segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Mexilhoes inspiram a produção de Adesivo sintético



Os mexilhões apresentam uma grande capacidade de adesão às rochas que habitam. A Universidade de Chicago desenvolveu um novo adesivo, resistente e flexível, baseado nas fibras de ligação destas criaturas.

Os mexilhões apresentam uma grande capacidade de adesão às rochas onde se fixam, na maioria dos casos em locais de grande agitação marítima. A produção de fibras resistentes, pelos próprios mexilhões, é o que permite, a estes animais, a capacidade de aderência.

Cientistas do Instituto alemão Max Planck analisaram estas fibras de forma a determinar como são capazes de manter a força, sem a ocorrência de rupturas na sua estrutura quando, por exemplo, as ondas batem nas rochas.

Uma equipa da Universidade de Chicago por sua vez, anunciou na semana passada que conseguiu replicar estas fibras, o que originou a produção de um adesivo que pode ser usado em máquinas subaquáticas e em cirurgias, como agente de ligação em implantes.

Os adesivos convencionais normalmente são uma combinação de força e fragilidade. As substâncias estão ligadas por ligações químicas covalentes, ou seja, em que há partilha de electrões entre átomos. Contudo, o adesivo de mexilhão sintético, desenvolvido pela Universidade de Chicago, está ligado por metais. Esta característica permite que o adesivo apresente força e flexibilidade, uma vez que as ligações são restabelecidas automaticamente quando quebradas, sem necessidade de fornecer energia ao sistema.

Uma das chaves deste material é a longa cadeia do polímero desenvolvido pela Universidade de Northwestern. Este adesivo toma a forma de uma solução verde quando combinada com sais metálicos a baixo pH e torna-se um gel pegajoso vermelho quando misturado com hidróxido de sódio. A sua rigidez e resistência podem ser ajustadas pela variação do pH ou através do uso de diferentes tipos de iões metálicos na sua produção. Os investigadores estão agora a tentar determinar que outros factores podem afectar as suas propriedades.

Como o adesivo é produzido a partir de produtos naturais, pode ser considerado como ‘amigo do ambiente’.

“A nossa inspiração é aprender novos princípios de design a partir da Natureza, que ainda não foram usados em produtos feitos pelo Homem”, refere Niels Holten-Andersen, da Universidade de Chicago.

Esta investigação foi publicada na Proceedings of the National Academy of Sciences Early Edition.
Fonte: www.gizmag.com

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