Dentição de leite, dentição definitiva e dentição de…laboratório. É bem possível que chegue o dia em que iremos a uma consulta para que nos façam um pequeno implante de células na mandíbula e ao fim de umas semanas , teremos ganho um dente perfeitamente funcional. De momento, os primeiros premiados com estes dentes fabricados por cientistas japoneses são os nossos amigos ratos de laboratório.
Imagem de um dos ratos da experiência, com o dente fabricado em verde fluorescente. (Foto: Takashi Tsuji)
Investigadores japoneses conseguiram fazer crescer dentes de substituição em mandíbulas de ratinhos usando uma técnica que poderá levar ao desenvolvimento de órgãos completos em organismos. Já existia tecnologia capaz de desenvolver alguns tecidos em laboratório que depois podiam ser transplantados em animais. Mas o que a equipa de Etsuko Ikeda, da Universidade de Ciências de Tóquio, agora explora são meios para fazer crescer órgãos no próprio organismo.
Imagem de um dos ratos da experiência, com o dente fabricado em verde fluorescente. (Foto: Takashi Tsuji)
Investigadores japoneses conseguiram fazer crescer dentes de substituição em mandíbulas de ratinhos usando uma técnica que poderá levar ao desenvolvimento de órgãos completos em organismos. Já existia tecnologia capaz de desenvolver alguns tecidos em laboratório que depois podiam ser transplantados em animais. Mas o que a equipa de Etsuko Ikeda, da Universidade de Ciências de Tóquio, agora explora são meios para fazer crescer órgãos no próprio organismo.
Os resultados desta investigação aparecem publicados no último número de "Proceedings of the National Academy of Sciences". Os autores do Instituto de Investigação para a Ciência e tecnologia da Universidad de Ciencias de Tóquio, descrevem a criação de um germe dental (pequena massa de tecidos a partir da qual se forma um dente) através da técnica de bio-engenharia e o seu desenvolvimento satisfatório após o implante no osso alveolar do roedor.
A equipa dirigida por Takashi Tsuji, especialista em Biología Celular foi muito além do simples fabrico da peça dental (em 2007),foi capaz de implantar o tecido germinal no maxilar do ratinho de modo a que este se desenvolvesse do mesmo modo que um dente normal.
Segundo o estudo, esses germes cresceram normalmente dando origem a dentes perfeitamente funcionais, com dureza comparável à dos naturais e fibras nervosas capazes de responder a estímulos de dor. Seguindo a expressão genética com uma proteína fluorescente inserida no germe transplantado, os investigadores comprovaram que os genes activados no desenvolvimento dos dentes estavam também activos durante o crescimento dos dentes de substituição.
A técnica usada poderá levar ao desenvolvimento de órgãos de substituição e permitir fazer crescer órgãos funcionais completos dentro de organismos a partir de células estaminais ou outras células germinais. “Propomos esta tecnologia para modelo de futuras terapias de substituição de órgãos”, escreveram os investigadores do estudo.
A técnica está longe de poder aplicar-se nas pessoas. O problema fundamental reside em encontrar as células para fabricar os germes, já que as progenitoras embrionárias dos dentes humanos não estão identificadas.” No futuro, as células mães adultas dos pacientes serão analisadas para determinar se se podem usar. Outros candidatos incluem as células mãe embrionárias e as iPS (células reprogramadas), assinala Tsuji.
Artigo: Etsuko Ikeda, Ritsuko Morita, Kazuhisa Nakao, Kentaro Ishida, Takashi Nakamura, Teruko Takano-Yamamoto, Miho Ogawa, Mitsumasa Mizuno, Shohei Kasugai e Takashi Tsuji Fully functional bioengineered tooth replacement as an organ replacement therapyPNAS 2009 : 0902944106v1-pnas.0902944106.
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