sábado, 17 de março de 2012

Jogo do gato e do rato virado do avesso, revela investigação portuguesa.

Investigação portuguesa

Parasita consegue “manipular” o comportamento de ratinhos

Quando os ratinhos, que têm naturalmente muito medo dos felinos, têm cistos no cérebro devido a uma infecção crónica pelo parasita Toxoplasma gondii, começam a andar mais depressa e durante mais tempo... e o medo de serem caçados diminui. Este autêntico jogo do gato e do rato virado do avesso – e cujos cordelinhos são literalmente puxados por um microorganismo – foi agora revelado por Cristina Afonso e Vítor Paixão, da Fundação Champalimaud, e  publicado  na revista de livre acesso PLoS ONE.
O Toxoplasma é um protozoário capaz de infectar todos os mamíferos, mas cujo hospedeiro final são os felinos, onde se reproduz de forma sexuada (nos roedores, hospedeiros intermédios, reproduz-se por clonagem). Ora, se os ratinhos se tornarem mais aventureiros, os gatos apanham-nos mais facilmente, aumentando as chances de o parasita conseguir infectar o seu hospedeiro final.

A infecção no ratinho começa com uma fase aguda, durante a qual o animal perde muito peso, e a seguir torna-se crónica, com o parasita a formar pequenas bolsas, ou cistos, cerebrais. Já se suspeitava que, estando alojado no cérebro, o parasita pudesse induzir alterações comportamentais nos roedores. Por exemplo, observações de laboratório sugeriam que os ratinhos infectados, em vez de fugirem a sete pés do cheiro a gato, se tornavam indiferentes a ele e até podiam achá-lo “interessante” porque activava áreas cerebrais associadas, como o prazer sexual. “Como se pensassem, ‘espera lá, isto não é um predador, é uma fêmea!’”, diz-nos Cristina Afonso em conversa telefónica.

Mas por outro lado, em várias quintas do Reino Unido, constatou-se há uns anos que a maioria dos ratinhos apanhados em armadilhas estavam infectados pelo Toxoplasma. Isto levou os investigadores portugueses a perguntarem-se se o parasita não produziria também outras alterações comportamentais, nomeadamente da forma como os ratinhos exploravam o ambiente e avaliavam os riscos. “Uma armadilha não é um predador”, diz Cristina Afonso, “e quisemos saber se não haveria também alterações comportamentais que não tivessem a ver com predadores”.
Para conhecer as experiências ler mais em:http://www.publico.pt/Ciências/parasita-consegue-manipular-o-comportamento-de-ratinhos--1537887

E agora “a pergunta que vale um milhão de dólares”, diz Cristina Afonso: haverá uma relação entre as áreas do cérebro onde há cistos e o comportamento alterado? Os cientistas analisaram a distribuição dos cistos no cérebro dos animais e descobriram algo de totalmente inédito: que, apesar de os cistos estarem espalhados por todo o cérebro, a sua distribuição não era aleatória. Uma nova análise estatística mostrou que, no cérebro dos animais mais aventureiros, os cistos parecem estar distribuídos por várias áreas que comunicam entre si, o que os leva a pensar que o parasita poderá agir, não sobre uma região cerebral específica, mas antes sobre um circuito cerebral que comanda esse comportamento de risco.
http://www.publico.pt/

domingo, 11 de março de 2012

Abelhas : Aventureiras, cautelosas ou caseiras?

LA ABEJA Y EL  CARDO AMARILLO. (VER ALBUM)

LA ABEJA Y EL  CARDO AMARILLO. (VER ALBUM)

Algumas abelhas gostam de aventura e outras preferem ficar na colmeia: segundo uma nova análise do cérebro destes insetos, algumas substâncias químicas que também afetam a personalidade humana podem explicar esta diferença.
As abelhas são conhecidas por ter uma sociedade estruturada com distintas funções para cada grupo: algumas trabalham como enfermeiras, outras buscam alimento, por exemplo. Mas dentro destas funções, cientistas descobriram que as abelhas também têm personalidades distintas, segundo um estudo da revista Science que examinou a diferença entre as abelhas exploradoras que buscam comida e as que não fazem isso.

"Existe uma regra de ouro para a investigação sobre a personalidade que diz que se alguém mostra a mesma tendência em diferentes contextos, isto pode ser chamado de traço de personalidade", disse o coordenador do estudo, Gene Robinson, professor de Entomologia e Neurociência da Universidade de Illinois (norte).
Os cientistas constituiram dois grupos de abelhas. Instalaram  potes com comida nova com aromas e cores únicas, que mudavam todos os dias, e observaram quais  as abelhas que decidiam experimentar novos sabores e quais as que  preferiam os já conhecidos. Quando examinaram os cérebros das abelhas aventureiras, eles encontraram diferenças na expressão genética relacionadas com a mesma cadeia molecular que regula a procura de novidades nos mamíferos e humanos. Estas substâncias químicas do cérebro, a catecolamina, o glutamato e o ácido gama-aminobutírico, são conhecidos por influenciar o nível de recompensa que a pessoa sente ao procurar e vivenciar novas experiências. "Nossos resultados nos dizem que a busca por novidades nos humanos e outros vertebrados têm paralelismos com os insetos", afirmou Robinson. "Podemos notar as mesmas diferenças de comportamento e as mesmas bases moleculares", completou. O estudo também sugere que o mesmo tipo de ferramentas genéticas evoluíram nas abelhas, animais e humanos, e que aventurar-se era uma característica que valia a pena conservar porque podia ajudar as espécies a encontrar novas fontes de comida. "Parece que os mesmos canais moleculares estiveram envolvidos repetidamente na evolução para dar lugar às diferenças individuais na busca por novidade", disse Robinson. O estudo foi financiado pela Fundação Nacional da Ciência dos Estados Unidos (NSF), os Institutos Nacionais da Saúde (NIH) e pela Illinois Sociogenomics Initiative (SGI).

sexta-feira, 9 de março de 2012

Ciência que há num rabo de cavalo

Um grupo de investigadores britânicos elaborou uma equação matemática que prevê a forma do rabo-de-cavalo. Apesar de aparentemente inútil, este trabalho ajuda os cientistas a compreenderem melhor o comportamento de materiais naturais, como a lã e o pêlo.



Puxar um cabelo comprido atrás e prendê-lo com um elástico até pode ser simples, mas a Equação da Forma do Rabo de Cavalo constitui a primeira explicação científica da distribuição dos cabelos neste tipo de penteado, afirmam os cientistas responsáveis pela investigação. O trabalho constitui um contributo para uma melhor compreensão dos materiais compostos por fibras aleatórias.
A equação que explica e prevê a forma do rabo de cavalo é proposta por uma equipa de físicos britânicos num artigo publicado recentemente na revista científica Physical Review Letters, da Sociedade Americana de Física. "É uma equação notavelmente simples", observa Raymond Goldstein, professor de Sistemas Físicos Complexos na Universidade de Cambridge, citado pela BBC, mas que "resolve um problema que tem intrigado cientistas e artistas desde que Leonardo da Vinci mencionou a fluidez da ondulação do cabelo nas suas notas, há 500 anos".
A Equação da Forma do Rabo-de-Cavalo representa a primeira investigação da distribuição dos cabelos num rabo-de-cavalo e permite compreender como o conjunto se comporta face à pressão resultante da colisão entre os cabelos que o compõem.



quarta-feira, 7 de março de 2012

Quetzal

"Uma Arca de Noé para aves " Criado primeiro banco genético de aves em vias de extinção

México cria primeiro banco genético de aves em vias de extinção

 

O majestoso Quetzal  Pharomachrus mocinno

O Projecto está a ser desenvolvido no santuário de aves El Nido, em Ixtapaluca por Cientistas mexicanos. O objectivo é facilitar e promover a reprodução de várias espécies aplicando técnicas de reprodução artificial.
O parque El Nido,  abriga mais de 3000 pássaros de 600 espécies. Ali, os investigadores recolhem e guardam as células das aves para utilização futura.
Este refúgio é o terceiro maior aviário do mundo e foi fundado há 47 anos pelo veterinário, falecido em 2010, Jesús Estudillo. Cada uma das espécies que lá se encontra vive em casais ou em pequenas comunidades.
Mary Palma, coordenadora do projecto, acredita que este deve desenvolver-se imediatamente, pois as mudanças climáticas e a desflorestação estão já a pôr em perigo várias espécies.
Tanto o México como outros países possuem já bancos de material genético onde se conserva o sémen de mamíferos, principalmente gado. Porém, os requisitos utilizados para a preservação criogénica do sémen das aves não são iguais aos dos mamíferos, pois as suas células são mais frágeis.
A Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO) começou a organizar, há alguns anos, os seus próprios bancos de germoplasma, mas apenas destinados a aves domésticas.
O projecto que agora se inicia é liderado por investigadores do Instituto Nacional de Saúde Pública do Estado de Morelos e da Universidade Autónoma Metropolitana da Cidade do México.
No parque El Nido encontram-se aproximadamente 600 espécies, como águias, falcões, corujas, catatuas, araras, tucanos, faisões-argus, quetzais e aves ancestrais como o casuar, originário da Nova-Guiné e da Austrália e uma das mais antigas do planeta.
Fonte da noticia: http://www.cienciahoje.pt
  



segunda-feira, 5 de março de 2012

Violino feito com cordas a partir de teias de aranha produz sons com novo timbre

Imagem em   http://www.natur-portrait.de/foto-34044-faszination-spinnen-11-gigantisch.html
Um investigador japonês está a usar milhares de teias de aranha para criar um novo tipo de cordas a usar em violinos. Shigeyoshi Osaki está interessado nestes pequenos fios de seda que, pela sua suavidade, dão um novo timbre aos violinos.

«Instrumentos musicais de cordas como os violinos têm sido alvo de muitos estudos científicos. No entanto, muitos artistas têm-se interessado pelo corpo do violino em vez das propriedades das cordas», revelou Osaki, citado pela «BBC».

A principal particularidade destas cordas feitas de teias de aranha está no fato de se unirem na perfeição, não deixando qualquer espaço entre elas. Para cada corda, o Dr. Osaki usa entre três mil e cinco mil fios retirados de aranhas da espécie Nephila maculata.

O processo inclui torcer as teias de aranha numa direção para formar uma consistência uniforme, da qual depois são esticados outros fios em direção oposta de modo a criar uma união perfeita.

Shigeyoshi Osaki tem vindo a estudar as particularidades das teias de aranha há alguns anos, sendo que agora está a usar as suas propriedades para o mundo da música.

«Vários artistas estão a comentar que as cordas de teias de aranha produzem um novo timbre, sendo possível criar nova música», confessou Osaki, citado pela «BBC».

Fonte da notícia:  http://www.bbc.co.uk/news/science-environment-17232058  , Aqui podes ouvir os sons produzidos por este violino.