domingo, 28 de junho de 2009

Como seria o Mundo sem elas? Um Apocalipse a preto e amarelo

SEM AS ABELHAS, como será o cenário deste Planeta?

"Quando as abelhas desaparecerem da face da Terra, o homem tem apenas quatro anos de vida. ”Sem abelhas não há polinização, não há reprodução da flora, sem flora não há animais, sem animais, não haverá raça humana" ― disse Albert Einstein, o célebre físico.
E como seria o mundo sem abelhas?. "Era uma catástrofe", alerta Miguel Vilas Boas(entomologista) "Todo o ecossistema seria alterado e Einstein, provavelmente, teria razão. Seria uma crise muito pior que a económica porque nós [humanidade] ficaríamos sem comida." É por este cenário que muitos especialistas chegam a evocar o hino do Reino Unido. God Save the Queen. Em português, Deus Salve a Rainha. A rainha das abelhas, entenda-se.
MAS AFINAL QUAL É O PROBLEMA?

As abelhas estão a desaparecer. Nos últimos anos, um pouco por todo o mundo, milhões de colmeias têm sido dizimadas. O perigo de extinção das abelhas é real. Nos EUA, a segunda potência da apicultura a seguir à China, mais de 60% das populações de abelhas desapareceram em 24 estados. A crise é tal que o Congresso teve de aprovar um plano de emergência, como faz em tempo de guerra ou de crise económica. Aliás, sob o pretexto económico, a secretária da Agricultura norte-americana lembrou que "sem abelhas deixa de existir Coca-Cola". Como quem diz: senhores do capital mexam-se, que a coisa é séria.
Os números na Europa não são mais animadores. Segundo o diário espanhol El Mundo, em Itália, Bélgica e Alemanha metade das abelhas desapareceram. Portugal é dos países menos atingidos, mas de 2004 a 2007 morreram 3,5 mil milhões de abelhas no País. O cenário é apocalíptico para os insectos, mas também para a humanidade. Sem abelhas ...sem abelhas não há agricultura e, portanto, sem elas não há alimentos. Este laborioso insecto, é incansável na polinização das plantas. Sem esta, elas não se reproduziriam e não produziriam sementes e frutos (alimentos). Existem outros insectos e até mesmo pássaros polinizadores, mas a abelha é, de longe, o mais difundido e mais importante.

O grande valor das populações de abelhas não está somente na produção de mel e cera que é associada a algumas espécies, e sim à polinização realizada por elas. Assim, a manutenção da diversidade de abelhas nativas é factor de grande importância por diversos motivos, entre eles:
A grande parte das angiospérmicas são polinizadas por abelhas e estas são os polinizadores dominantes em diversos ecossistemas; é necessária uma grande diversidade de abelhas para manter a grande diversidade de angiospérmicas (são grupos intimamente relacionados evolutivamente).

Mas quais são as causas do desaparecimento em massa das abelhas produtoras de mel?
Várias tem sido as causas apontadas. Até há uns anos, a varroose era o principal problema da apicultura ocidental, nomeadamente da norte-americana. Considerada a “sida das abelhas”, esta doença enfraquece as abelhas e torna-as susceptíveis a outras doenças. A parasitose provocada pelo ácaro Varroa destructor, detectada em 1987 nos Estados Unidos, era só por si um problema preocupante para a sobrevivência das colmeias mas recentemente a esta adicionou-se uma doença misteriosa baptizada Colony Collapse Disorder, CCD, que tem devastado as abelhas nos Estados Unidos. Em 2007, alguns apicultores perderam 90% das colmeias embora a média nacional tivesse sido de 31%. Entre Setembro de 2007 e Março de 2008, desapareceram 36% das abelhas. A desordem caracteriza-se por colónias sem rainha, poucos adultos recentemente formados e muitos alimentos, apesar da abelha operária responsável pela polinização ter desaparecido.
O desaparecimento das abelhas tem sido alvo de investigação intensiva por parte da comunidade científica. Em Setembro de 2007, a revista Science publicou um artigo de um consórcio de cientistas norte-americanos, com a entomóloga Diana Cox-Foster como primeira autora, que apontou como principal suspeito da CCD o IAPV (Israeli acute paralysis virus), um vírus descoberto em Israel em 2004.
A equipa de Diana Cox-Foster em estudos efectuados também detectaram dezenas de pesticidas, muitos deles tóxicos para as abelhas, no polén, cera, em abelhas adultas e larvas das colónias afectadas, que poderão também ser um dos factores responsáveis pelo desaparecimento das abelhas.
Talvez seja difícil imaginar o cenário de um mundo sem abelhas. Mas pelo sim pelo não será melhor começarmos a actuar em defesa destes adoráveis animais tão importantes nas cadeias alimentares. É necessário educar a opinião pública para o valor extraordinário das abelhas , mesmo que muitas vezes nos piquem com o seu ferrão e nos causem dor.

Fontes: DN, NYTimes e DeRerumNatura.
Imagem retirada de:

1 comentário:

elvira disse...

temos que observar as pistas que a natureza está nos dando.sem a natureza não somos nada. temos que recuperarmos a natureza antes que nos matemos.