Empresas europeias produtoras de alimentos usam já nanotecnologia no fabrico e concepção de novos alimentos, mas muito poucas disponibilizam a informação aos consumidores, diz o cientista alemão especialista em ciência alimentar Frans Kampers.
Frans Kampers esteve entre os palestrantes reunidos em Chigaco para a Reunião Anual de 2009 da Associação Americana para o Avanço da Ciência (AAAS) (de 12 a 16 de Fevereiro) que discursaram sobre o tema “Dos Donuts aos Medicamentos: (R)Evolução da Nanobiotecnologia”.
Kampers, do Centro de Pesquisa da Universidade de Wageningen, nos Países Baixos, comentou sobre aspectos interessantes da ciência alimentar: “O que a nanotecnologia pode fazer pelo seu Donut”.
O painel incluiu dois estudantes graduados, Jessica Koehne da Universidade da Califórnia e Kristina Kriegel da Universidade de Massachusetts que estão a trabalhar em projectos combinados de nanotecnologia, biologia e química.
“No que diz respeito à alimentação e nutrição, há uma maior resistência do grande público quanto aos nanomateriais e nanotecnologia na aplicação em alimentos do que, por exemplo, na utilização médica. Contudo, a sua aplicação em processos e criação de produtos, sensores para a segurança alimentar e controlo da qualidade dos alimentos e das embalagens, são alguns exemplos que reflecte a ampla gama de utilizações possíveis da nanotecnologia na indústria alimentícia”, diz Kampers.
“O problema que os cientistas que trabalham nesta área enfrentam é que as pessoas não entendem o que se faz em nanotecnologia e alimentos”, diz Kampers. “Todo a gente tem uma visão da nanotecnologia como sendo nanopartículas, ou seja partículas infinitamente pequenas, e que essas partículas infinitamente pequenas possam ser prejudiciais aos alimentos e ter um efeito adverso na saúde. A grande promessa da nanotecnologia, diz o cientista holandês, é que poderia permitir uma engenharia de ingredientes de forma a que os nutrientes actuem de forma mais eficaz no corpo humano, enquanto que impedem a passagem de outros elementos prejudiciais e menos desejáveis.”
Cientistas europeus de ciência alimentar usam nanotecnologia para criar estruturas especiais nos alimentos que podem “entregar” os nutrientes em locais específicos do corpo e maximizar assim os efeitos benéficos destes nutrientes. “Basicamente, estamos a criar nanoestruturas desenhadas especialmente para integrarem o sistema digestivo e serem expelidas pelo organismo, de modo a que, no final, não restem nenhumas destas nanoestruturas,” diz Kampers.
O cientista afirma também que alguns investigadores mais controversos estudam possíveis aplicações de nanopartículas persistentes nos alimentos e em embalagens que podem apresentar riscos acrescidos. A utilização de nanopartículas de metal, em particular de prata, poderão provocar uma redução significativa no ritmo da deterioração do material da embalagem, e até mutar da embalagem do alimento para o próprio alimento.
“Nanopartículas de óxido metálico podem avançar para a corrente sanguínea, e os investigadores demonstraram que podem mesmo migrar para as células, ou em alguns casos para os núcleos das células. Estas são aplicações mais controversas sobre a utilização da nanotecnologia nos alimentos, contudo, existem muitas aplicações que merecem estudo sério e que poderão melhorar significativamente a resposta às exigências nutricionais do organismo, mesmo em situações de escassez de alimentos.” diz Kampers
Fonte: Science Daily
quarta-feira, 27 de janeiro de 2010
Poderá a nanotecnologia produzir um donut saudável?
O que a Nanotecnologia pode fazer pelo teu Donut?
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