Genoma do ratinho totalmente sequenciado ao fim de 10 anos
O genoma do ratinho, o animal mais utilizado nos laboratórios do mundo inteiro para estudar doenças humanas, foi lido na sua totalidade. Já existiam “rascunhos” do genoma do cão, do gato, do rato, etc. Mas o único genoma completo de mamífero – o único sequenciado sem “buracos” –, era até aqui o genoma humano. Tudo começou há dez anos, com o ADN de uma única estirpe de ratinhos de laboratório (Mus musculus). A sequenciação, que exige a clonagem de inúmeros fragmentos da gigantesca molécula, seguida da sua montagem na ordem certa – é sempre uma façanha técnica –, foi realizada pela equipa de Deanna Church, dos National Institutes of Health, nos EUA. Entretanto, o novo genoma já começou a revelar os seus segredos.O ratinho é globalmente (goste-se ou não) um excelente modelo para o estudo das doenças humanas e o teste de potenciais tratamentos. Mas o seu genoma não é idêntico ao nosso, visto terem evoluído separadamente durante os últimos 90 milhões de anos. Por isso, a extrapolação para o ser humano de resultados obtidos no ratinho pode ser arriscada e é essencial saber quais são os genes comuns aos dois genomas e quais os específicos de cada um. “Uma melhor compreensão do genoma do ratinho, e portanto da biologia do ratinho, permitirá aumentar a utilidade do ratinho enquanto modelo para as doenças humanas”, escrevem os autores na revista online "PLoS Biology". Essa tarefa de análise coube à equipa de Leo Goodstadt e Chris Ponting, da Universidade de Oxford, e mostrou que a maioria dos genes do ratinho – 75 por cento – tem um equivalente directo no ser humano (mas não os outros 25 por cento). “Só quando juntámos todas as peças do puzzle”, referiu hoje Goodstadt em comunicado da sua Universidade, “é que percebemos que há um grande número de genes que apenas existem no ratinho.”
Fonte da noticia: Público.PT
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