos especialmente para imitar as propriedades das células presentes nos olhos do camarão mantis", sugeriu.
Não seria o primeiro crustáceo a inspirar produtos do tipo. Em 2006, um componente presente no olho da lagosta inspirou o desenho de um detector de raio X para um telescópio europeu, em trabalho coordenado por Nigel Bannister, da Universidade de Leicester.
O artigo A biological quarter-wave retarder with excellent achromaticity in the visible wavelength region, de Nicholas Roberts e outros, pode ser lido por assinantes da Nature em http://www.nature.com/

Noticia lida em http://www.inovacaotecnologica.com.br/

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Mexilhão das fontes hidrotermais dos Açores já tem Genoma sequenciado


Estudo inédito a nível mundial terá aplicação prática em áreas como a farmacêutica e a medicina.
Um grupo de investigação do Departamento de Oceanografia e Pescas (DOP), da Universidade dos Açores, liderado por Raul Bettencourt, criou a primeira base de dados sobre o transcriptoma do mexilhão das fontes hidrotermais de ambiente marinho profundo, o Bathymodiolus azoricus. Segundo o investigador, são muitas as aplicações práticas que podem surgir com este estudo, principalmente a nível da medicina. Desde os tempos do mestrado e doutoramento, na Suécia, que Raul Bettencourt se interessa pela “evolução dos sistemas imunes nos organismos mais primitivos”. Quando entrou para o DOP começou a investigar a adaptação fisiológica de organismos a meios extremos. As fontes hidrotermais de ambiente marinho profundo e os seus habitantes são um excelente tema de estudo, isto devido às suas condições extremas de temperatura ou pressão. Estas, explica, “tornariam a vida insustentável na superfície”. Mas naquele meio “os animais desenvolvem-se, reproduzem-se e criam comunidades”. Isto porque “o ecossistema é sustentado por uma cadeia alimentar baseada em bactérias quimiossintéticas”, ou seja, a cadeia trófica faz-se através na quimiossíntese e não na fotossíntese. O estudo do bivalve Bathymodiolus azoricus, que habita o campo hidrotermal Lucky Strike (a 1700 metros de profundidade e a 200 milhas sudoeste da ilha do Faial), interessou a Raul Bettencourt pelas questões biológicas que levanta. A investigação sobre a sua adaptação fisiológica teve início em 2004 “com a identificação de genes”.
Daí foi necessário olhar de uma forma global para a expressão de todos os genes (ou transcriptoma) que indicam “os mecanismos moleculares envolvidos nos processos de adaptação a ambientes caracterizados por ausência de luz solar, elevados níveis de pressão hidrostática e de concentração de metais pesados, níveis muito baixos de pH e, ainda, valores extremos de temperatura”. Este trabalho de sequenciação do transcriptoma de um invertebrado é o primeiro a nível nacional. É também o primeiro a nível mundial respeitante a um animal das fontes hidrotermais de ambiente marinho profundo. A análise do transcriptoma de Bathymodiolus azoricus teve início no laboratório de Genética e Biologia Molecular do Departamento de Oceanografia e Pescas da Universidade dos Açores, no âmbito dos trabalhos de investigação na área da imunidade inata em invertebrados marinhos dos Açores. A análise das cerca de 860000 sequências obtidas através da tecnologia da pirosequenciação com o sistema GS FLX Titanium da 454-Life Sciences-Roche esteve a cargo da equipa da Unidade de Serviços Avançados do Biocant, liderada por Conceição Egas e de Miguel Pinheiro, da Unidade de Bioinformática do mesmo centro. Da investigação resulta a criação de uma base de dados sobre o transcriptoma deste animal que estará disponível brevemente. A tecnologia da pirosequenciação permitiu obter, no caso do Bathymodiolus, cerca de 86000 sequências de cDNA e 44000 proteínas homólogas a outros organismos vivos. As protéinas identificadas e catalogadas em grandes grupos funcionais, na base de dados DeepSeaVent, tornarão os estudos sobre as adaptações fisiológicas do mexilhão das fontes hidrotermais muito mais facilitados, para além de revelarem genes e proteínas potencialmente interessantes do ponto de vista biotecnológico. A base de dados irá funcionar posteriormente no DOP, tendo sido adquirido, para o efeito, um servidor inteiramente dedicado aos futuros trabalhos de bioinformática, não apenas do DeepSeaVent Bathymodiolus azoricus, mas de outras bases de dados que irão ser criadas a partir de camarões das fontes hidrotermais, corais de profundidade, e peixe espada, sob a responsabilidade dos colegas, respectivamente, Raul Bettencourt, Marina Carreiro e Sergio Stefanni.
Aplicação prática
Existe um vasto potencial para a aplicação prática deste estudo. “As moléculas que participam na defesa do organismo são antibióticos naturais, que poderão ser aplicados a nível farmacêutico”, afirma. Existe também “um gene que participa no desenvolvimento da visão, bem como moléculas que têm funções de desintoxicação”. A medicina será, então, uma área privilegiada para a aplicação dos estudos que se vão continuar a realizar. O próximo passo será a publicação do estudo e a sua extensão a outros animais, nomeadamente a um camarão, uma esponja e um peixe.
Imagem e notícia em cienciahoje.pt e também em

Herança do HARPS - a incrível descoberta de 32 novos planetas extra-solares

É a mais recente revelação das descobertas feitas com o HARPS (High Accuracy Radial velocity Planet Searcher). Uma equipa de cientistas anunciou o achado de mais 32 planetas extra-solares.
Concepção artística de planeta extra-solar com massa 6 vezes maior que a da Terra orbitando a estrela Gliese 667 C a um vigésimo da distância entre a Terra e o Sol. O sistema em que o exoplaneta se move é "triplo", com três estrelas. No desenho, ao fundo, as outras duas estrelas (ESO/L. Calçada)
Dos mais de 400 exoplanetas encontrados até agora, 75 foram detectados nos últimos cinco anos com a ajuda desta importante ferramenta de alta precisão.
Numa teleconferência emitida a partir do Porto, na segunda-feira, uma equipa de astrónomos divulgou as mais recentes descobertas revelando um conjunto de exoplanetas que serão vizinhos do nosso sistema solar. Nuno Santos, o cientista português do Centro de Astrofísica da Universidade do Porto (CAUP), esteve envolvido no trabalho que se dedicou aos planetas descobertos em torno de estrelas com baixo conteúdo em metais.
O HARPS permitiu detectar 32 exoplanetas com massas que vão desde cinco vezes a massa da Terra até 10 vezes a massa de Júpiter. "Com os nossos resultados, sabemos agora que entre 40 a 60 por cento das estrelas do tipo do Sol têm planetas com pequena massa. Isto é muito importante porque significa que estão por toda a parte", disse Stéphane Udry, investigador da Universidade de Genebra, adiantando que assim nos poderemos aproximar de planetas com massas semelhantes à Terra. Até agora, o planeta encontrado com a menor massa tinha duas vezes a massa da Terra mas não era habitável pois estava muito próximo da sua estrela e não foi detectado com a ajuda do HARPS. Dos 28 planetas descobertos até agora com massas inferiores a 20 vezes a massa da Terra, 24 foram encontrados com o HARPS.
À procura de outra Terra
Desde 1995 que se descobrem novos planetas. No total. são já mais de 400. Nos últimos cinco anos, o programa do HARPS contribui com 75 descobertas para esta aventura fora do nosso sistema solar.Hoje, ficámos a conhecer alguns traços de 32 destes exoplanetas. Dentro de cerca de seis meses, os cientistas deverão anunciar um novo conjunto de exoplanetas encontrados com o HARPS. O objectivo é procurar planetas idênticos à Terra. Faltam as ferramentas. Para já, os cientistas apostam nos avanços que o projecto ESPRESSO (no qual Nuno Santos também está envolvido) poderá trazer na detecção de novos planetas com uma precisão de dez centímetros por segundo. Mais para à frente, estará o projecto Codex que promete alcançar a proeza de um centímetro por segundo. Depois de detectados planetas semelhantes à Terra será necessário aplicar novas ferramentas para analisar a atmosfera e procurar saber se são habitáveis. Além dos instrumentos usados a anos-luz de distância, será ainda necessário embarcar em missões espaciais para cumprir a aventura da busca por um planeta igual à Terra.
Fonte da notícia: público.pt

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

HojeÉ...UM DIA PARA SABOREAR

DIA MUNDIAL DA ALIMENTAÇÃO ...Na SECUNDÁRIA


O MENU VAI SER ESPECIAL...COMEMORA ESTE DIA...

VAMOS APRENDER A COMER BEM...

PELA NOSSA SAÚDE

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

E a Quantidade de CO2 Emitida É...

Emissões de CO2 em tempo real
Descobre o que cada país anda a emitir! AQUI
Neste mapa-mundo poderás ter uma perspectiva em tempo real das emissões de CO2 a nível global e país a país. Confere quem mais polui!
Para além das emissões de CO2, poderás consultar e comparar as taxas de natalidade e mortalidade de cada país.
Neste site descobrirás que em Portugal cada pessoa emite por ano 4,82 toneladas de CO2. Na China este valor é de 3,7 toneladas com tendência a aumentar. Já nos E.U.A. cada pessoa emite 19,66 toneladas de CO2 por ano.
Para descobrires mais dados, consulta
Descobri a informação em:

No mar profundo dos Açores...espectaculares jardins de coral preto

Imagem de coral negro de flickr.com da galeria de Cinzia Baglivi
Um conjunto de «espectaculares jardins de coral preto» foi descoberto no fundo do oceano, ao largo das ilhas do Grupo Central dos Açores, durante uma missão científica promovida pela Estrutura de Missão para Extensão da Plataforma Continental (EMEPC).
De acordo com o investigador, a descoberta só foi possível graças à utilização do ROV Luso (Veículo de Controlo Remoto), que «mergulhou» ao largo das ilhas Terceira, Graciosa e S. Jorge, a profundidades entre 400 e 1000 metros.
«Mais uma vez se confirmou a riqueza de habitats e a biodiversidade marinha do mar profundo dos Açores», frisou, esta quarta-feira, à Lusa, Pedro Ribeiro, biólogo do Departamento de Oceanografia e Pescas (DOP) da Universidade dos Açores.
O Rov Luso seguiu a bordo do navio oceanográfico Almirante Gago Coutinho e descobriu «espectaculares jardins de coral preto, do género Leiopathes», que se juntam aos já conhecidos jardins de coral do Condor, da Fossa do Hirondelle e do Menez Gwen.
Nesta missão científica foram também observadas várias espécies de crustáceos, como o «Gastroptychus formosus», que é frequentemente associada aos corais negros, além de extensas áreas dominadas por esponjas e bancos de ostras, onde se encontrou o crinóide «Cyathidium foresti», considerado um fóssil vivo.
O balanço da missão é positivo, mas foi «fortemente condicionado pelo estado do mar», que obrigou o navio Gago Coutinho a alterar o rumo previsto, tendo mesmo de abrigar-se entre as ilhas do Grupo Central.
Pedro Ribeiro diz que o estado do mar prejudicou também os trabalhos, uma vez que durante os seis dias de missão com o ROV Luso, apenas três foram «bem sucedidas».
Fonte da notícia: http://diario.iol.pt

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Solução à vista para Corações Partidos

Equipa criou «remendo» tridimensional para reparar tecido cardíaco danificado


Investigadores da universidade de Duke, EUA, conseguiram criar uma espécie de ‘remendo’ para o coração ao reproduzir, em laboratório, a forma como as células estaminais se desenvolvem. Os resultados de várias experiências com células estaminais de ratos, foram apresentados em Pittsburgh durante as sessões científicas anuais da Sociedade de Engenharia Biomédica.
Ao longo de várias experiências com células estaminais de ratos, os cientistas conseguiram criar um ‘remendo’ tri-dimensional feito de células do músculo do coração, conhecidas como cardiomiócitos. O novo tecido demonstrava ter dois dos mais importantes atributos neste tipo de células: a capacidade de contracção e de conduzir impulsos eléctricos.
Durante os trabalhos, os investigadores perceberam que os cardiomiócitos apenas se desenvolviam na presença de fibroblastos cardíacos (células que abrangem cerca de 60 por cento de todas as células do coração humano). “Descobrimos que ao acrescentar fibroblastos aos cardiomiócitos, isso criava um ambiente favorável ao crescimento das células, como se estivessem num coração em formação”, afirmou Brian Liau, um dos investigadfores e aluno da Universidade de Duke. Por estarem alinhadas na mesma direcção, as células entretanto desenvolvidas eram capazes de se contrair como as originais e de transportar os impulsos eléctricos que fazem com que os cardiomiócitos funcionem de forma coordenada.
Nenad Bursac, professor assistente da ‘Pratt School of Engineering’ da Universidade de Duke, afirmou na apresentação do estudo que a investigação representa um avanço mas advertiu que há ainda muitas barreiras a superar antes que estes ‘remendos’ sejam implantado em corações humanos danificados. Um dos maiores desafios será mesmo conseguir estabelecer uma ligação à corrente sanguínea de forma a suster o ‘remendo’.
O grupo de investigadores, que reúne ainda Weining Bian e Nicolas Christoforou, planeia agora testar o seu modelo usando células não embrionárias, tendo em consideração as razões éticas e científicas inerentes. Estudos recentes demonstraram, contudo, que algumas células de humanos adultos têm a capacidade de ser reprogramadas, tornando-se semelhantes às células embrionárias.
Notícia lida em cienciahoje.pt

Investigação sobre ribossomas vale Nobel da Quimica

Dentro de cada uma das células do nosso corpo, bem aconchegada dentro do núcleo, reside uma compridíssima molécula de ADN. Mas o ADN é apenas um livro de instruções genéticas, uma espécie de roteiro para fabricar um ser humano. Trata-se de uma molécula passiva, que só por si não é vida. A matéria de base da vida são as proteínas — a hemoglobina, que transporta o oxigénio no nosso sangue, os anticorpos que nos protegem das doenças, a queratina do nosso cabelo e das unhas, o colagénio da nossa pele e mais umas dezenas de milhares de moléculas desse tipo. E todas essas proteínas são fabricadas pelas células, a partir das instruções do ADN, numas estruturas muito complexas: os ribossomas. Cada ribossoma mede cerca de 25 milionésimos de milímetro e cada célula contém dezenas de milhares de ribossomas.
“A tradução da informação do ADN é um dos processos mais primordiais da produção da vida. (...) Os ribossomas produzem proteínas que, por sua vez, controlam a química de todos os organismos vivos”, declarou o comité Nobel, ao explicar a decisão de atribuir este ano o Prémio Nobel da Química a três cientistas “que conseguiram cartografar a posição de cada um das centenas de milhares de átomos dos ribossomas.”
Eles são Ada Yonath, do Instituto Weizman de Ciência em Revohot, nascida em Israel em 1939; Thomas Steitz, norte-americano da Universidade de Yale, nascido em 1940; e Venkatraman Ramakrishnan, do Medical Research Council britânico, norte-americano nascido na Índia em 1952. Todos tiveram um papel essencial nesta aventura científica, que durou duas décadas.
Os cientistas, que curiosamente nunca trabalharam juntos juntos, conseguiram descobrir como são produzidas as proteínas no interior das células . Conseguiram-no graças à cristalografia por raios X.
Como sempre, os prémios Nobel premeiam aquelas pessoas que contribuíram significativamente para o bem estar da sociedade. Graças aos trabalhos destes três cientistas sabe-se agora como actuam os antibióticos nas células das bactérias, o que representa um primeiro passo para lutar contra a preocupante resistência bacteriana aos fármacos.
As suas investigações ajudaram a conhecer as diferenças entre os ribossomas das células bacterianas e as humanas, pelo que graças a esta descoberta agora será possível desenhar novos antibióticos que ataquem unicamente os organismos patogénicos.
Fonte da notícia: público.pt

domingo, 11 de outubro de 2009

"Nossa Estação Biológica" Galardoada em Barcelona

A Estação Biológica do Garducho, na Amareleja (Mourão), da autoria do arquitecto João Maria Trindade, foi galardoada no dia 8 com o Prémio FAD 2009 de arquitectura, o mais importante galardão da arquitectura ibérica, outorgado em Barcelona (Espanha) .
A Estação Biológica do Garducho, propriedade do CEAI, está integrada na Rede Natura 2000, sendo um local de abrigo e de reprodução de várias espécies emblemáticas e ameaçadas de extinção, como a Águia-imperial-ibérica, a Águia de Bonelli, a Abetarda, o Sisão e o Cortiçol-de-barriga-preta.
O júri do certame deste ano destaca na obra arquitectónica de João Maria Trindade, o facto de “gerar lugares e emoções no meio de uma paisagem sem fim”.
“Aprecia a forma como eleva a sua potente massa, deixando passar sob a sua sombra o território e a vida da fauna”, explica a acta do júri.
Para Arcadi Pla y Masmiquel, presidente do júri, tratou-se de reconhecer “a dupla visão” do centro do Garducho, que cria uma “peça singular, que lê a paisagem, criando um momento que avalia e se integra na própria paisagem”.
“É uma peça que quase levita sobre a paisagem e que nasce para acolher um centro de investigação sobre a própria paisagem”, explicou à Lusa.
“Mesmo sem ser esse o objectivo, demo-nos conta nas últimas reuniões que estávamos a avaliar uma nova forma de arquitectura sustentável, que vê a natureza de outra forma, não como um lugar apenas para colonizar, mas para valorizar”, disse.
Imagens da espectacular obra podem ser vistas aqui. O sítio da Estação Biológica é este. A artista Fernanda Fragateiro está lá a fazer um trabalho, baseado em obras literárias (por exemplo, "Breves Notas sobre a Ciência", de Gonçalo M. Tavares) com o apoio da Gulbenkian.
Noticia em : Público.pt e De Rerum Natura

sábado, 10 de outubro de 2009

Pela 1ª Vez Genoma humano em 3D

Investigadores conseguiram descifrar a estructura tridimensional do genoma humano, o que abre uma via para novas descobertas nas funções e estruturas genómicas.
Image: From Science, a two-dimensional Hilbert curve, and the three-dimensional shape of a genome
A descodificação do genoma humano foi sem dúvida , um dos mais importantes avanços da ciência nos últimos anos. Existem no entanto ainda muitos problemas para compreender a natureza do genoma da nossa espécie, principalmente devido a esta ser de facto muito complexa, então qualquer descoberta que facilite a sua compreensão é benvinda.
Está neste caso a investigação de Job Dekker, biólogo molecular da Escola de Medicina da Universidade de Massachusetts, que em colaboração com a sua equipa de biólogos conseguiu modelar o genoma humano em três dimensões, mostrando uma visão clara e gráfica do mesmo, e permitindo o seu entendimento de uma forma mais eficiente. Para conseguir isso, os cientistas utilizaram uma nova tecnologia conhecida como "Hi-C", que lhes permitiu responder a questões até agora sem resposta, a qual consiste em explicar como cada uma das células do corpo pode conter 3,000 milhões de pares de base de ADN funcionando na perfeição.
O genoma normalmente está empacotado em peças de ADN e proteínas , numa intrincada estrutura que torna muito difícil o seu estudo. Além disso, ao fazer-se a sua sequência, a sua forma original é destruída e os microscópios electrónicos não podem conseguir mais do que penetrar ao de leve a sua superfície. Ainda que os seus constituintes sejam conhecidos, a forma real do genoma é um mistério.
Agora, graças ao trabalho de Dekker a mesma pode ser observada de forma mais nítida ." Vai mudar a forma de como estudamos os cromossomas -afirma o biólogo-. Abrirá a caixa negra. Não conhecíamos a organização interna do genoma, agora podemos apreciá-la com elevada resolução.. Relaciona essa estrutura à actividade dos genes e observa como essa estrutura varia nas células ao longo do tempo".
Um dado interessante: se pudéssemos esticar todo o genoma, este mediria cerca de 2 metros, o suficiente para utilizá-lo como colar.

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Queres uma maça? Toma duas.

Maça colhida por Ken Morrish - Photo: ARCHANT
Não , não é photoshop nem uma pintura. é uma maça de verdade, a fruta porventura a mais comum de todas as frutas e a mais popular nos centros de mesa. Não obstante a sua popularidade , esta tem a particularidade de estar perfeitamente dividida em duas, sendo por isso um exemplar raríssimo na Natureza com frequência de uma num milhão.
Esta maça que podemos apreciar na fotografia foi colhida por Ken Morrish, de 72 anos e residente em Colaton Raleigh, Devon, Inglaterra. Ken encontrou esta insólita maça que se converteu num objecto de atenção por parte de muitos curiosos, numa das árvores do seu jardim.
“Nem queria acreditar no que os meus olhos estavam vendo. A divisão em vermelho e verde ao longo do fruto é impressionantemente perfeita como se eu a tivesse pintado", disse o incrédulo Morrish, pintor e decorador e que cultiva maças há 45 anos.
Esta coloração ocorre uma vez em um milhão e surge como resultado de uma estranha mutação que consiste numa divisão anormal das primeiras duas células do fruto. Assim, o resultado produz um fruto com estas cores, que do lado vermelho é mais doce que do lado verde, já que esta cor absorve mais luz solar. Curioso, muito curioso! " Este fruto como outros seres que surgem como resultado daquelas mutações são conhecidos como quimeras.
Noticia lida em http://www.ojocientifico.com/

Saturno tem o maior anel do Sistema Solar

Cientistas da NASA descobriram um anel gigante em torno de Saturno. Esta auréola, nunca antes vista, é a maior que envolve o planeta e tem um diâmetro de 240 mil quilómetros. Seriam necessárias mil milhões de Terras para encher o anel.
Apesar de ser quase invisível, visto que é constituído por gelo e partículas de pó espacial bastante separadas, foi detectado graças ao brilho provocado pela poeira perante as radiações térmicas usadas por uma câmara de infra-vermelhos a bordo do satélite Spitzer.
A parte mais densa do anel localiza-se a seis milhões de quilómetros de Saturno e estende-se por 12 milhões de quilómetros. A sua altura é vinte vezes maior do que o diâmetro do planeta que envolve. Outra peculiaridade do anel recém-descoberto é que está a 27 graus de inclinação do eixo central e mais visível do anel principal de Saturno.
"Se fosse visível a partir da Terra, veríamos o anel com a largura de duas luas cheias, com Saturno no meio", referiu a astrónoma Anne Verbiscer, autora do artigo publicado na Nature sobre esta descoberta.
Os cientistas acreditam que a lua Phoebe, que orbita em torno de Saturno, através dos materiais que liberta quando é atingida por cometas, é a principal contribuinte para a formação deste anel gigante.
Esta descoberta poderá vir a revelar um dos maiores mistérios da astronomia, que envolve a Lua de Iapetus, caracterizada por ter um lado claro e outro bastante escuro. Segundo a equipa de Anne Verbiscer, o anel gira na mesma direcção de Phoebe e no sentido contrário de Iapetus, fazendo com que o material do anel colida com esta última. Isto poderá explicar a sua diferente coloração.
Fonte da notícia: cienciahoje.pt

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Um pouquinho menos de mistério na migração das enguias

A enguia europeia Anguilla anguilla é um peixe que vive alternadamente na água doce e no mar e que se reproduz no Mar dos Sargaços. Ali desova, após uma longa viagem migratória, com origem nos rios da Europa e da América do Norte. Sobre a migração das enguias os cientistas sabem muito pouco.
"Após o momento em que as enguias deixam as áreas costeiras, não sabemos mais nada", disse Kim Aarestrup, experiente investigador do Instituto Nacional de Recursos Aquáticos da Universidade Técnica da Dinamarca. "Elas praticamente desaparecem" afirmou.
Mas Aarestrup e seus colegas resolveram parte do mistério da migração das enguias. Usando pequenos dispositivos presos às enguias, eles rastrearam parte da jornada de 4,8 mil km da costa oeste da Irlanda até o Mar do Sargaço.
Segundo Aarestrup, foram usados pequenos rastreadores que se libertavam dos corpos das enguias em datas específicas, e subiam à superfície, transmitindo dados para um satélite. Os cientistas examinaram 100 mil enguias e verificaram que 22 pesavam cerca de 2,3 kg, um peso cinco vezes maior do que o de uma enguia típica.
As enguias partem da costa no Outono da região e supõe-se que cheguem ao Mar do Sargaço na Primavera. Por isso, os investigadores programaram a maioria dos rastreadores para serem libertados a 1 de Abril. Segundo o seu relato na Science, foi cedo demais: o mais longe que qualquer uma das enguias conseguiu viajar foi cerca de 1,3 mil km.
Aarestrup disse ser possível que os rastreadores tenham criado tanta carga que desaceleraram a deslocação do animal. Se não for o caso, e as enguias naturalmente demorem mais para chegar até lá, a programação dos rastreadores "precisa de ser ajustada" de modo a conseguirmos coompreender todo o processo da desova.
Os dados também mostram que as enguias nadam a profundidades de quase 200 m à noite, mas descem para cerca de 610 m durante o dia. A descida a águas mais frias, segundo os cientistas , atrasa a maturação sexual das enguias até chegarem ao Mar do Sargaço - seja lá em que data for.
Notícia em: The New York Times

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Nobel para a Telomerase – a enzima da imortalidade celular

Cromossomas (em metafase) com Telómeros ( a amarelo) imagem aqui.
O prémio Nobel da Medicina e Fisiologia este ano foi atribuído conjuntamente a Liz Blackburn, Carol Greider e a Jack Szostak pela descoberta da enzima telomerase e dos telómeros como protectores das extremidades dos cromossomas.
De acordo com o Comité Nobel, Elizabeth Blackburn (de nacionalidades australiana e norte-americana) e os norte-americanos Carol Greider e Jack Szostak receberam o Nobel da Medicina pelos seus trabalhos relacionados com esta enzima que "protege os cromossomas do envelhecimento". "Os três cientistas descobriram a solução para um grande problema da biologia: como os cromossomas podem ser inteiramente copiados durante a divisão celular e como eles se protegem contra a degradação", explica o comité Nobel.
A HISTÓRIA ...
Esta é uma história de como uma questão da biologia fundamental pode ter impacto na medicina e trazer tanta esperança em áreas como o cancro, células estaminais e o envelhecimento. É também o validar da ciência baseada em “organismos modelo” tais como os ciliados (seres microscópicos unicelulares comuns nos nossos rios) e as leveduras (que todos conhecemos do fermento do pão, da cerveja e do vinho).
A esperança gerada por esta descoberta e por outras que a seguiram estão a materializar-se hoje em vacinas e fármacos contra o cancro que estão em fases I e II de ensaios clínicos. Dentro de poucos anos, teremos certamente novos tratamentos menos tóxicos no combate a esta doença que nos afecta a todos.
Desde os anos 30 que se reconhecia uma função especial das extremidades dos cromossomas. As pontas dos cromossomas estavam protegidas por estruturas a que se deram o nome de telómeros. Mas foi com a descoberta da estrutura do ADN que os telómeros saltaram para a ribalta. O problema que surgiu era simples: se as enzimas que sintetizam o ADN necessitam de uma cadeia molde pré-existente, o que acontece quando chegamos ao fim do molde nos telómeros? Percebeu-se, então, que o ADN não é totalmente sintetizado cada vez que é de duplicado, perdendo sequências todas as vezes que as células se dividem. Consequentemente, as divisões celulares entrariam em declínio se não se repusessem as extremidades dos cromossomas. Este problema (conhecido por “end replication problem”) foi solucionado por uma hipótese revolucionaria proposta por Liz Blackburn: talvez houvesse nas células uma enzima especializada para os telómeros que possuía o seu próprio molde. Assim, após cada ciclo de replicação de ADN, a dita “telomerase” sintetizaria novas sequências restabelecendo o tamanho prévio dos cromossomas. A combinação dos estudos bioquímicos em ciliados levados a cabo por Liz Blackburn e Carol Greider aliados aos estudos genéticos em leveduras conduzidos por Jack Szostak e Vicki Lundblad levaram à identificação da telomerase como a enzima (quase) universal que sintetiza as extremidades dos cromossomas. Das leveduras aos homens passando pelas amebas, cogumelos, plantas, insectos, anfíbios, aves e mamíferos – todos partilhamos cromossomas que terminam em telómeros constituídos por curtas sequencias da ADN quase idênticas sintetizadas pela enzima telomerase.
Mas qual é a relevância deste estudo interessante vindo da ciência fundamental? A relevância veio quando se verificou que a telomerase estava entre os factores que distinguem as células tumorais das células normais que lhe deram origem. São extremamente raros os marcadores moleculares comuns a todos os tipos de cancro e a telomerase é um deles. Estudos clínicos mostram que 90% de todos os tumores expressam telomerase e provêm de células normais que não a possuiam. Assim, a telomerase pode ser utilizada como factor de diagnóstico no despiste precoce do cancro. Mas mais importante, a telomerase é hoje alvo de estudo de companhias farmacêuticas que pretendem inibir a sua actividade em cancros. Possuímos vacinas e fármacos capazes de inibir a telomerase que já demonstraram grande eficácia na inibição da proliferação de células tumorais. Esperamos com grande antecipação um tratamento que, ao contrário de quase a totalidade das terapias correntes, terá como alvo exclusivo as células tumorais, não induzindo a toxicidade generalizada no organismo humano. Quanto ao futuro?... Teremos terapias baseadas na telomerase para rejuvenescer o nosso corpo? Talvez... Mas com toda a segurança teremos que aniquilar primeiro o flagelo do cancro, porque esse – sem duvida – será a consequência da activação desregrada da telomerase em células normais. Texto de Miguel Godinho Ferreira (Investigador principal e responsável pelo Laboratório dos telómeros e Estabilidade do Genoma do Instituto Gulbenkian de Ciência) publicado em Cienciahoje .pt.

sábado, 3 de outubro de 2009

O "vestido novo" da libélula

Fotos surpreendentes que registam de uma forma fascinante os momentos em que uma larva de libélula sofre a última muda, rompe o exosqueleto e habilmente se livra dele e surge exibindo um exosqueleto brilhante e novinho em folha. Após aproximadamente três horas, está transformada num belíssimo insecto adulto, pronta para levantar voo e ir ao encontro de um parceiro sexual, a fim de perpetuar a espécie. Não podia deixar de partilhar convosco estas fotos, apesar de não conhecer o nome do fotógrafo, nem o local onde foram tiradas.








As fotos encontrei-as aqui .

As libélulas do Mediterrâneo tem "sede"

Uma em cada cinco libelinhas e libélulas do Mediterrâneo está em perigo de extinção, devido à escassez da água doce, às mudanças climáticas e à degradação dos habitats por uso abusivo do solo, diz a UICN (União Internacional de Conservação da Natureza).

Calopteryx xanthostoma - foto de carlos castañeda navarro ( em miradanatural.es)
Aquela avaliou 163 espécies de libélulas e libelinhas do Mediterrâneo. No total, cinco espécies encontram-se em perigo crítico de extinção, treze em perigo, outras treze são vulneráveis e 27 estão quase ameaçadas, enquanto que quatro espécies já foram classificadas como extintas na região mediterrânea - Agriocnemis exilis, Ceriagrion glabrum, Rhyothemis semihyalina e Phyllomacromia africana .
Ainda que algumas das espécies sejam objecto de medidas de protecção através de legislação internacional , outras não estão protegidas apesar do seu elevado risco de extinção, adverte a UICN.
"É muito provável que a situação destas espécies únicas tenda a piorar , à medida que as mudanças climáticas e o aumento da procura de água tenham efeito negativo sobre elas" declarou Jean Pierre Boudot, membro do Grupo de Especialistas de Libélulas da UICN e co-autor do estudo.
Os 67 por cento das libélulas mediterrâneas, "boas indicadoras da qualidade da água", estão ameaçadas pela alteração dos seus habitats e pela poluição, informam. Em concreto, a libélula 'Sympetrum depressiusculum', que era comum encontrar-se no Mediterrâneo está agora na situação de vulnerável e em declínio por causa da intensificação agrícola da cultura do arroz.

Sympetrum depressiusculum, macho encima, fêmea em baixo: 07/08, Pierrelatte (Drôme) ©Jean-Michel Faton- imagens aqui

14 por cento destes insectos vive só nos ecossistemas mediterrâneos de água doce, entre os quais estão alguns dos habitats mais ameaçados e ricos em biodiversidade. A maioría das espécies ameaçadas concentram-se no leste de Espanha, no sul da Turquia e nos Balcãs, a noroeste da Argélia e ao norte da Tunísia.
Por exemplo, a libelinha , 'Calopteryx exul', que se encontra em declínio e está classificada em perigo, vive nos ambientes aquáticos do Magreb, cujos ecossistemas estão afectados pela exploração dos recursos hídricos feita pelo homem, a contaminação, a irrigação e a seca. "A selecção e protecção das áreas mais importantes são fundamentais para garantir a sobrevivência destas espécies afirmou Annabelle Cuttelod, da UICN e coautora do estudo. Neste sentido, a UICN propõe acções programadas a longo prazo, a nível regional, nacional e internacional e enfatiza a responsabilidade que os países do Mediterrâneo tem de proteger as populações a nível global.