Talvez esteja na altura de os peixes começarem a usar protetor solar.Num estudo recente descobriu-se pela primeira vez cancro de pele em peixes selvagens ( várias espécies de trutas) na Grande Barreira de Corais da Austrália. As lesões e manchas parecem se muito com o cancro da pele humano. Não se sabe se estes animais são impróprios para consumo.
a) indivíduo com cancro em 10% da superfície do corpo; b) truta com cancro em 90% da superfície do corpo (Crédito: PLoS ONE)
Cientistas da Universidade de Newcastle, no Reino Unido, e do Instituto de Ciência Marinha da Austrália descobriram pela primeira vez sinais de cancro da pele em peixes selvagens.
O estudo, publicado na revista PLoS ONE, revela a incidência de melanoma em três espécies de trutas encontradas na Grande Barreira de Coral, na Austrália, directamente abaixo do maior buraco do mundo na camada de ozono. Os peixes apresentam lesões e manchas escuras, uma versão escamosa do que seria um melanoma humano.
Segundo os investigadores a causa mais provável para o aparecimento do cancro naqueles peixes selvagens parece ser a radiação ultravioleta.
Os investigadores apesar de não conseguirem determinar há quanto tempo os peixes sofrem da doença verificaram que o cancro está generalizado na população de trutas, não descartando a possibilidade de haver outras espécies em causa.
As causas que explicam o aparecimento da doença, acreditam os investigadores, estão no facto da Grande Barreira de Coral situar-se directamente sob o maior buraco na camada de ozono no mundo, o que significa que a região recebe mais radiação ultravioleta do que outros lugares. Além disso, as três espécies puderam cruzar-se, dando origem a descendentes que são mais propensos ao cancro devido à perda ou mutação de genes.
Ainda não está provado se a truta com cancro representa um perigo para os seres humanos que as comam, mas um peixe com este aspecto dificilmente será adquirido no mercado.
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