domingo, 27 de julho de 2008

Projecto de Conservação Ex Situ de Organismos Fluviais



No dia 15 de Julho, foi assinado um protocolo de colaboração entre o Aquário Vasco da Gama, a Quercus, o Instituto Superior de Psicologia Aplicada, e a Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade Técnica de Lisboa, com vista ao desenvolvimento de um Projecto de Conservação Ex Situ de Organismos Fluviais.

Espécies ameaçadas

A degradação dos rios portugueses está a colocar em risco a sobrevivência de muitas espécies da nossa fauna e flora. De entre estas, as que necessitam de medidas de emergência e serão objecto de conservação neste projecto, são cinco espécies de peixes do Oeste e do Sul do País: a boga do Oeste (Achondrostoma occidentale), a boga-portuguesa (Iberochondrostoma lusitanicum), o escalo do Mira (Squalius torgalensis), o escalo do Arade (Squalius aradensis), a boga do Sudoeste (Iberochondrostoma almacai); e três plantas: o narciso do Algarve (Narcissus willkommi), o trevo-de-quatro-folhas (Marsilea quadrifolia) e Pilularia minuta.


O que se pretende fazer

O principal objectivo deste projecto consiste em reproduzir e manter populações ex situ (em cativeiro) das espécies de organismos de água doce mais ameaçadas do continente português. Pretende-se ainda garantir a manutenção de um número suficiente de exemplares de forma a conservar a diversidade genética intra-específica.
Numa primeira fase, que durará três anos, a implementação do projecto visa apenas garantir a manutenção de um repositório genético em cativeiro. No entanto, numa segunda fase (já em preparação), prevê-se a utilização destas populações em acções de repovoamento dos rios, associadas a projectos de recuperação de linhas de água.
O projecto será desenvolvido em instalações da Direcção Geral dos Recursos Florestais, localizadas em Campelo, concelho de Figueiró dos Vinhos, no Sítio de Interesse Comunitário “Serra da Lousã”. O local integra-se na bacia hidrográfica do rio Tejo. Trata-se de uma antiga piscicultura actualmente desactivada. As instalações são compostas de nove tanques ao ar livre, com cerca de 21 m2 de área e profundidade variável, e oito tanques interiores de pequena dimensão (60x40 cm). Dispõe ainda de um edifício de apoio com duas salas para laboratório e exposições, e uma sala para apoio.
Prevê-se ainda a necessidade de adquirir tanques para reprodução, a instalar no exterior.
A divulgação pública do projecto será também efectuada através do sítio http://www.peixesdeportugal.com/.

Notícia divulgada por Aquário Vasco da Gama em 25-07-08

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