quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Energia solar dentro dos olhos para recuperar a visão


A cegueira é uma doença irreversível ( com excepção de alguns casos pontuais muito específicos) que implica a perda total ou parcial da visão. A medicina tem dado passos gigantescos para preveni-la e trata-la. Está neste caso uma das últimas tecnologias que nos apresenta uma excelente e engenhosa solução: minicélulas fotovoltaicas para recuperar a visão.
Investigadores da Universidade de Stanford anunciaram recentemente o desenvolvimento de um novo implante de retina artificial que usa o poder fotovotaico e pode ajudar os cegos a verem.

Esta invenção tecnológica consiste na colocação de implantes atrás da retina, os quais recebem energia solar que irá activar um mecanismo altamente avançado que permitirá aos pacientes verem como qualquer pessoa com visão normal.

O dispositivo é colocado por detrás da retina e consiste em uma videocâmara que capta as imagens num PC que processa os dados e um LCD de infravermelhos que transmite luz infravermelha ao dispositivo fotovoltaico no interior do olho. A luz produz electricidade dentro dele, que transmitirá dados através dos nervos oculares até ao cérebro. Neste serão processadas as imagens.

O implante mede três milímetros e tem uma espessura de 0.03 milímetros e inclue três camadas de células fotovoltaicas flexíveis. O sistema é capaz de produzir imagens suficientemente claras como para reconhecer rostos e ler cartazes de publicidade nas ruas.
Imagens e notícia em:
http://www.inhabitat.com/2009/12/29/mini-photovoltaic-device-give-sight-to-the-blind/

quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Criado peixe transparente ideal para estudar sem dissecar


Peixinho-dourado transparente permite a cientistas verem os órgãos internos e a corrente sanguínea

Peixe-dourado transparente criado por Japoneses-APF

Um grupo cientistas japoneses da Universidade de Mie apresentou uma nova criação: um peixe transparente ideal para experiências científicas.

Como não tem pigmentação, os investigadores podem estudar o funcionamento dos seus órgãos internos e a circulação sanguínea sem recorrer à dissecação. A criação foi apresentada na reunião anual da Sociedade de Biologia Molecular do Japão.
Tendo em conta que cada peixe produz vários milhões de ovos cada vez que se reproduz, os cientistas acreditam que o peixinho dourado se converterá num modelo animal muito útil para a realização de toda a espécie de estudos sobre o desenvolvimento e o funcionamento dos órgãos internos e do sangue. Também é esperado que possa servir como ferramenta educativa nas aulas experimentais de ciências, onde os alunos poderão analisar o interior dos animais sem ter que os dissecar.
Este animal não é resultado de experiências transgénicas, mas sim do cruzamento entre carpas-douradas (Carassius auratus auratus), os vulgares peixinhos de aquário, efectuado ao longo de três anos.


Há já vários anos que uma versão transparente dos peixes-zebra (Danio rerio) é utilizada em experiências científicas. No entanto, o uso destes animais é limitado, isto porque são muito pequenos (não passam os cinco centímetros) e leves (pesam apenas três gramas).

Os peixes agora criados no Japão podem chegar aos 25 centímetros e a pesar mais de dois quilogramas. Além disso, vivem até aos 20 anos.

O investigador Yutaka Tamaru explica que as escamas e a pele do peixe não têm pigmentação, o que permite ver perfeitamente o coração, o cérebro, o funcionamento dos órgãos e da corrente sanguínea, bem como todo o seu desenvolvimento à medida que vai crescendo.
A criação destes peixes transparentes é uma óptima notícia para os defensores dos animais, já que oferece uma alternativa às sempre polémicas dissecações que se costumam realizar nas experimentação cientifica.
Fonte da notícia: elmundo.es

terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Projecto quer salvar a ovelha churra de extinção


Imagens de David Barroso retiradas daqui
A Escola Superior Agrária (ESA) de Castelo Branco está a tentar dar uma nova vida à raça de ovelhas Churra do Campo, que deu fama à carne de borrego e ao queijo da Beira Baixa, mas que actualmente está ameaçada de extinção.
Actualmente estão cadastradas 203 ovelhas Churras do Campo, 35 das quais propriedade da ESA de Castelo Branco. A escola agrária está agora empenhada em garantir a reprodução dos animais, ao mesmo tempo que estuda as características da carne e do leite no sentido de potenciar o seu uso em produtos comerciáveis.
O projecto de recuperação e preservação da ovelha Churra do Campo faz parte do programa Rotas da Transumância e garantiu o apoio financeiro do fundo comunitário INTERREG. Para além da ESA o projecto inclui os municípios onde a Churra do Campo tinha implantação: Penamacor, Idanha-a-Nova e Fundão.
Entre os municípios Penamacor assume a parte de leão do projecto, tendo conseguido a recuperação de alguns animais dispersos, rigorosamente seleccionados pelos investigadores da ESA para se garantir a preservação da raça genuína. Para além das ovelhas existentes da ESA as demais ovelhas recuperadas estão por conta da Câmara Municipal de Penamacor, que conta também com a colaboração da Cooperativa Agrícola da Meimoa (Meimoacoop).
A ovelha Churra do Campo, com cujo leite se produziam os famosos queijos da Beira Baixa, caracteriza-se por ter uma estatura pequena. De cor branca, a lã só não cobre parte da cabeça e a extremidade livre dos membros, quase chegando ao solo na época da tosquia. É ainda uma sua característica a cabeça pequena, deslanada, mas com lã na fronte e ganachas, cornos raros nas fêmeas e frequentes nos machos, olhos grandes e orelhas curtas e horizontais.
A ovelha do «Campo» (era assim que o povo designa as terras da raia da Beira Baixa) foi sendo substituída por outras raças mais produtivas, o que a fez dispersar e desaparecer das explorações agrícolas da região. Porém, foi com a ovelha churra que se tornou famosa a carne de borrego e os queijos da Beira Baixa. Daí a importância da recuperação desta espécie ovina, pois assim poderá voltar a garantir-se a genuinidade de alguns produtos regionais além da premissa básica de que se deve “entregar às gerações futuras o património genético” recebido dos antepassados como afirmou Moitinho Rodrigues, director da ESA.
Fonte da Notícia: cienciahoje.pt

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Peixes dos corais mais agressivos, a culpa é do aquecimento global

Peixes dos corais sofrem alterações de personalidade devido ao aquecimento da água
Cientistas preocupados com os efeitos do aumento da temperatura

Temperatura da água afecta os peixes dos corais. Os peixes que habitam nos recifes de corais podem vir a sofrer bastantes alterações de personalidade devido às mudanças climáticas. Um estudo da Universidade da Nova Gales do Sul, Austrália, indica que correm o risco de se tornarem mais agressivos. Os resultados publicados no «Proceedings of the Royal Society B» revelam que um ligeiro aumento de temperatura da água, aproximadamente de dois graus, faz com que os peixes fiquem 30 vezes mais agressivos e activos. O metabolismo destes animais acelera rapidamente com o aumento da temperatura.
Já se sabia que em ambientes controlados – como os aquários – os peixes aumentam a sua actividade, aumentando, por exemplo, o acasalamento. Mas em meio natural isso também se verifica. Este aumento torna também os peixes mais chamativos. “Um peixe que nada sozinho e é muito activo será mais visível para um predador do que um peixe mais tranquilo”, explica Peter Biro, um dos autores do estudo.
A ideia de que o peixe pode ter personalidade parece um pouco excêntrica, admite o investigador, mas é muito importante para se tentar perceber como os animais respondem aos desafios ambientais. Até agora, os cientistas não sabem quais serão os efeitos de longo prazo da mudança climática nos corais, mas admitem que também é possível que algumas espécies se consigam adaptar bem às novas condições do mar.

domingo, 20 de dezembro de 2009

Descoberta SUPERTERRA parecida com a NOSSA TERRA

Foto retirada daqui

Um grupo de astrônomos do Centro Harvard-Smithsonian de Astrofísica, nos Estados Unidos, descobriu um planeta com uma massa seis vezes maior que a da Terra e que pode ter 75% de sua superfície coberta de água, além de uma atmosfera gasosa. A descoberta do planeta, que é um dos que mais se parece com o nosso até então, foi publicada nesta quinta-feira pela revista Nature. A sua descoberta, representa "um grande passo à frente" na procura de mundos semelhantes à Terra, referiu Geoffrey Marcy, da Universidade da Califórnia.


A "Super-Terra", nome dado ao planeta baptizado de GJ 1214b, está a 42 anos-luz de distância num outro sistema solar. A sua proximidade torna possível estudá-lo a ponto de determinar sua atmosfera, informaram os cientistas. "Isso faria desse planeta a primeira 'Super-Terra' com atmosfera confirmada - mesmo que esta atmosfera não seja boa para a vida como a conhecemos", explicou David Charbonneau, que coordenou a equipa de pesquisa.

O GJ 1214b tem uma órbita de 38 horas em torno de uma estrela pequena e fraca, com cerca de um quinto do tamanho do Sol. A temperatura do novo planeta, no entanto, é muito alta para abrigar formas de vida como as terrestres, já que os cientistas calculam que ela ronda os 2o0 graus Celsius.

A maior semelhança com a Terra está na densidade, apontam os cientistas. As descobertas até agora sugerem que o planeta recém descoberto é composto por cerca de três quartos de água e gelo e um quarto de rocha. "Apesar de sua temperatura alta, este parece ser um mundo de água", disse Zachory Berta, estudante que primeiro identificou dados sobre a presença do planeta.

"É muito menor, mais frio e mais parecido com a Terra do que qualquer outro exoplaneta", referiu Berta. Exoplaneta ou planeta extra-solar é qualquer um localizado fora do nosso Sistema Solar. Berta explicou que parte da água da "Super-Terra" provavelmente está no estado cristalino, o qual existe em ambientes com pressão atmosférica pelo menos 20 mil vezes superior à encontrada ao nível do mar no nosso planeta.
Podes ler mais sobre a notícia nos links:
http://www.ccvalg.pt/
Nature (requer subscrição)
Universe Today
SPACE.com
New Scientist
National Geographic
PHYSORG.com
Wired
MSNBC
BBC News
Scientific American

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Uma Nova Espécie de Búzio Descoberta na Costa Algarvia

Fusinus albacarinoides é o nome de uma nova espécie descoberta no Algarve.

O biólogo Carlos Afonso, do Centro de Ciências do Mar do Algarve (CCMAR), identificou este búzio (gastrópode) caracterizado por possuir uma concha castanha-avermelhadae ter 20 milímetros de comprimento e oito de diâmetro.

A espécie vive agarrada a rochas em profundidades superiores a 14 metros. O investigador descobriu a espécie no decorrer de mergulhos de recenseamento dos invertebrados marinhos entre a Oura e a Praia da Marinha.

A investigação decorreu no âmbito do projecto RENSUB - «Cartografia das comunidades marinhas da costa Algarvia dos zero aos 30 metros de profundidade», levado a cabo pelo CCMAR e financiado pela Administração da Região Hidrográfica do Algarve.

O género Fusinus, ao qual pertence a nova espécie, é da família Fasciolariidae, um grande grupo de moluscos gastrópodes carnívoros que se alimentam principalmente de poliquetas, vermes aquáticos.

Possuem dimensões que variam entre poucos milímetros e 38 centímetros de comprimento. São espécies não comerciais, não comestíveis, não estão sob ameaça ecológica e não têm estatuto de protecção.

Encontram-se distribuídas pelos mares tropicais e subtropicais. No Mediterrâneo, o género encontra-se representado com 15 espécies reconhecidas, no entanto, até à data, na região geográfica do Algarve apenas três espécies foram confirmadas.
Notícia em cienciahoje.pt e também em http://www.regiao-sul.pt/

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

AVATAR-o filme sensação, em 3D


O filme «Avatar», um prodígio da tecnologia que o realizador James Cameron esperou quinze anos para fazer, vai estrear no dia 17 deste mês em quase 90 salas de cinema portuguesas, a maioria com projecção em três dimensões (3D). De acordo com a distribuidora Castello Lopes, 50 salas serão de projecção a 3D e as restantes 32 de exibição tradicional, em película de 35 milímetros.
«Avatar», cuja antestreia se realizou ontem em Londres, é apontado como a grande sensação do cinema em 3D, com recurso à mais recente tecnologia e efeitos especiais, aperfeiçoando no grande ecrã a combinação de actores reais com personagens animadas.

James Cameron pensou na história em 1995, ainda antes de estrear «Titanic», mas só retomou o projecto há quatro anos, quando tinha todas as ferramentas tecnológicas para o concretizar. Uma das novas técnicas utilizadas é o reconhecimento facial, que capta, em computador, as expressões dos actores, incluindo o movimento dos olhos, para posterior reprodução em animação.

O filme conta no elenco com Sigourney Weaver, Sam Worthington, Michelle Rodriguez e Zoe Saldana.

Em Londres, o realizador sublinhou que por detrás de todas as cenas de acção, aventura e guerra, apesar dos efeitos especiais e aparato tecnológico, «Avatar» conta uma "emotiva história de amor".

O filme passa-se em 2154, quando os humanos descobrem um valioso mineral num novo planeta, Pandora, habitado pelos Na´vi. Para entrarem no planeta, os humanos criam avatares, seres híbridos com DNA Na´vi, para extrair aquele mineral.
A história centra-se em Jake Sully, um militar norte-americano que, através do seu avatar, ficará dividido entre dois mundos, entre duas culturas, em conflito entre si.

James Cameron sublinhou que " há referências indirectas à guerra no Vietname, aos atentados de 11 de Setembro, à forma como tratamos o ambiente, o sentimento de pertença a uma comunidade".

A estreia comercial está a ser acompanhada com expectativa pela indústria cinematográfica. Há quem defenda que o sucesso, ou fracasso, do filme será relevante para futuros investimentos na tecnologia e no 3D. «Avatar» será também, em breve, lançado para PlayStation3, Wii, Xbox360, DS e PSP.

O último êxito de James Cameron, «Titanic», foi o filme mais lucrativo e premiado de sempre da história do cinema, com 11 Óscares e 1,2 mil milhões de euros de receita.
Imagem e notícia em cienciahoje.pt

sábado, 12 de dezembro de 2009

Menino ou menina? A guerra dos sexos trava-se desde o inicio nos ovários e as armas são os genes.

Se um bebé é menino ou menina, depende do cromossoma Y, que transporta o espermatozóide do pai que fertilizou o óvulo da mãe. Esta é a resposta que conhecemos, agora uma investigação veio mostrar que o processo responsável pelo desenvolvimento do sexo do bébé é mais complexo. Já se sabia que o embrião tinha de desencadear uma guerra hormonal para se tornar macho; agora, uma equipa de cientistas europeus descobriu que mesmo nos ovários de fêmeas adultas decorre uma guerra para que estes não se transformem em testículos.
À esquerda, tecidos normais de ovário de fêmea de rato adulta, com imagem aumentada de células normais; à direita, o que acontece quando gene FOXL2 foi silenciado e o ovário começou a produzir células de Sertoli .
Foto: Treier/EMBL
Nos humanos, o sexo é determinado pelos cromossomas: as mulheres têm dois X, e os homens têm um X e um Y. Enquanto o X é enorme, o Y é pequenino, apresenta poucos genes mas possui um fundamental, chamado SRY. Este é responsável por desencadear o desenvolvimento dos testículos, ao activar um outro gene, chamado SOX9, que faz com que se desenvolvam testículos no embrião em vez dos ovários que seriam o seu destino, se o SRY não entrasse em acção. Por isso, existia a ideia de que o embrião era feminino por defeito.

O trabalho publicado na revista Cell esta semana, coordenado por Mathias Treier, do Laboratório Europeu de Biologia Molecular, mostra que, nos adultos, é o caminho para se transformar num macho que tem de ser constantemente contrariado pelas fêmeas.
Esta descoberta pode ter importantes implicações para a medicina reprodutiva. Podem ajudar no tratamento de desordens do foro sexual em crianças bem como compreender os efeitos masculinizantes da menopausa em algumas mulheres.
Mas em termos de ciência básica, além de descobrir os mistérios fundamentais da vida, há ainda outro ponto muito interessante nesta descoberta: o gene que mantém o SOX9 inactivo, para que os ovários continuem a funcionar, não fica no cromossoma X e muito menos no Y: fica no cromossoma três, chama-se FOXL2 e não está activo apenas durante o desenvolvimento embrionário. É também produzido em grande quantidade durante a idade adulta e actua com receptores de estrogénio à superfície das células do ovário para reprimir a acção do SOX9.

Em experiências feitas em ratinhos, se a acção do FOXL2 for inibida, os ovários começam a produzir linhagens celulares típicas dos testículos, como as de Sertoli e de Leydig, e a produzir testosterona. “Como o yin e o yang, o FOXL2 e o SOX9 opõem-se à acção um do outro para garantir o estabelecimento e manutenção dos diferentes tipos celulares femininos e masculinos”, diz Treier, citado pela Cell.

Site do estudo http://www.cell.com/fulltext/S0092-8674(09)01433-0?large_figure=true
notíca aqui e também em
http://www.es.globaltalentfcri.com/articles/1654/Descubren-el-gen-femenino.html

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Mãe, porque as bananas tem pintas pretas?



A maioria de nós gostamos de bananas. Além de apresentar uma cor amarela bem característica, as bananas têm uma outra característica que está presente em quase todos os exemplares: as manchas negras. Estas contrastam com a cor amarela própia dos pigmentos da fruta, e evidenciam um dos processos mais comuns em qualquer organismo vivo: a sua morte.
As manchas negras da banana não são mais do que células mortas da fruta, as quais vão crescendo de tamanho com o passar dos dias, evidenciando a morte do fruto. Todos se lembram de já ter reparado que as bananas quando amadurecem demais, vão perdendo a sua coloração original, adquirindo na sua totalidade a cor preta.
O cientista Bernhard Kräutler da Universidade de InnsbrucK na Austria decidiu investigar o processo. Para isso aplicou uma velha e conhecida técnica que neste caso mostrou ser muito eficaz : os raios UV.
Na fotografia que aparece encima, podemos apreciar as manchas da banana rodeadas de um círculo de luz mais azulada que o resto. Esta zona está reflectindo células que estão em pleno processo de morte, o que permite aos cientistas analisar este processo em tempo real.
Fonte da notícia:
http://www.ojocientifico.com/

domingo, 6 de dezembro de 2009

Resolvido mistério da forma da cabeça dos tubarões martelo

Uma investigação publicada este mês no "'The Journal of Experimental Biology" veio resolver um dos mistérios que envolvia estes tubarões desde há duzentos anos: Porque a sua cabeça tem forma de martelo?
Cientistas da Universidade da Florida Atlantica demonstraram que a cabeça em forma de martelo permite aos tubarões ter uma extraordinária visão-como se tivessem prismas binoculares conseguindo assim ver numa perspectiva de 360º.

A visão prismática funciona quando os campos dos dois olhos se sobrepõem, permitindo uma correcta percepção da profundidade e distância. Este tipo de visão é especialmente importante para os animais depredadores, que necessitam calcular a distância a que se encontram as suas presas.
Os resultados surpreenderam os investigadores, que não estavam à espera que os tubarões tivessem este tipo de visão. O estudo confirmou ainda que a visão poderá ter tido um importantíssimo papel na evolução de um dos habitantes mais fascinantes dos oceanos.

Fonte da notícia: Elmundo.es

sábado, 5 de dezembro de 2009

ADN revela proveniência geográfica das barbatanas dos tubarões martelo usadas na célebre sopa



A sopa de barbatana de tubarão é como sabem um dos pratos mais apreciados na China. Para satisfazer a enorme procura, todos os anos morrem milhões de tubarões nos oceanos já que habitualmente os pescadores apenas retiram as barbatanas aos tubarões, lançando-os de seguida ainda vivos no mar.

Através de uma técnica cientistas dos Estados Unidos poderão a partir do ADN saber a origem das barbatanas dos tubarões que se vendem no mercado e desta forma descobrir quais as regiões do oceano onde a população de tubarões corre perigo. Até ao momento era impossível determinar quais as zonas de maior ameaça para os tubarões por causa daquele tipo de comercio. Agora amostras de ADN permitem averiguar quais as zonas do oceano onde se encontram as populações de tubarões em perigo devido a pesca. Um estudo publicado nesta terça feira 'Endangered Species Research', reforça a necessidade de proteger os tubarões martelo de uma caça indiscriminada , tema a ser tratado na próxima convenção do comerçio internacional de espécies em perigo (CITES) que se celebrará em Qatar em Março de 2010.
Demian Chapman, um dos autores da investigação, disse que a prova do ADN na barbatana permite identificar não só a espécie a que pertence mas também a sua origem geográfica: "Podemos determinar quais as zonas onde se comercializam mais tubarões e avaliar se a pescas que se realiza em determinadas regiões é sustentável. Se estão pescando demasiados exemplares poder-se-ía reduzir a captura dos animais nessa zona até que a espécie recupere", afirmou.
Económicamente resulta muito mais rentavel vender só as barbatanas dos tubarões pelo que muitos dos pescadores optam por rejeitar o resto do corpo dos animais. Assim, dispoêm de mais espaço nas suas embarcações para transportar uma muito maior quantidade de barbatanas. Um quilo de barbatana de tubarão pode alcançar nos mercados os 100 dólares ( cerca de 70 euros).
Graças à técnica do ADN idealizada pelo Instituto Guy Harvey e pelas universidades Nova Southeastern e Stony Brook de Nueva York, poder-se-á conhecer donde vêm os tubarões, o que permitirá desenvolver esforços para repovoar as zonas mais ameaçadas.

Os investigadores analisaram o ADN de 62 barbatanas de tubarão da especie 'Sphyrna lewini'- provenientes do mercado de Hong Kong mediante un método conhecido como 'identificación de reservas genéticas' (GSI, em inglés). Ainda que este estudo tenha sido feito com tubarões martelo os investigadores também identificaram outras espécies de tubarões. Esta técnica já foi usada em peixes tartarugas e mamíferos mas esta é a primeira vez que é usada em tubarões.

Chapman e seus investigadoresdores colheram amostras de tecido de 62 barbatanas de tubarão-martelo no Mercado de Hong Kong; A equipa monitorou uma seqüência de DNA de uma parte específica do genoma do tubarão e comparou-a a um "mapa" de sequencias de DNA de tubarões-martelo retiradas de pesquisas globais.
Os resultados mostraram que 57 das 62 barbatanas obtidas do mercado de Hong Kong tinha vindo de tubarões tanto do Oceano Atlântico, quanto do Oceano Índico-Pacífico.
Vinte e um por cento dessas 57 barbatanas de tubarões tinha origem no oeste do Atlântico, incluindo o Golfo do México e a costa atlântica da América do Norte, além do sul do Brasil.
Essas populações são consideradas ameaçadas pela União Internacional para a Conservação da Natureza.
Encontrar tantos tubarões em águas empobrecidas do Atlântico ocidental surpreendeu a equipa dos investigadores, disse Chapman, porque comprova que a sobrepesca é ainda um problema na região.
Calcula-se que cerca de 73 milhões de tubarões morrem em cada ano. Destes à volta de três milhões são tubarões martelo.
Fonte da notícia: Elmundo.es e também
http://news.nationalgeographic.com/news/2009/12/091203-sharks-fins-soup-dna.html

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Microrobôs preparam-se para campeonato mundial

Este é um dos microrobôs participantes da competição de 2009, colocado ao lado de uma mosca da fruta para que se tenha uma ideia das suas dimensões. [Imagem: ETH Zurich]

Jogadores invisíveis
Em Maio de 2010, o frio do Alasca não será problema para os microscópios robôs jogadores de futebol que participarão do 2010 Mobile Microrobotics Challenge. As inscrições para o evento acabam de ser abertas.
Microrobôs de competição
Se numa Copa do Mundo estão reunidos os mais talentosos jogadores de futebol de todo o mundo, no desafio mundial de microrobótica estarão presentes os "jogadores" tecnologicamente mais avançados, desenvolvidos por cientistas e engenheiros dedicados à criação e operação de robôs úteis cujas dimensões são medidas em micrómetros - 1 micrómetro equivale a 1 milionésimo de metro.
Enquanto as partidas são assistidas através de microscópios, os microrobôs são comandados por controle remoto e movem-se em resposta a campos magnéticos variáveis ou a sinais eléctricos transmitidos ao longo de um "campo de relva artificial" que é, na verdade, um chip de silício.
Os microrobôs têm algumas dezenas de micrómetros de largura por algumas centenas de micrómetros de comprimento, alcançando massas na ordem dos nanogramas - 1 nanograma equivale a 1 milionésimo de grama.
Os minúsculos jogadores são fabricados de materiais como alumínio, níquel, ouro, cromo e, claro, silício.
Competição de microrobôs
O campeonato mundial de microrobôs é organizado pelo NIST, o instituto de medidas e padrões dos Estados Unidos, que também organiza as competições RoboCup.
Apesar dos organizadores referirem-se sempre a "nanosoccer" - "soccer" é a designação norte-americana para futebol - a competição não tem semelhanças com o futebol, não havendo nem mesmo equipas.
A competição consiste em três desafios: 1) uma corrida de velocidade em uma pista de 2 milímetros de comprimento; 2) uma tarefa de montagem, na qual os competidores devem inserir bastões em buracos predeterminados; e 3) uma competição de estilo livre, na qual cada equipa escolhe uma tarefa para o seu robô que enfatize um ou mais de seus pontos fortes.
Tarefas de interesse prático
O objectivo da competição é avaliar a agilidade, a capacidade de manobra, a resposta ao controle do computador e a capacidade de movimentar objectos - todas características que os futuros microrobôs precisarão para desempenhar tarefas como microcirurgias no interior do corpo humano ou para a fabricação de minúsculos componentes para equipamentos eletrónicos microscópios
Notícia em: http://www.inovacaotecnologica.com.br/

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Melhor pigmento azul da história é descoberto por acaso


Os compostos, de cor azul profunda, são fáceis e seguros de se fabricar, são muito mais duráveis e melhores para o ambiente do que todos os que existem ou já foram usados no passado. [Imagem: Subramanian Research Group].

Riscos dos pigmentos azuis
Para quem vive num planeta azul, pode parecer estranho saber que fabricar tintas azuis possa ser um problema.
O facto é que os pigmentos azuis têm-se mostrado problemáticos - o azul cobalto, criado em França no início do século 19, pode ser carcinogênico; o azul da Prússia liberta o venenoso cianeto; e outros pigmentos azuis não são estáveis quando expostos ao calor ou a ambientes ácidos.
Desde a antiguidade, que vários povos como os egípcios, chineses, e até os maias, sonham com a descoberta de compostos inorgânicos que possam ser usados para tingir os objectos de azul. Mas os sucessos não têm sido muito dignos de serem chamados assim.
Descoberta por acaso
Agora, por um mero acaso, investigadores da Universidade do Oregon, nos Estados Unidos, descobriram uma família de compostos de manganês que pode pôr um fim nessa procura milenar.
Os compostos, de cor azul profunda, são fáceis e seguros de se fabricar, são muito mais duráveis e deverão gerar novos pigmentos azuis mais amigos do ambiente do que todos os que existem ou já foram usados no passado.
Os testes demonstraram que os novos pigmentos azuis suportam temperaturas extremamente elevadas e não descoram mesmo depois de uma semana mergulhados em uma solução ácida.
"Basicamente, esta foi uma descoberta acidental," conta Mas Subramanian, coordenador do laboratório onde o feliz "acidente" ocorreu.
"Nós estávamos explorando os óxidos de manganês por causa de algumas propriedades eletrônicas muito interessantes que eles apresentam, algo como poder ser ferroelétrico e ferromagnético ao mesmo tempo. Nosso trabalho não tinha nada a ver com pigmentos," conta o cientista.
Melhor pigmento azul da história
Não tinha, até que o estudante Andrew Smith retirou algumas amostras dos óxidos de manganês do forno e verificou que elas eram totalmente azuis, e de um azul belíssimo. Estava nascendo o mais novo, e provavelmente o melhor, pigmento azul da história.
A cerca de 1.200 ºC, o sem-graça óxido de manganês transformou-se num composto azul que pode ser usado como pigmento em tintas, sendo capaz de resistir ao calor e ao ataque de ácidos, além de não conter elementos tóxicos e a sua produção ser barata - os óxidos de manganês são produtos largamente disponíveis no mercado, com custo baixo.
Depois de analisar o composto e descrever sua estrutura e características físico-químicas em detalhe, os investigadores afirmam que o novo pigmento azul poderá ser usado em qualquer tipo de tinta, das impressoras a jacto de tinta até automóveis, artes e tintas para paredes.
Mente e olhos bem atentos
"Várias descobertas interessantes não foram realmente planeadas, nós temos assistido a isso ao longo de toda a história," diz Subramanian. "Há sorte envolvida nas descobertas, mas eu sempre digo aos meus alunos que v tem que estar alerta para reconhecer algo quando esse algo acontece, mesmo que não se esteja procurando por ele. A sorte favorece a mente atenta para descobrir coisas."
Notícia lida em http://www.inovacaotecnologica.com.br/
Bibliografia:Mn3+ in Trigonal Bipyramidal Coordination: A New Blue ChromophoreAndrew E. Smith, Hiroshi Mizoguchi, Kris Delaney, Nicola A. Spaldin, Arthur W. Sleight, M. A. SubramanianJournal of the American Chemical SocietyNovember, 2009Vol.: 131 (47), pp 17084-17086DOI: 10.1021/ja9080666