segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Solução à vista para Corações Partidos

Equipa criou «remendo» tridimensional para reparar tecido cardíaco danificado


Investigadores da universidade de Duke, EUA, conseguiram criar uma espécie de ‘remendo’ para o coração ao reproduzir, em laboratório, a forma como as células estaminais se desenvolvem. Os resultados de várias experiências com células estaminais de ratos, foram apresentados em Pittsburgh durante as sessões científicas anuais da Sociedade de Engenharia Biomédica.
Ao longo de várias experiências com células estaminais de ratos, os cientistas conseguiram criar um ‘remendo’ tri-dimensional feito de células do músculo do coração, conhecidas como cardiomiócitos. O novo tecido demonstrava ter dois dos mais importantes atributos neste tipo de células: a capacidade de contracção e de conduzir impulsos eléctricos.
Durante os trabalhos, os investigadores perceberam que os cardiomiócitos apenas se desenvolviam na presença de fibroblastos cardíacos (células que abrangem cerca de 60 por cento de todas as células do coração humano). “Descobrimos que ao acrescentar fibroblastos aos cardiomiócitos, isso criava um ambiente favorável ao crescimento das células, como se estivessem num coração em formação”, afirmou Brian Liau, um dos investigadfores e aluno da Universidade de Duke. Por estarem alinhadas na mesma direcção, as células entretanto desenvolvidas eram capazes de se contrair como as originais e de transportar os impulsos eléctricos que fazem com que os cardiomiócitos funcionem de forma coordenada.
Nenad Bursac, professor assistente da ‘Pratt School of Engineering’ da Universidade de Duke, afirmou na apresentação do estudo que a investigação representa um avanço mas advertiu que há ainda muitas barreiras a superar antes que estes ‘remendos’ sejam implantado em corações humanos danificados. Um dos maiores desafios será mesmo conseguir estabelecer uma ligação à corrente sanguínea de forma a suster o ‘remendo’.
O grupo de investigadores, que reúne ainda Weining Bian e Nicolas Christoforou, planeia agora testar o seu modelo usando células não embrionárias, tendo em consideração as razões éticas e científicas inerentes. Estudos recentes demonstraram, contudo, que algumas células de humanos adultos têm a capacidade de ser reprogramadas, tornando-se semelhantes às células embrionárias.
Notícia lida em cienciahoje.pt

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