sábado, 5 de dezembro de 2009

ADN revela proveniência geográfica das barbatanas dos tubarões martelo usadas na célebre sopa



A sopa de barbatana de tubarão é como sabem um dos pratos mais apreciados na China. Para satisfazer a enorme procura, todos os anos morrem milhões de tubarões nos oceanos já que habitualmente os pescadores apenas retiram as barbatanas aos tubarões, lançando-os de seguida ainda vivos no mar.

Através de uma técnica cientistas dos Estados Unidos poderão a partir do ADN saber a origem das barbatanas dos tubarões que se vendem no mercado e desta forma descobrir quais as regiões do oceano onde a população de tubarões corre perigo. Até ao momento era impossível determinar quais as zonas de maior ameaça para os tubarões por causa daquele tipo de comercio. Agora amostras de ADN permitem averiguar quais as zonas do oceano onde se encontram as populações de tubarões em perigo devido a pesca. Um estudo publicado nesta terça feira 'Endangered Species Research', reforça a necessidade de proteger os tubarões martelo de uma caça indiscriminada , tema a ser tratado na próxima convenção do comerçio internacional de espécies em perigo (CITES) que se celebrará em Qatar em Março de 2010.
Demian Chapman, um dos autores da investigação, disse que a prova do ADN na barbatana permite identificar não só a espécie a que pertence mas também a sua origem geográfica: "Podemos determinar quais as zonas onde se comercializam mais tubarões e avaliar se a pescas que se realiza em determinadas regiões é sustentável. Se estão pescando demasiados exemplares poder-se-ía reduzir a captura dos animais nessa zona até que a espécie recupere", afirmou.
Económicamente resulta muito mais rentavel vender só as barbatanas dos tubarões pelo que muitos dos pescadores optam por rejeitar o resto do corpo dos animais. Assim, dispoêm de mais espaço nas suas embarcações para transportar uma muito maior quantidade de barbatanas. Um quilo de barbatana de tubarão pode alcançar nos mercados os 100 dólares ( cerca de 70 euros).
Graças à técnica do ADN idealizada pelo Instituto Guy Harvey e pelas universidades Nova Southeastern e Stony Brook de Nueva York, poder-se-á conhecer donde vêm os tubarões, o que permitirá desenvolver esforços para repovoar as zonas mais ameaçadas.

Os investigadores analisaram o ADN de 62 barbatanas de tubarão da especie 'Sphyrna lewini'- provenientes do mercado de Hong Kong mediante un método conhecido como 'identificación de reservas genéticas' (GSI, em inglés). Ainda que este estudo tenha sido feito com tubarões martelo os investigadores também identificaram outras espécies de tubarões. Esta técnica já foi usada em peixes tartarugas e mamíferos mas esta é a primeira vez que é usada em tubarões.

Chapman e seus investigadoresdores colheram amostras de tecido de 62 barbatanas de tubarão-martelo no Mercado de Hong Kong; A equipa monitorou uma seqüência de DNA de uma parte específica do genoma do tubarão e comparou-a a um "mapa" de sequencias de DNA de tubarões-martelo retiradas de pesquisas globais.
Os resultados mostraram que 57 das 62 barbatanas obtidas do mercado de Hong Kong tinha vindo de tubarões tanto do Oceano Atlântico, quanto do Oceano Índico-Pacífico.
Vinte e um por cento dessas 57 barbatanas de tubarões tinha origem no oeste do Atlântico, incluindo o Golfo do México e a costa atlântica da América do Norte, além do sul do Brasil.
Essas populações são consideradas ameaçadas pela União Internacional para a Conservação da Natureza.
Encontrar tantos tubarões em águas empobrecidas do Atlântico ocidental surpreendeu a equipa dos investigadores, disse Chapman, porque comprova que a sobrepesca é ainda um problema na região.
Calcula-se que cerca de 73 milhões de tubarões morrem em cada ano. Destes à volta de três milhões são tubarões martelo.
Fonte da notícia: Elmundo.es e também
http://news.nationalgeographic.com/news/2009/12/091203-sharks-fins-soup-dna.html

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