quinta-feira, 28 de janeiro de 2010
Descoberto mecanismo para o porquê da luz piorar as enxaquecas
É comum para quem sofre de enxaqueca a vontade de, ao ter um ataque, querer se refugiar em um quarto silencioso e escuro. Embora há tempos se saiba que a luz piora o quadro dessa cefaleia, os motivos por que isso ocorre são desconhecidos.
Agora, um grupo de cientistas nos Estados Unidos identificou um mecanismo que ocorre na sensibilidade à luz durante as crises de enxaqueca tanto em pessoas com visão normal como em deficientes visuais.
Os resultados da pesquisa, divulgados no domingo (10/1) na edição on-line da revista Nature Neuroscience, ajudam a compreender melhor os mecanismos por trás do problema ainda sem cura e que atinge milhões de pessoas em todo o mundo.
De acordo com o estudo, cerca de 85% dos indivíduos com enxaqueca são extremamente sensíveis à luz. A fotofobia faz com que muitos evitem atividades como dirigir ou até mesmo ler e trabalhar. “Alguns pacientes chegam até mesmo a usar óculos escuros à noite”, disse um dos autores do estudo, Rami Burstein, professor do Beth Israel Deaconess Medical Center (BIDMC) e da Escola Médica Harvard.
Foi a constatação de que a fotofobia atinge, entre os pacientes com enxaqueca, até mesmo as pessoas cegas que levou o grupo a investigar a hipótese de que os sinais transmitidos pela retina por meio dos nervos ópticos intensificariam as dores.
Os pesquisadores examinaram dois grupos de deficientes visuais que sofriam de enxaqueca. Os voluntários no primeiro grupo eram totalmente cegos devido a doenças como câncer na retina ou glaucoma. Como eles não eram capazes de ver imagens ou de perceber luz, tinham dificuldade de manter ciclos normais de sono.
O segundo grupo era formado por deficientes visuais devido a doenças degenerativas como retinite pigmentosa. Embora não fossem capazes de perceber imagens, podiam detectar a presença de luz e manter ritmos normais de dormir e ficar acordado.
“Enquanto os pacientes no primeiro grupo não experimentaram piora em suas dores de cabeça a partir da exposição à luz, os do segundo grupo tiveram uma intensificação nas dores, particularmente na exposição à luz nos comprimentos de onda azul e cinza”, disse Burstein.
“Isso indicou que o mecanismo da fotofobia deveria envolver o nervo óptico, porque em indivíduos totalmente cegos esse nervo não transporta os sinais luminosos até o cérebro”, afirmou.
Os cientistas levaram os resultados ao laboratório, onde realizaram uma série de experimentos em modelos animais da enxaqueca. Após injetarem melanopsinas (fotopigmentos) nos olhos de ratos, eles traçaram o caminho dos sinais pelos nervos ópticos até o cérebro, onde descobriram um grupo de neurônios que se tornaram eletricamente ativos durante as crises de enxaqueca.
“Quando pequenos eletrodos foram inseridos nesses ‘neurônios da enxaqueca’ descobrimos que a luz estava disparando um fluxo de sinais elétricos que estava convergindo nas melanopsinas. Isso aumentava a sua atividade em segundos”, disse Burstein.
Mesmo quando a luz era apagada, os neurônios permaneciam ativos. “Isso ajuda a explicar por que pacientes contam que suas crise se intensificam segundos após a exposição à luz e melhoram de 20 a 30 minutos depois que passam para ambientes escuros”, disse.
Para os autores do estudo, a descoberta fornece novas rotas para abordar o problema da fotofobia em portadores de enxaqueca. “Clinicamente, a pesquisa monta um cenário para identificar maneiras de bloquear o caminho da dor de modo que os pacientes possam suportar a luz sem desconforto”, apontou.
O artigo A neural mechanism for exacerbation of headache by light (DOI: 10.1038/nn.2475), de Rami Burstein e outros, pode ser lido por assinantes da Nature Neuroscience em www.nature.com/neuro
Notícia lida em:
http://www.agencia.fapesp.br/materia/11607/divulgacao-cientifica/por-que-a-luz-piora-a-enxaqueca.htm
quarta-feira, 27 de janeiro de 2010
Poderá a nanotecnologia produzir um donut saudável?
Empresas europeias produtoras de alimentos usam já nanotecnologia no fabrico e concepção de novos alimentos, mas muito poucas disponibilizam a informação aos consumidores, diz o cientista alemão especialista em ciência alimentar Frans Kampers.
Frans Kampers esteve entre os palestrantes reunidos em Chigaco para a Reunião Anual de 2009 da Associação Americana para o Avanço da Ciência (AAAS) (de 12 a 16 de Fevereiro) que discursaram sobre o tema “Dos Donuts aos Medicamentos: (R)Evolução da Nanobiotecnologia”.
Kampers, do Centro de Pesquisa da Universidade de Wageningen, nos Países Baixos, comentou sobre aspectos interessantes da ciência alimentar: “O que a nanotecnologia pode fazer pelo seu Donut”.
O painel incluiu dois estudantes graduados, Jessica Koehne da Universidade da Califórnia e Kristina Kriegel da Universidade de Massachusetts que estão a trabalhar em projectos combinados de nanotecnologia, biologia e química.
“No que diz respeito à alimentação e nutrição, há uma maior resistência do grande público quanto aos nanomateriais e nanotecnologia na aplicação em alimentos do que, por exemplo, na utilização médica. Contudo, a sua aplicação em processos e criação de produtos, sensores para a segurança alimentar e controlo da qualidade dos alimentos e das embalagens, são alguns exemplos que reflecte a ampla gama de utilizações possíveis da nanotecnologia na indústria alimentícia”, diz Kampers.
“O problema que os cientistas que trabalham nesta área enfrentam é que as pessoas não entendem o que se faz em nanotecnologia e alimentos”, diz Kampers. “Todo a gente tem uma visão da nanotecnologia como sendo nanopartículas, ou seja partículas infinitamente pequenas, e que essas partículas infinitamente pequenas possam ser prejudiciais aos alimentos e ter um efeito adverso na saúde. A grande promessa da nanotecnologia, diz o cientista holandês, é que poderia permitir uma engenharia de ingredientes de forma a que os nutrientes actuem de forma mais eficaz no corpo humano, enquanto que impedem a passagem de outros elementos prejudiciais e menos desejáveis.”
Cientistas europeus de ciência alimentar usam nanotecnologia para criar estruturas especiais nos alimentos que podem “entregar” os nutrientes em locais específicos do corpo e maximizar assim os efeitos benéficos destes nutrientes. “Basicamente, estamos a criar nanoestruturas desenhadas especialmente para integrarem o sistema digestivo e serem expelidas pelo organismo, de modo a que, no final, não restem nenhumas destas nanoestruturas,” diz Kampers.
O cientista afirma também que alguns investigadores mais controversos estudam possíveis aplicações de nanopartículas persistentes nos alimentos e em embalagens que podem apresentar riscos acrescidos. A utilização de nanopartículas de metal, em particular de prata, poderão provocar uma redução significativa no ritmo da deterioração do material da embalagem, e até mutar da embalagem do alimento para o próprio alimento.
“Nanopartículas de óxido metálico podem avançar para a corrente sanguínea, e os investigadores demonstraram que podem mesmo migrar para as células, ou em alguns casos para os núcleos das células. Estas são aplicações mais controversas sobre a utilização da nanotecnologia nos alimentos, contudo, existem muitas aplicações que merecem estudo sério e que poderão melhorar significativamente a resposta às exigências nutricionais do organismo, mesmo em situações de escassez de alimentos.” diz Kampers
Fonte: Science Daily
Modelos 3D computadorizados ajudam Robots a operar coração em movimento
A impossibilidade de realizar cirurgias cardíacas robotizadas pode estar prestes a ser superada. Uma equipa de investigadores do Centro Nacional de Investigação Científica de França (CNRS) desenvolveu um modelo computorizado em três dimensões (3D) capaz de acompanhar o movimento dos batimentos do coração com extrema precisão e em tempo real.
Os resultados desta investigação foram publicados na International Journal of Robotics Research, sendo o seu primeiro autor o brasileiro Rogério Richa, do Laboratório de Informática, Robótica e Microelectrónica de Montpellier, em França.
Inserindo-se os dados recolhidos por esse modelo no programa do “robot cirurgião”, os instrumentos robóticos movimentam-se em consonância com os batimentos cardíacos, permitindo a realização da cirurgia, como se o coração estivesse parado.
Além do coração, o modelo 3D computadorizado também tem capacidade para acompanhar o movimento da parede torácica do paciente durante a respiração, o que amplia a sua possibilidade de utilização em outras cirurgias, melhorando o desempenho dos "robots cirurgiões" de forma geral.
Primeira tentativa bem-sucedida
A concepção deste modelo foi a primeira tentativa bem-sucedida de “isolar” os movimentos físicos do coração durante uma cirurgia, uma tarefa difícil devido à forma irregular deste órgão e à imprecisão dos seus batimentos.
As tentativas anteriores usavam imagens 2D combinadas com outras etapas de mensuração e cálculo, tornando-as demasiado lentas para fornecerem um feedback instantâneo durante uma cirurgia.
Como tal, os investigadores fizeram uma nova abordagem baseada na representação matemática da superfície do coração enquanto ele se move em três dimensões durante o bombeamento do sangue. Este novo sistema prevê os movimentos do coração numa única etapa, tornando-o suficiente rápido para ser utilizado aquando de uma cirurgia.
Esta nova técnica poderá ainda ser promissora na redução dos riscos das cirurgias em que, devido à sua delicadeza, o coração precisa de ser efectivamente parado temporariamente e permite ainda ao cirurgião concentrar-se nas operações de corte, por exemplo, sem ter de se preocupar com o ajuste das ferramentas ao movimento da área corporal operada.
Modelo matemático do coração
Esta é a primeira tentativa bem-sucedida de efetivamente isolar os movimentos físicos do coração e dos pulmões durante a cirurgia. Isso é particularmente difícil dada a forma irregular do coração, assim como a sua tendência para se expandir em todos os sentidos durante o batimento. A superfície irregular do coração também torna mais difícil a utilização do rastreamento visual para identificar com precisão os movimentos.
O desenvolvimento do modelo 3-D em tempo real foi possível graças a uma nova abordagem que se baseia em uma representação matemática da superfície do coração enquanto ele se move em três dimensões durante o bombeamento.
Várias tentativas já haviam sido feitas para a utilização de modelagem por computador para levar em conta os movimentos do coração e da respiração. No entanto, os esforços anteriores usavam imagens 2D combinadas com outras etapas de mensuração e cálculo, o que as torna lentas demais para fornecer um feedback instantâneo durante uma cirurgia.
O novo sistema de imagem 3D prevê os movimentos do coração em uma única etapa, o que o torna rápido o suficiente para ser utilizado no ambiente real de uma sala cirúrgica.
Bibliografia:
Three-dimensional Motion Tracking for Beating Heart Surgery Using a Thin-plate Spline Deformable Model
Rogério Richa, Philippe Poignet, Chao Liu
The International Journal of Robotics Research
December, 2009
Vol.: Published online ahead of print
DOI: 10.1177/027836490935660
Noticia lida em cienciahoje.pt e em
segunda-feira, 25 de janeiro de 2010
Os mirtilos aumentam a memória em idosos
Mirtilos são pequenas maravilhas. Pequenas mesmo, pois são umas frutinhas azul-arroxeadas, de plantas do gênero Vaccinium e Cyanococcus, originárias da América do Norte, Europa Central e Ásia. Os mirtilos têm sido consumidos pelo homem desde tempos pré-históricos. Em Portugal, encontram-se em regiões onde o Inverno é muito rigoroso, como a zona do médio Vouga.
Existem mais de 30 espécies que crescem em regiões distintas e centenas de diferentes variedades. Os mirtilos cultivados têm um sabor ligeiramente doce e os selvagens são mais adstringentes.
Esta pequena fruta é uma excelente fonte de flavonóides, especialmente antocianinas, que lhe dão a típica cor azulada, vitamina C, fibra solúvel e insolúvel, como a pectina. Também muito ricos em taninos, vitamina E, manganésio e riboflavina
Além de seu sabor único, Robert Krikorian e colaboradores, cientistas dos EUA e do Canadá pretendo medir a melhoria na capacidade de memória em idosos, efectuaram estudos em pessoas com idades superiores a 54 anos que consumiram regularmente cerca de 500 mL de sumo de mirtilos por dia. Os resultados indicaram uma sensível melhoria na capacidade de memória nas pessoas que consumiram sumo de mirtilos durante 12 semanas seguidas. O estudo aparece publicado no Journal of Agricultural and Food Chemistry
A importância desta investigação é que a ocorrência de doenças neurodegenerativas está aumentando significativamente com o envelhecimento global da população. Porém, não existem tratamentos realmente eficazes para a cura destas doenças, especialmente para a doença de Alzheimer.
Se por um lado a cura da doença de Alzheimer parece estar longe de ser alcançada, a sua prevenção parece ser o melhor caminho a ser adoptado para evitar que a ocorrência de tais doenças atinja grandes proporções num futuro próximo. Como estratégia de prevenção, a regulação de factores nutricionais, através de uma dieta rica em alimentos funcionais, é considerada uma das melhores abordagens para o tratamento de doenças neurodegenerativas. O consumo de alimentos ricos em polifenóis é particularmente importante, uma vez que estas substâncias têm acção comprovada na diminuição na ocorrência de doenças desta natureza, bem como na melhoria da memória em geral.
Estudos anteriores demonstraram que logo após o consumo de mirtilos por ratos, as antocianinas destas frutas foram encontradas em locais cerebrais específicos, incluindo o hipocampo e o neocórtex, regiões cerebrais directamente ligadas às funções cognitivas.
Os mirtilos apresentam altos teores de polifenóis com potente actividade antioxidante, que actuam inibindo processos de envelhecimento precoce e, como indicado acima, retardando o aparecimento de sintomas associados a doenças neurodegenerativas (como a doença de Alzheimer, mas também a doença de Parkinson, esclerose múltipla, e outras).
Referência:
Krikorian, R., Shidler, M., Nash, T., Kalt, W., Vinqvist-Tymchuk, M., Shukitt-Hale, B., & Joseph, J. (2010). Blueberry Supplementation Improves Memory in Older Adults.
Journal of Agricultural and Food Chemistry DOI: 10.1021/jf9029332
http://www.sciencedaily.com/releases/2010/01/100120121552.htm
sexta-feira, 22 de janeiro de 2010
Cegonha-preta vai ser "Ave do Ano 2010" numa campanha da SPEA
Esta espécie “rara e muito sensível à perturbação humana” vai ser o símbolo de uma campanha da SPEA ligada ao Ano Internacional da Biodiversidade 2010.
A associação lembra que a cegonha-preta pode ser observada a partir de finais de Fevereiro até Setembro, mas é mais facilmente avistada nas suas concentrações de final de Verão antes da migração. Os melhores locais para observar esta espécie são em Trás-os-Montes, mais precisamente o Parque Natural do Douro Internacional e Miranda do Douro; na Beira Interior, no Parque Natural do Tejo Internacional e nas Portas de Ródão; no Alentejo, em Barrancos e Marvão; e no Algarve, durante a migração pós-nupcial, em Sagres. Após a sua estadia em Portugal, a cegonha-preta migra para África, onde passa o Inverno.
A espécie está classificada como Vulnerável pelo Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal, enfrentando o risco de extinção a médio prazo. “A maior ameaça à sua sobrevivência é a perturbação humana, especialmente devido às actividades de recreio e de turismo em áreas de nidificação. A colisão com linhas eléctricas, a florestação com espécies exóticas e a poluição dos rios e ribeiras são também ameaças consideráveis”, segundo a Spea.
A associação defende que a protecção da espécie deverá passar pelo “ordenamento e gestão dos grandes corpos de água do interior do país”, além de ser necessárias “uma monitorização e um controle eficiente da poluição nos rios e ribeiras e a promoção de práticas agro-florestais que favoreçam a biodiversidade”.
Segundo Luís Costa, director executivo da SPEA, “2010 deve ser um ano de reflexão para todos nós, de modo a analisar o que foi alcançado até à data e a focar-nos nos desafios para um futuro mais verde. O Homem está a causar a perda da diversidade de plantas e animais a um ritmo alarmante e estes danos são cada vez mais irreparáveis, limitando a qualidade de vida e as opções das gerações futuras.
domingo, 17 de janeiro de 2010
Nova espécie de grilo "apanhado" a polinizar orquídea
O grilo que poliniza as flores da orquídea (Glomeremus sp). Photo by: Michenau and Fournel.
Flor da orquidea Angraecum cadetii - Photo by: Michenau and Fournel.
A equipa usou câmaras nocturnas para registar como é que uma espécie de orquídea, a “Angraecum cadetti”, era polinizada. E acabaram por descobrir o comportamento deste grilo que não só poliniza plantas como é uma espécie nova, com outras particularidades que o tornam único: não tem asas, mede apenas dois a três centímetros e tem umas antenas mais largas do que o normal. Apesar de ainda não ter nome, esta espécie, descrita na revista “Annals of Botany”, é da família “Glomeremus”. Os estudos mostraram que o grilo é um excelente polinizador com elevadas taxas de polinização em Angraecum cadetii semelhantes às das espécies dos pássaros polinizadores de flores. Miccheneau um dos autores do estudo referiu: " Nós pensamos que esta espécie de grilo evoluiu para comer nectar e assim evitar a competição com os outros grilos de Reunião.
segunda-feira, 11 de janeiro de 2010
Os recifes de coral, "fábricas" de criação de biodiversidade marinha
Assim o indica um estudo dirigido pela Universidade Humboldt, publicado na «Science»
Corais contribuem para criação de biodiversidade
Os recifes de corais podem dar lugar a um enorme número de novas espécies e criaturas marinhas, de acordo com uma investigação dirigida pela Universidade Humboldt, de Berlim (Alemanha). A equipa de investigação, dirigida por Wolfgang Kiessling, decidiu realizar um intenso estudo sobre o papel dos recifes no ecossistema marinho e descobriram uma enorme biodiversidade. O estudo foi publicada na revista «Science».
Segundo Wolfgang Kiessling em entrevista dada ao jornal britânico «The Guardian», “os corais têm um papel bastante activo na criação de biodiversidade nos oceanos e exportam-na para outros ecossistemas” – o que contraria estudos preliminares que sugerem que as espécies vêm de outros locais e deslocam-se para os corais por estes serem ecologicamente atractivos.
O cientista reforça que visto os recifes estarem activamente envolvidos na criação de novas formas de vida “é importante protege-los”. E acrescenta: "Se os perdermos, fazemos com que os ecossistemas marinhos percam a habilidade de criar novas espécies no futuro".
Os investigadores alemães, em conjunto com uma outra equipa norte-americana, realizaram o estudo da base de dados de espécies fósseis de organismos marinhos desde o Período Câmbrico e esmiuçaram quais os ambientes onde costumam aparecer novos grupos de animais. Verificaram que os recifes foram responsáveis por mais de 50 por cento do seu aparecimento. Kiessling concluiu ainda que há novas espécies a evoluir todos os dias; no entanto, não tão depressa como se extinguem. Podemos pois afirmar que - "A recuperação da actual crise de biodiversidade vai demorar muito mais sem os recifes", o que será um desastre ecológico.
Notícia lida em cienciahoje.pt
segunda-feira, 4 de janeiro de 2010
São mil!!!!! As novas espécies de insectos descobertas nas florestas tropicais do Brasil
A investigação decorreu ao longo de cinco anos, período de tempo em que investigadores da Universidade de São Paulo (USP) recolheram em florestas tropicais do interior e do litoral do Brasil um volume de 300 mil exemplares de insectos, entre moscas, mosquitos e besouros, tendo sido surpreendidos pelo facto de uma em cada duas espécies de mosquitos e moscas da floresta Atlântica ser nova.
De acordo com o coordenador da investigação o biólogo Dalton de Souza Amorim, especialista em diversidade de insectos pouco conhecidos que vivem em ambientes naturais longe dos centros urbanos, estima-se que existam duas mil espécies diferentes e que pelo menos metade delas ainda não tenham sido descritas por cientistas.
A investigação científica que reuniu especialistas brasileiros e contou com parcerias de institutos internacionais norte-americanos, europeus e de países asiáticos, fez a recolha de insectos no bioma da floresta tropical do sul do Brasil até ao nordeste do país.
“O material biológico foi recolhido desde Santa Catarina até a Paraíba, o que engloba uma ampla área geográfica. O mais importante foi descobrir a existência de espécies muito diferentes no interior do Brasil em relação às do litoral”, assegurou o biólogo que defende a necessidade de se criar áreas de reservas biológicas de florestas do interior do Brasil.
Actualmente, o avanço da monocultura que dizimou grande parte dessas florestas é motivo de preocupação dos biólogos, que temem pela sobrevivência dessas espécies, principalmente as que habitam as florestas do interior do país. Esta diversidade da fauna, destaca, está “extremamente ameaçada” pois são poucas as áreas protegidas.
O investigador, que admite ainda não saber a importância ecológica desses insectos, critica o cultivo da cana-de-açúcar, da laranja e da soja nas florestas nativas do interior do país que põe em risco as milhares de espécies ainda desconhecidas para a ciência.
domingo, 3 de janeiro de 2010
HojeÉ... Dia de Aniversário do blog!
72.038 é o nº de visitantes que acedeu a este blog .
Nos últimos dois anos foram escritos 444 posts.
Penso que o clube está de parabéns pelo esforço de manter o blog actualizado.
A todos os visitantes e porque estamos no Ano Internacional para a Biodiversidade, deixamos uma prenda:
Peter I. Tschaikowsky Der Nußknacker (Щелкунчик) Arabischer Tanz - com imagens do livro Kunstformen der Natur, de Ernst Haeckel.
Espero que gostem.
sexta-feira, 1 de janeiro de 2010
Parar a Perda de Biodiversidade... está na hora...
2010 - é o Ano Internacional da Biodiversidade
"A ONU declarou o ano de 2010 como o Ano Internacional para a Biodiversidade. Esta acção visa mobilizar todos os países e cidadãos, em particular, para a tomada de consciência no que diz respeito à preservação da biodiversidade e chamar a atenção para a extinção de algumas espécies.
Considerando que a biodiversidade desempenha um papel importante na defesa da vida e dos diferentes ecossistemas, o desenvolvimento sustentável e a qualidade de vida é necessário consciencializar todos para a preservação da diversidade."(em http://ambientesgeograficos.blogspot.com/search/label/planeta%20Terra)
A biodiversidade engloba a variedade de genes, espécies e ecossistemas que constituem a vida no planeta. Assiste-se a uma perda constante deste conjunto, com extinções e destruições com profundas consequências para o mundo natural e o bem-estar humano.
As principais causas são as alterações nos habitats naturais, resultantes dos sistemas intensivos de produção agrícola, da construção, da exploração de pedreiras, da sobrexploração das florestas, oceanos, rios, lagos e solos, da introdução de espécies alóctones invasivas, da poluição e, cada vez mais, das alterações climáticas globais.
Peace On Earth/Walk On
Neste novo ano que se inicia desejo a todos os humanos deste planeta muita paz,esperança e força para trabalhar por um mundo melhor