Cientistas da NASA descobriram glicina, um dos blocos fundamentais da vida, em amostras do cometa Wild 2 enviadas pela sonda Stardust da NASA.
Cometa Wild 2 e sonda Stardust(impressão de artista) -Crédito: NASA/JPL(clique na imagem para ver versão maior) Depois dos asteróides, é a vez de se descobrir moléculas da vida em cometas. A glicina, um dos 20 aminoácidos conhecidos – que juntos fabricam milhares de proteínas diferentes em todos os seres vivos –, foi recolhida pela sonda espacial Stardust da NASA, a partir da cauda do cometa Wild 2.
As proteínas são das mais importantes moléculas para a vida, usadas em tudo, desde estruturas como o cabelo até às enzimas, os catalisadores que aumentam ou regulam as reacções químicas. Tal como as letras do alfabeto são organizadas em combinações infinitas para formar palavras, a vida usa 20 diferentes tipos de aminoácidos numa enorme variedade de arranjos para construír milhões de proteínas diferentes.
“A nossa descoberta dá força à teoria de que alguns dos ingredientes da vida se formaram no espaço e chegaram à Terra há muito tempo, através de impactos de meteoritos e cometas”, disse Jamie Elsila, do Goddard Space Flight Center da NASA, que fica em Greenblet, em Maryland. A investigadora é a primeira autora do artigo que descreve a descoberta, e que será publicado na revista "Meteoritics and Planetary Science". A pesquisa foi apresentada durante uma reunião da Sociedade Química Americana em Washington, no passado dia 16 de Agosto.
"A descoberta de glicina num cometa suporta a ideia que os principais blocos da vida são prevalentes no espaço, e reforça o argumento que a vida no Universo pode ser comum em vez de rara," disse o Dr. Carl Pilcher, Director do Instituto de Astrobiologia da NASA, que co-financiou o estudo.
A sonda Stardust passou através de uma densa nuvem de poeiras e gases que rodeavam o núcleo de gelo do Wild 2 em Janeiro de 2004. À medida que viajava por este material, uma grelha especial de recolha, cheia de aerogel - um material esponjoso, composto por mais de 99% espaço vazio -, gentilmente capturava amostras de gás e poeira cometária. A grelha veio alojada numa cápsula que se libertou da sonda e que aterrou na Terra a 15 de Janeiro de 2006. Desde aí, cientistas de todo o mundo mantiveram-se ocupados a analisar as amostras de modo a aprender os segredos da formação dos cometas e da história do nosso Sistema Solar. Os cientistas tiveram que se certificar de que a glicina foi mesmo fabricada no espaço. Para isso mediram a quantidade de carbono 13, uma variação do carbono que existe em maior quantidade no espaço e também em maior quantidade na glicina.
Notícia lida em Público.pt, ciênciahoje.pt e em
http://www.ccvalg.pt/astronomia/noticias/2009/08/19_aminoacido_cometa.htm
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