Se um bebé é menino ou menina, depende do cromossoma Y, que transporta o espermatozóide do pai que fertilizou o óvulo da mãe. Esta é a resposta que conhecemos, agora uma investigação veio mostrar que o processo responsável pelo desenvolvimento do sexo do bébé é mais complexo. Já se sabia que o embrião tinha de desencadear uma guerra hormonal para se tornar macho; agora, uma equipa de cientistas europeus descobriu que mesmo nos ovários de fêmeas adultas decorre uma guerra para que estes não se transformem em testículos.
À esquerda, tecidos normais de ovário de fêmea de rato adulta, com imagem aumentada de células normais; à direita, o que acontece quando gene FOXL2 foi silenciado e o ovário começou a produzir células de Sertoli .
À esquerda, tecidos normais de ovário de fêmea de rato adulta, com imagem aumentada de células normais; à direita, o que acontece quando gene FOXL2 foi silenciado e o ovário começou a produzir células de Sertoli .
Foto: Treier/EMBL
Nos humanos, o sexo é determinado pelos cromossomas: as mulheres têm dois X, e os homens têm um X e um Y. Enquanto o X é enorme, o Y é pequenino, apresenta poucos genes mas possui um fundamental, chamado SRY. Este é responsável por desencadear o desenvolvimento dos testículos, ao activar um outro gene, chamado SOX9, que faz com que se desenvolvam testículos no embrião em vez dos ovários que seriam o seu destino, se o SRY não entrasse em acção. Por isso, existia a ideia de que o embrião era feminino por defeito.
O trabalho publicado na revista Cell esta semana, coordenado por Mathias Treier, do Laboratório Europeu de Biologia Molecular, mostra que, nos adultos, é o caminho para se transformar num macho que tem de ser constantemente contrariado pelas fêmeas.
Esta descoberta pode ter importantes implicações para a medicina reprodutiva. Podem ajudar no tratamento de desordens do foro sexual em crianças bem como compreender os efeitos masculinizantes da menopausa em algumas mulheres.
Nos humanos, o sexo é determinado pelos cromossomas: as mulheres têm dois X, e os homens têm um X e um Y. Enquanto o X é enorme, o Y é pequenino, apresenta poucos genes mas possui um fundamental, chamado SRY. Este é responsável por desencadear o desenvolvimento dos testículos, ao activar um outro gene, chamado SOX9, que faz com que se desenvolvam testículos no embrião em vez dos ovários que seriam o seu destino, se o SRY não entrasse em acção. Por isso, existia a ideia de que o embrião era feminino por defeito.
O trabalho publicado na revista Cell esta semana, coordenado por Mathias Treier, do Laboratório Europeu de Biologia Molecular, mostra que, nos adultos, é o caminho para se transformar num macho que tem de ser constantemente contrariado pelas fêmeas.
Esta descoberta pode ter importantes implicações para a medicina reprodutiva. Podem ajudar no tratamento de desordens do foro sexual em crianças bem como compreender os efeitos masculinizantes da menopausa em algumas mulheres.
Mas em termos de ciência básica, além de descobrir os mistérios fundamentais da vida, há ainda outro ponto muito interessante nesta descoberta: o gene que mantém o SOX9 inactivo, para que os ovários continuem a funcionar, não fica no cromossoma X e muito menos no Y: fica no cromossoma três, chama-se FOXL2 e não está activo apenas durante o desenvolvimento embrionário. É também produzido em grande quantidade durante a idade adulta e actua com receptores de estrogénio à superfície das células do ovário para reprimir a acção do SOX9.
Em experiências feitas em ratinhos, se a acção do FOXL2 for inibida, os ovários começam a produzir linhagens celulares típicas dos testículos, como as de Sertoli e de Leydig, e a produzir testosterona. “Como o yin e o yang, o FOXL2 e o SOX9 opõem-se à acção um do outro para garantir o estabelecimento e manutenção dos diferentes tipos celulares femininos e masculinos”, diz Treier, citado pela Cell.
Em experiências feitas em ratinhos, se a acção do FOXL2 for inibida, os ovários começam a produzir linhagens celulares típicas dos testículos, como as de Sertoli e de Leydig, e a produzir testosterona. “Como o yin e o yang, o FOXL2 e o SOX9 opõem-se à acção um do outro para garantir o estabelecimento e manutenção dos diferentes tipos celulares femininos e masculinos”, diz Treier, citado pela Cell.
Site do estudo http://www.cell.com/fulltext/S0092-8674(09)01433-0?large_figure=true
notíca aqui e também em
http://www.es.globaltalentfcri.com/articles/1654/Descubren-el-gen-femenino.html
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